domingo, 1 de julho de 2012

Produção estagnada há 3 anos faz Petrobras criar plano de emergência

A produção nacional de petróleo está estagnada há três anos e desde 2003 a Petrobrás fracassa em atingir as suas metas de extração de petróleo e gás. A origem do problema está na queda de eficiência operacional da Bacia de Campos, a principal do País, responsável pela produção de até 85% do petróleo consumido internamente. O nível de eficiência na bacia caiu de 90% para 70% em três anos, de acordo com diagnóstico reservado da própria Petrobrás.  [Está longe de ser por simples e infeliz coincidência que a Petrobras vive um inferno astral em termos de gestão e eficiência, desde que o PT se aboletou em Brasília e loteou a empresa, primeiro com Lula (o Nosso Pinóquio Acrobata) e agora com Dilma Rousseff. Apesar de manter um nível ainda razoavelmente alto de "petização" da empresa, é preciso reconhecer que, com a indicação de Graça Foster, nossa ex-guerrilheira dá sinais de que pretende dar um freio de arrumação na nossa principal estatal.]

A constatação levou a nova direção da estatal a montar um plano emergencial na tentativa de recuperar os níveis perdidos. Além da queda de eficiência na capacidade de processamento e produção, grandes áreas produtoras da Bacia de Campos, como o Campo de Marlim, passaram a produzir uma quantidade maior de água. É normal, na produção de petróleo, serem extraídos água, óleo e gás. Mas o ideal é uma proporção menor de água. Os técnicos da Petrobrás estão avaliando o que está ocorrendo em Campos. 

A produção de petróleo na bacia, que se estende por cerca de 100 mil quilômetros quadrados, do litoral sul do Espírito Santo ao norte do Estado do Rio, estancou em 2009, quando atingiu 1,69 milhão de barris diários, contra 1,54 milhão no ano anterior. Desde então, esse recorde não foi superado.
A derrocada produtiva em Campos pode ser apontada como uma das causas da crise que atinge a Petrobrás. As metas de produção estipuladas pela estatal não são atingidas há nove anos, em parte porque desabou o índice de eficiência das unidades de Campos.

Incômodo. A queda da eficiência operacional pode ser traduzida da seguinte forma: as unidades da bacia que historicamente produziam até 90% da capacidade passaram a produzir 70%, sem que a petroleira tenha conseguido reverter esse decréscimo ao longo dos últimos anos. O tema incomoda tanto a cúpula da estatal que, ao tomar posse, no início de fevereiro, a presidente Graça Foster determinou como prioridade número um de sua gestão a recuperação da Bacia de Campos.

Foi implementado o Programa de Aumento da Eficiência Operacional (Proef), específico para a bacia. Uma das tarefas do programa é reduzir a produção de água em campos importantes como Marlim Leste e Roncador, dois dos cinco chamados "campos gigantes" da bacia. Sob essa denominação a estatal classifica campos com reservas acima de 1 bilhão de barris.

Em maio, quando foi divulgado o balanço da Petrobrás referente a 2011, os diretores José Formigli (Exploração e Produção) e Almir Barbassa (Finanças) referiram-se em pronunciamentos públicos, teleconferências e entrevistas ao que chamaram de "ineficiência" da companhia e às providências tomadas com o objetivo de reverter esse quadro. 

A presidente Graça voltou a falar na última segunda-feira, em explanação sobre o Plano de Negócios 2012-2016, recém-lançado pela Petrobrás, sobre os problemas da produção em Campos. "É preciso urgentemente que aumentemos a eficiência operacional da Bacia de Campos", disse ela.

A quantidade de óleo extraído na bacia em maio passado (1,67 milhão de barris diários), divulgada pela Petrobrás, confirma a estagnação, justamente no momento em que o País mais precisa de petróleo, por causa do crescimento do consumo no mercado interno e o consequente aumento das importações dos derivados, especialmente gasolina, como forma de evitar o desabastecimento.

1. A produção de petróleo na bacia de Campos estancou em 2009, quando atingiu 1,69 milhão de barris diários, contra 1,54 milhão em 2008. Desde então, esse recorde não foi superado.

2.A queda da eficiência operacional pode ser traduzida da seguinte forma: as unidades da bacia que historicamente produziam até 90% da capacidade passaram a produzir 70%, sem que a petroleira tenha conseguido reverter esse decréscimo.



2 comentários:

  1. Amigo VASCO:
    Comentário de um leitor seu, EU, sem nenhuma vivência na área de PETRÓLEO, mas que tenta acompanhar, pelos noticiários, o que está acontecendo nessa área.
    De um ponto de vista político, NENHUMA tentativa dessas que vêm sendo propaladas terá efeito; o problema é, essencialmente, TÉCNICO.
    Mas os técnicos e estudiosos do processo não têm chance de recomendar ações efetivas pois, normalmente, não trazem uma estrela vermelha no peito. Aí, ficamos ao sabor do que melhor agrada àqueles que possuem essa estrela, algumas vezes até tatuada no peito.
    Outro aspecto da questão diz respeito à avaliação de nossas próprias reservas. Os (des)governos anteriores sempre se ufanaram em proclamar a nossa independência nessa área, coisa que não se verifica e nem vai se verificar por muito tempo.
    Explico: existem diversos tipos de petróleo na Natureza. Cada um apresenta uma certa facilidade na quebra de alguma moléculas para a produção de sub-produtos (cracking. De uma maneira geral, os nossos óleos são DUROS, o que impede a produção de alguns componentes que nos interessam imediatamente, como gasolina e óleo diesel. Assim, temos que buscá-los lá fora, ao preço DELES.
    Isso remete à questão do PREÇO. Há umdado que circula na mídia especializada de que o CUSTO de produção de um barril de petróleo, NA BOCA DO POÇO, continua se situando no nivel dos US$ 8,00. Entretando, nas bolsas especializadas, o barril está giarndo próximo aos US$ 100,00. A diferença entre o custo de extração e o custo de venda é MUITÍSSIMO ELEVADO. Não há explicação para tal fato, a não ser uma manipulação política desses preços por TODAS as NAÇÕES PRODUTORAS. Isso corre porque as necessidades de cada país, em termos derivados de petróleo, são absoluta diferentes.
    Quanto ao fato de ENCONTRAR ÁGUA em poços profundos, isso significa que temos uma tecnologia capaz de amenizar as agrras dos povos nordestinos, desde que, usando essa tecnologia, se perfure poços profundos para buscar água no sub-solo e distribuí-la através de meios adequados. Não é necessária a TRANSPOSIÇÃO do SÃO FRANCISCO para resolver alguns problemas da região, e seguramente à CUSTOS MENORES.
    Abraços - LEVY

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  2. Vasco e Sérgio:
    A Petrobrás está hoje loteada entre grupos e muito "inchada", como bem comentou o Sérgio. Vai ser muito difícil sair deste nó, infelizmente.
    Abrs
    Ednardo

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