sexta-feira, 11 de março de 2016

Estudo no Reino Unido mostra vínculo entre doença na gengiva e declínio cognitivo na doença de Alzheimer

[Traduzo a seguir importante artigo publicado no site Sociedade de Alzheimer do Reino Unido. O que estiver entre colchetes e em itálico é de minha responsabilidade.]

Um novo estudo publicado em 10 de março corrente no jornal científico PLOS ONE sugere um vínculo entre doença de gengiva e taxas maiores de declínio cognitivo em pessoas nos estágios iniciais da doença de Alzheimer.

Nesse pequeno estudo experimental, conduzido pelo King's College London e a Universidade de Southampton, 59 participantes com doença de Alzheimer de suave para moderada foram analisados cognitivamente e foi tirada uma amostra de sangue para medir marcadores inflamatórios no seu sangue. A saúde dental dos participantes foi então examinada por um especialista em higiene dental. A maioria dos participantes (52) foi acompanhada durante seis meses, com a repetição de todas as avaliações.

A presença de doença de gengiva foi associada com um aumento de seis vezes (sêxtuplo) na taxa de declínio cognitivo dos participantes ao longo do período de seis meses de acompanhamento do estudo. Os autores do estudo concluíram que doença na gengiva está associada com um aumento do declínio cognitivo na doença de Alzheimer, possivelmente devido a um mecanismo ligado à resposta do corpo a inflamações.

O Dr. Doug Brown, diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da Sociedade de Alzheimer, disse:

"Esse pequeno estudo sugere que pessoas que têm simultaneamente a doença de Alzheimer e doença de gengiva sofrem perda de memória e raciocínio mais rapidamente do que as pessoas que têm uma saúde dental melhor. Não está claro, entretanto, se isso é causa ou efeito -- se a doença da gengiva está precipitando a aceleração da demência, ou vice-versa.

O estudo agrega evidência à ideia de que doença na gengiva pode potencialmente ser um fator que contribui para a Alzheimer, mas necessitamos examinar tentativas clínicas para ter evidências mais sólidas. Se isso for provado, uma melhor higiene dental seria uma maneira direta de ajudar a desacelerar o processo de demência, e capacitar as pessoas a permanecerem independentes por mais tempo.

Sabemos como a demência progride, uma pessoa pode perder a habilidade de escovar seus dentes, deixar de entender que seus dentes precisam ser mantidos limpos, ou perder interesse em fazer isso. Se isso acontecer, quem cuida dessa pessoa pode ter que ajudar nessa tarefa -- um dentista ou um especialista em higiene dental/bucal pode orientar e dar suporte na limpeza dos dentes de outra pessoa".

[Veja também: Gengivite e periodontite ]


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