terça-feira, 14 de outubro de 2014

Um pequeno passeio pelo presente e o passado recente de nossa história política

O passado é fundamental e indispensável para se entender o presente e se construir o futuro. Mas, para isso, o passado é preciso ser visto e analisado em amplitude e profundidade, sem acrobacias e mutretas para restringí-lo, distorcê-lo e/ou adaptá-lo aos interesses e conveniências do analista.

Nos últimos 12 anos da vida política no Brasil o que temos visto é o partido governante, PT, fazendo uma retrospectiva extremamente segmentada, casuística e interesseira do nosso passado político, dividindo-o em pré-FHC, FHC e pós-FHC, numa atitude típica de pilantragem e do mau-caratismo. É um caso extremo e terminal de tentativa de criar uma amnésia seletiva, usando um formão marcado com o número 13 para construir um passado que interessa ao PT.

No período pré-FHC a análise concentra-se unicamente na ditadura, e todas as fichas são jogadas na Comissão Nacional da Verdade, não fosse nossa ex-presidente uma ex-guerrilheira. Com uma esdrúxula Lei da Anista manietando a Justiça -- parteira da anomalia -- , tem-se a bizarra situação de assassinos e torturadores confessos mas inimputáveis, mesmo para crimes que não prescrevem como os cometidos como a humanidade. Por outro lado, tem-se a prevalência de uma atitude maniqueísta que classifica o período da ditadura e da guerrilha urbana (e às vezes rural) como um confronto exclusivamente entre demônios e anjinhos. Escarafuncha-se o lado dos demônios e faz-se vista absolutamente grossa sobre os delitos de qualquer tipo e grandeza cometidos pelos anjinhos, inúmeros dos quais além disso são remunerados financeiramente -- alguns pródiga e abusivamente, como Ziraldo, Jaguar, Carlos Heitor Cony e José Genoíno et alii -- transformando uma disputa "idealista" na maior tacada financeira desses personagens. Coisa de patropi.

O período FHC é o centro do universo petista, que faz um esforço sobre-humano para transformá-lo em algo que faz o inferno de Dante parecer um jardim de infância. Nessa alquimia, a petralhada comandada pelo NPA (Nosso Pinóquio Acrobata, Lula) e Dilma NPS (Nosso Pinóquio de Saia) usa ao extremo seu imenso repertório de mentiras, cinismo, hipocrisia, demagogia, pilantragem, contabilidade criativa e outros que tais.

O período pós-FHC -- os últimos 12 anos -- foram marcados pelos mesmíssimos recursos descritos na última frase do parágrafo anterior. Com um detalhe a mais: o grau de insalubridade é altíssimo, por conta da lama putrefacta de corrupção que jorra ininterruptamente de vários setores do governo, com ênfase para a área de petróleo (Petrobras), que já é poluidora pela própria natureza.  O domínio petista no país vem gerando uma leva imbatível de PhDs em corrupção, pilantragens, negociatas e mutretas. Isso, somado a uma escola de presidentes da República e presidentes de Conselhos de Administração de estatais que, embora pagos e juramentados para defender lato sensu o país, não vêem e não ouvem absolutamente nada do que ocorre debaixo de seus narizes, e tampouco falam sobre isso.

Para entender um pouco melhor dessa visão seletiva petista, vamos dar uma olhada rápida em alguns acontecimentos históricos e significativos de nossa história recente, a partir dos bastidores da Constituição de 1988. Agradeço ao amigo Marcos S. por trazer-me esse tema.

1985 -- O PT expulsa do partido os deputados Bete Mendes, Aírton Soares e José Eudes por terem votado em Tancredo Neves no Colégio Eleitoral. Vinte anos depois, o presidente do PT José Genoíno convida esses deputados a retornar ao partido. É a velhíssima história -- para fazer demagogia barata e/ou assacar aleivosias e pregar mentiras o PT é rapidíssimo no gatilho, mas para fazer mea culpa vira um tremendo paquiderme.

1988 -- PT vota contra a Constituição que mudou o rumo do País e não participa da cerimônia de sua homologação. Após 25 anos da Carta Magna o NPA, em 01/10/2013, "justificou" o voto contra do PT. Novamente: para fazer demagogia barata e/ou assacar aleivosias e pregar mentiras o PT é rapidíssimo no gatilho, mas para fazer mea culpa vira um tremendo paquiderme.

1989 -- PT defende calote da dívida externa, com o NPA candidato à presidência da República (seria derrotado por Fernando Collor de Mello no segundo turno). Vinte e três anos depois, Dilma NPS joga US$ 682 milhões do BNDES numa obra de US$ 957 milhões da Odebrecht para modernizar o porto de Mariel em Cuba. Numa atitude típica de quem esconde malfeitos, a madame tornou secretos até 2027 os acordos de financiamento a Cuba e Angola (que apenas em 2012 somaram US$ 875 milhões para os dois países).  Vinte e quatro anos depois, Dilma NPS faz caridade com o nosso dinheiro perdoando US$ 900 milhões de dívidas de ditaduras africanas

1994 -- O PT vota contra o Plano Real, que o NPA entre outras coisas chamou de "estelionato eleitoral" e Guido Mantega classificou de "truque". Mantega é o energúmeno que só encontra emprego no PT e há 8 anos só faz besteiras no ministério da Fazenda (antes foi ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão do NPA). Dilma NPS já oficializou publicamente que ele não ficará no cargo se for reeleita, mas ele subserviente e medíocre não se demitiu. Vejam o vídeo em que o Plano Real é criticado pelo NPA e elogiado por Dilma NPS (visivelmente a contragosto, no primeiro e único caso de honestidade política da madame):





2000 -- O PT se opõe ferrenhamente à Lei de Responsabilidade Fiscal, iniciativa de FHC, porque ela condiciona os gastos dos governos federal estaduais e municipais à existência de receita suficiente para tal, o que evidentemente contraria o espírito bandalha e perdulário do PT de lidar com o dinheiro público. Em 04 de maio de 2005, o ministro da Fazenda do NPA à época, Antonio Palocci, fez uma "autocrítica" sobre o período em que o PT era contra a LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal) -- que controla os gastos públicos e completava cinco anos naquela data. A lei foi aprovada no governo de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002). Na oposição, o PT votou contra. À época, Palocci era deputado federal. "Faço essa referência porque quero fazer uma autocrítica. Porque nesse momento, a minha bancada, da qual eu fazia parte, falhou. Nós, naqueles idos de 2000, não demos apoio à lei. Foi uma falha da bancada e eu me incluo nessa falha", disse ele durante a mesa redonda, promovida pelo Tesouro Nacional sobre os cinco anos da LRF. Palocci, pelo menos, não levou 20 anos ou mais para fazer um mea culpa como o NPA e curriola.



2003 -- Ao ser eleito, o NPA e o PT se apropriam do Bolsa Família e mentem -- como sempre -- ao país vendendo-o como iniciativa sua, quando na realidade o programa nasceu do Bolsa Escola do governo FHCCuriosamente, coube a um tucano (o prefeito de Campinas José Roberto Magalhães Teixeira) e a um petista (o governador de Brasília Cristovam Buarque, hoje no PDT) a primeira iniciativa - em 1995 - de criar um programa de transferência de renda no Brasil, que recebeu o nome de Bolsa Escola.

Esses são os fatos reais e concretos do nosso passado recente, não o amontoado de mentiras que o NPAS , Dilma NPs e os petistas querem nos impingir.






Um comentário:

  1. Belíssima retrospectiva, já havia esquecido de muita coisa.
    Gerude

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