quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Um astronauta da Estação Espacial Internacional mostra a primeira flor cultivada no espaço

[Traduzo a seguir artigo publicado no site francês L 'Internaute. ]

Foto da zínia cultivada no espaço, feita pelo astronauta Scott Kelly a bordo da Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla inglesa) em 17 de janeiro de 2016 - (Foto: Handout/afp.com)

Uma zínia cultivada na Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla inglesa) floresceu, dando nascimento à primeira flor do espaço, escreveu no Twitter o astronauta americano Scott Kelly. 

"Debutou a primeira flor cultivada no espaço", escreveu ele em um tweet (@StationCDRKelly) seguido de  #SpaceFlower #zinnia #YearInSpace com a foto de uma bela zínia laranja. 

A zínia cresce muito facilmente na Terra, e floresce abundantemente no verão. Mas essa planta, levada no posto avançado orbital para a realização de experiências, teve aparentemente dificuldades para se adaptar à microgravidade. 

Várias dessas zínias pareciam em mau estado em dezembro, após o aparecimento de mofo em suas folhas devido à forte umidade, segundo a Nasa. Mas elas parecem se recompor, graças aos cuidados de Scott Kelly. 

O cultivo dessas flores faz parte de um projeto mais amplo da Nasa, denominado "Veggie", visando a fazer crescer plantas no espaço para propiciar a nutrição de astronautas na perspectiva de longas missões a Marte, uma autonomia que seria um complemento importante para a sobrevivência dos astronautas, explica a agência espacial. 

Os membros da tripulação da ISS já fizeram com sucesso a colheita de alfaces, das quais consumiram as primeiras folhas em 2015 e esperam produzir ali tomates no ano que vem. 

O sistema de produção de alface e de outros vegetais foi instalado na Estação em meados de 2014. Essas plantas são cultivadas por hidroponia, isto é sem terra numa solução de água e de nutrientes. Tal sistema exige claramente menos água e menos adubo, e as plantas crescem três vezes mais rápido do que no solo, de acordo com a Nasa. 

Imagem fornecida pela Nasa em 22 de dezembro de 2016 mostra o comandante americano da expedição 46, Scott Kelly, quando de uma saída na véspera fora da estação espacial

Gioia Massa, responsável científico pelo projeto "Veggie", explicou que as plantas cultivadas até agora no espaço não são perfeitas, mas têm permitido aos pesquisadores na Terra compreender melhor como os vegetais crescem na microgravidade.

Scott Kelly tornou-se em outubro passado o americano que passou mais tempo continuamente no espaço, ou seja mais de 10 meses a bordo da ISS onde deverá permanecer o total de um ano, até 3 de março de 2016.

Astronauta Scott Kelly - (Foto: Kirill Kudryavtsev/AFP/Arquivos)

Normalmente, as tripulações da ISS, formadas por seis astronautas, se revezam todas após cinco ou seis meses para assegurar uma presença contínua no posto avançado orbital. 

Scott Kelly realiza essa missão de um ano na ISS com seu colega cosmonauta russo Mikhaïl Kornienko para estudar os efeitos biológicos e psicológicos de longas permanências no espaço, em preparação de voos tripulados para Marte no horizonte dos anos 2030, no mais cedo previsto.

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