sábado, 25 de outubro de 2014

Brasil no buraco, mais uma realização do governo Dilma NPS

[O texto abaixo é da coluna de Fernando Canzian publicada em 23/10 na Folha de S. Paulo. A única e isolada bandeira do governo Dilma NPS (Nosso Pinóquio de Saia) na área econômica e a do baixo desemprego. O que a madame e sua patota econômica não conseguem decifrar e resolver é como é que a economia persiste com inflação alta, juros altos e PIB praticamente estagnado.  Dilma NPS -- a economista que, quando era ministra-chefe da Casa Civil no governo do NPA (Nosso Pinóquio Acrobata, Lula), mentiu em seu currículo oficial que tinha feito mestrado e doutorado na Unicamp e depois, denunciada pela imprensa, reconheceu que era mentira -- não consegue entender esse imbróglio. 

É evidente a baixa produtividade da nossa mão de obra, entre outras mazelas do governo da madame, o que fez o Brasil ficar em 54º lugar entre 60 países analisados em 2014  pelo Institute for Management Development (IMD), escola de negócios com sede da Suíça. Isso significa que estamos jogando no mercado mão de obra desqualificada, estamos jogando quantidade sem qualidade. No Brasil, a coleta e a análise de dados ficou a cargo da Fundação Dom Cabral, instituição privada de ensino dedicada à área de negócios. Esta informação é dada por um órgão estatal, a Agência Brasil do Portal EBC. Outro fator importante nessa queda de eficiência e de competitividade da nossa indústria é absurda tributação que o governo federal lhe impõe. Esses detalhes todos extrapolam a miopia intelectual específica de Dilma NPS e de sua curriola econômica.]

Brasil no buraco

Fernando Canzian -- Folha de S. Paulo, 23/10/2014

Pesquisa Datafolha de ontem (22/10) mostra que os brasileiros caminham despreocupadamente neste final do governo Dilma Rousseff. Há otimismo geral quanto ao emprego, poder de compra, situação do país e a pessoal. Passadas as eleições, o tombo pode ser maior entre os mais incautos.

A melhor notícia do governo Dilma na área econômica é o emprego: taxa de 4,9%. Isso caracteriza, praticamente, situação de pleno emprego. Mas o custo por trás dessa taxa positiva não está visível; e terá de ser pago no médio e longo prazos. Os quadros abaixo tentam mostrar esses desafios. Eles comparam indicadores essenciais da economia. Como Dilma pegou o país a partir de janeiro de 2011 e como está terminando seu mandato.



A taxa de desemprego é a melhor notícia (caiu de 6,7% em 2010 para 4,9% agora). Mas o que vem por baixo é extremamente preocupante, a começar pela situação das contas externas.

Em 2014, o Brasil vai precisar de financiamento externo de mais US$ 80 bilhões (R$ 200 bilhões) para tapar o buraco em sua conta corrente com o resto do mundo. Esse déficit passou de 2,2% do PIB em 2010 para 3,8% agora. É o terceiro maior rombo do mundo. Isso ocorre em grande medida porque o país terá um superávit comercial (diferença entre exportações e importações) de pífios US$ 700 milhões neste ano, contra mais de US$ 20 bilhões em 2010.

Menos dólares entrando via comércio exterior e mais necessidade de financiamento externo pressionam para cima a cotação do dólar. O que torna mais caras as importações que competem com bens produzidos no Brasil, dificultando o combate à inflação.


No quadro acima, o retrato do que vivemos hoje, apesar do pleno emprego. Inflação alta, juros elevados e crescimento do PIB perto de zero.

Normalmente, quando um país cresce pouco, a tendência da inflação é ficar muito baixa, como ocorre hoje nos países avançados. No Brasil, temos essa estranha combinação de baixa atividade e preços furando o teto da meta de inflação do Banco Central a todo momento.

Isso tem forçado o Banco Central a elevar os juros. E Dilma entregará neste ano uma taxa básica (a Selic) maior do que a que herdou do governo Lula, com impactos importantes no aumento da dívida pública brasileira.


Como mostra o quadro acima, além de ter aumentado os juros, Dilma diminuiu de forma acentuada a poupança que o governo faz para abater encargos sobre a dívida pública (o chamado superávit primário). Essa poupança, que equivalia a 2,8% do PIB em 2010, deve ficar em 1,3% neste ano. O resultado é que a dívida pública aumentou, minando a confiança de investidores em financiar mais esse rombo do governo.

O ciclo pode se tornar muito nocivo, à medida que o mercado pode começar a pedir juros cada vez mais elevados para financiar a dívida pública, agravando o problema ao longo do tempo.

O destaque no quadro para a chamada "taxa de investimento" é necessário porque aí está a razão de todos os grandes problemas atuais.

O PIB é composto de vários itens, como consumo das famílias, agronegócio, etc. A "taxa de investimento" é quanto os empresários tiram do bolso para ampliar ou abrir novos negócios. Ela é fundamental para fazer o país crescer sem inflação e com mais produtividade.

Dilma e suas medidas erráticas na economia levaram a uma retração recorde na confiança dos empresários em investir durante o seu governo. A "taxa de investimentos" como proporção do PIB despencou, de quase 22% ao final da era Lula para 16,5% agora. O consenso é que essa taxa, no Brasil, deveria estar em 25% para o país crescer de forma sustentada e sem inflação.

A raiz dos desarranjos atuais é, primordialmente, essa: desconfiança dos donos do dinheiro em relação ao governo. Seja quem for eleito no domingo, a prioridade é parar de cavar esse buraco.

Um comentário:

  1. Parece que o buraco vai aumentar, se ela optar por um ministro da fazenda da sua confiança (em quem ela possa mandar).

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