segunda-feira, 9 de junho de 2014

Estado paquidérmico e ineficiente -- estatal Chesf conclui sistema de transmissão com 2 anos de atraso. Alguém foi responsabilizado e punido por isso?

[Em setembro de 2012 fiz uma postagem que denunciava que 32 parques eólicos estavam ociosos porque a estatal Chesf - Companhia Hidrelétrica do São Francisco, do grupo Eletrobras, foi relapsa na construção do sistema de transmissão que ficou sob sua responsabilidade após leilão realizado em 2009. O jornal Valor Econômico informou em 30/5 que, finalmente, a Chesf concluiu aquele sistema, com 2 anos de atraso. Os prejuízos causados ao país foram imensos mas, como sempre, ninguém foi ou será responsabilizado e preso por má gestão de dinheiro público, incompetência, lucros cessantes e outros danos ao país. Reproduzo a seguir a reportagem do jornal. O que estiver entre colchetes e em itálico é de minha responsabilidade.]

Apesar da entrega de linhas de transmissão no Nordeste, que estavam atrasadas há dois anos, os ventos não ajudaram o Brasil a produzir mais energia elétrica no começo do ano, período de entressafra dos ventos no país. Os parques eólicos em operação comercial produziram apenas 630 MW médios em março, o que representou 14% menos que o total produzido em fevereiro e 17% abaixo do volume gerado em janeiro, segundo informações contidas em relatório da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).

Em relação a março de 2013, os aerogeradores instalados no país produziram um volume 2% maior de energia. No entanto, a capacidade instalada das usinas aumentou 36%, totalizando 2,758 mil MW médios. Em março, foram conectados ao sistema 18 novos parques no Nordeste, onde está localizada a maior parte das turbinas. Mas a quantidade de ventos foi ainda pior na região, onde o volume gerado em março ficou 3% abaixo do produzido em igual período do ano passado.



Capacidade de geração eólica no Brasil cresceu 36% entre março de 2013 e o mesmo mês de 2014 - (Gráficos: Valor Econômico).

Segundo a presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), Élbia Melo, essa queda em março não é uma surpresa nem preocupa, por se tratar de um período de menos ventos. A geração eólica atinge seu pico de junho a dezembro, durante o período seco no país. Quando chove muito venta pouco, e vice-versa. Em abril, afirmou a presidente da Abeeólica, a geração a partir dos ventos no país já atingiu a marca histórica de 1 mil MW.

Neste ano, diz Elbia, a expectativa é que as usinas eólicas comecem a contribuir de forma mais significativa para o abastecimento elétrico nacional devido à entrada em operação das linhas de transmissão na Bahia e no Rio Grande do Norte. Esses empreendimentos, que estão sendo construídos pela Chesf, do grupo Eletrobras, deveriam estar prontos em 2012. "O problema do atraso das linhas de transmissão está totalmente resolvido", disse Élbia. [Por envolver uma estatal inadimplente, essa "solução total" deveria ser transparentemente ser tornada de conhecimento dos contribuintes -- esses dois anos de atraso certamente acarretaram prejuízos gigantescos a quem construiu os parques eólicos, fez contratos com base na energia programada e ficou 2 anos a ver navios.]

A Chesf entregou ontem [29/5] a última linha de transmissão que faltava, no interior da Bahia, informou a executiva. Com isso, os primeiro parques eólicos da Renova na região, que possuem 300 MW de potência instalada, poderão ser conectados à rede elétrica nacional (SIN). A Renova informou que, após a energização das linhas de transmissão pela Chesf, terá até 30 dias para começar a entregar energia dos empreendimentos no interior da Bahia, que fazem parte do projeto Alto Sertão. Esses serão os primeiros parques da companhia que vão entrar em operação.

A entrega das linhas de transmissão pela Chesf elimina um gargalo na infraestrutura do país e aumenta a oferta de energia limpa em um momento crítico para o país, que enfrenta uma das piores secas na região Sudeste. Como não havia conexão, a energia de muitos parques eólicos não estava sendo injetada na rede elétrica. Esses parques possuem uma potência instalada de 600 MW. Segundo Élbia, ainda há um atraso na construção das linhas de transmissão dos parques eólicos vendidos em 2013, mas, neste caso, espera-se que as obras atrasem menos, em torno de um ano, e que fiquem prontas nos próximos meses. [É esse Estado incompetente e relapso que Dilma NPS (Nosso Pinóquio de Saias) quer ver cada vez mais presente e atuante na nossa economia.]

Como os parques entraram em operação no fim de março, isso acabou afetando os índices de eficiência em março, a relação entre o volume gerado e a capacidade instalada. Esse fator caiu para 23% em março, após ter atingido 30% em igual período do ano passado, segundo a CCEE.

A eólica tem sido a fonte de energia mais vendida nos últimos leilões de novos empreendimentos promovidos pelo governo federal e pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Isso porque os preços por megwatt-hora oferecidos pelos investidores tornaram-se altamente competitivos, chegando a ficar abaixo de R$ 100 no certame realizado em setembro de 2012. Na época, a queda preocupou até mesmo os empresários do setor eólico. Mas, no certame realizado no fim do ano passado, o preço médio já foi de R$ 124 por MWh, considerado um patamar mais realista.

[Ver postagem anterior relacionada a esse tema.]

















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