segunda-feira, 28 de novembro de 2016

O baixíssimo padrão ético e moral dos políticos que governam o país

Ver postagem anterior: "Caso Geddel, a lápide que faltava para o governo Temer".

Se alguém tinha ainda um restinho de esperança quanto ao padrão ético e moral do governo Michel Temer já se danou, principalmente depois do caso Geddel. O comportamento do presidente da República nesse episódio foi absolutamente indecente, absurdo, canhestro e inaceitável.

Temer foi péssimo na escolha de seu ministério. Passamos do domínio do PT (dos escândalos em "ão": mensalão, petrolão, eletrolão, fundos de pensão e de um bando enorme de pilantraços) para o domínio do PMDB, cúmplice dos mesmíssimos escândalos e composto também de um time de outros pilantraços, onde despontam figuras rasteiras como Eliseu Padilha, Moreira Franco, o defenestrado Geddel Lima, Romero Jucá e Renan Calheiros, astro de primeira grandeza nesse sistema planetário indecente, comandando nos bastidores o marionete Michel Temer. E na espreita para assumir o poder está o PSDB de Aécio, Alkmin e Serra, nenhum deles flor que se cheire. Na fila para a disputa da eleição presidencial de 2018 temos ainda energúmenos infectos como Ciro Gomes e Bolsonaro. Ou seja, nosso presente e nosso futuro políticos são completamente negros.

Por não saber escolher, por malformação, por paúra, por ser refém de péssimos companheiros, amigos e parceiros, seja qual for o motivo, Temer já perdeu seis ministros em seis meses de governo, mas faz questão absoluta de manter em sua equipe de confiança figuras menores e profundamente contaminadas como Eliseu Padilha e Moreira Franco. Mostrando sentir-se bem na pocilga e na companhia de indigentes éticos, Temer nomeou Romero Jucá para seu líder no Senado, mesmo depois de vê-lo obrigado a renunciar ao cargo de seu ministro por acusações e gravações graves relacionadas à Operação Lava-Jato. Além de frouxo, néscio e permissivo, Temer deu uma bofetada na cara dos brasileiros também nesse episódio.

Na sua estrutura de apoio direto, Temer foi obrigado a passar de um quadrilátero (Padilha, Geddel, Jucá e Moreira) para um tripé (Padilha, Geddel, Moreira) e agora tem um sistema bípede (Padilha, Moreira) capenga, com artrose e outras complicações genéticas decorrentes de inequívoca incompatibilidade com qualquer coisa que tenha um mínimo de ética e decência.

A escolha de Geddel já foi um espanto, porque o "suíno" é literalmente um boçal, um troglodita, uma toupeira. Mesmo assim, Temer resolveu acolhê-lo em seu círculo mais íntimo no Planalto e se tornou seu refém (ou se prontificou a sê-lo). Para evitar umas tais "dificuldades operacionais"-- que só podem existir para quem é fraco e sem comando -- resolveu prestigiar Geddel num pleito absolutamente indecente e absurdo de prevalência de um interesse patrimonial pessoal sobre um patrimônio histórico público, e quis constranger seu ministro da Cultura, Calero, que "ousara" contrariar seu dileto amigo e tutor Geddel. Deu-se mal, Calero deu-lhe uma rasteira, Temer teve que aceitar e promover a saída de Geddel e está agora com uma batata quentíssima, que lhe queima as mãos e a alma.

Na condução do entrevero Geddel x Calero, Temer mostrou-se integralmente um anão sob qualquer ponto de vista. Foi frouxo, cúmplice e mau-caráter. Quis "minimizar" o problema, como se isso fosse crível e possível, e fez a Calero a proposta indecente de enviar o problema à AGU (Advocacia-Geral da União), que certamente encontraria uma "solução" para o caso. Como, pelo menos juridicamente, Temer não é burro, ele sabe perfeitamente que a AGU existe, entre outras coisas, para mediar conflitos envolvendo apenas e exclusivamente interesses do Estado e não conflitos entre um ministro proprietário de um apartamento de um prédio e um órgão do governo que zela constitucionalmente pelo patrimônio histórico e artístico nacional que vetara o gabarito de altura e de número de apartamentos do tal prédio de interesse pessoal do tal ministro. Uma mutreta malcheirosa, pretendida por Temer.

Na outra ponta do cenário, temos um Renan Calheiros, denunciado em 12 processos no STF e que pode tornar-se pela primeira vez réu declarado por esse tribunal a partir de 1 de dezembro vindouro, arvorand0-se de protetor dos "fracos e oprimidos" pelo judiciário (inclusive e principalmente ele), que desengaveta um projeto de lei contra "abuso de autoridade" que dormitava no Senado desde 2009. Para proteger a própria pele e a de seus acólitos, Renan move céus e terra para aprovar o projeto de lei que lhes dará blindagem contra a Lava-Jato e quaisquer outras investigações. Como parceiro ativo e importante nessa manobra escusa, Renan conta com a figura mais do que abjeta de Romero Jucá, ele também pendurado com vários processos no STF.

Eis aí um fraco e pálido retrato do bando de políticos rastaqueras, aéticos e amorais que controla o país.

Um comentário:

  1. É triste mas a mais pura realidade. Contudo, pior do que a permanência da ANTA, tutelada pelo APEDEUTA, com certeza não é. A última esperança (se é que ainda nos resta ter), seria a piedade DIVINA enviar-nos um HOMEM ou uma MULHER DE VERDADE!

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