quinta-feira, 8 de maio de 2014

Em matéria de finanças pessoais o brasileiro é, em geral, um pateta

[Algo que chama logo a atenção no Brasil é o baixíssimo nível de poupança interna, mesmo em comparação a países vizinhos de menor pujança econômica. Contribui inevitavelmente para isso a despreocupação crônica dos nossos governos com qualquer tipo de educação e estímulo à poupança, em qualquer nível -- seja financeiramente, no uso da água, no uso da energia, no planejamento eficiente de atividades, e por aí vai. Essa situação se agravou nos governos petistas -- e, em particular, no governo de Dilma NPS (Nosso Pinóquio de Saias) -- com um estímulo demagógico e irresponsável ao consumismo, para transmitir uma falsa impressão de bem-estar social. A reportagem abaixo de Julia Wiltgen, da Exame.com, foi publicada em 06/5 e retrata o triste perfil do brasileiro em matéria financeira. O que estiver entre colchetes e em itálico é de minha responsabilidade.]

5 dados alarmantes sobre a vida financeira dos brasileiros

Julia Wiltgen -- Exame.com, 06/5/2014


Pesquisa mostra que brasileiros têm dívidas caras, mas não sabem quanto pagam de juros, e ainda estão longe de investimentos além da poupança



Dinheiro voa pela janela: 30% das pessoas não investem em nada, e 29% das pessoas não conversam com os parceiros sobre dinheiro - (Ilustração: Exame.com).

Os brasileiros costumam usar linhas de crédito caras, como cheque especial e cartão de crédito, e não sabem quanto pagam de juros. Esta é uma das conclusões de uma pesquisa sobre os hábitos financeiros dos brasileiros feita pela Ilumeo, em parceria com a Ricam Consultoria, do economista Ricardo Amorim.

Além disso, um percentual grande de pessoas tem péssimos hábitos financeiros, como não dialogar com os parceiros amorosos sobre dinheiro, não investir em nada ou apenas na caderneta de poupança, gastar acima do planejado ao ir às compras ou sequer manter uma planilha de orçamento pessoal, com seus gastos anotados.

O estudo foi feito pela internet nos dias 16 e 17 de abril deste ano com 1.155 brasileiros com idades entre 18 e 60 anos, das classes A, B e C de 255 municípios, em todas as regiões do país. Veja a seguir cinco dados preocupantes retirados do levantamento:

1 A maioria não sabe quanto paga por dívidas caras
A pesquisa mostrou que 60% dos brasileiros já ficaram com a conta no vermelho alguma vez, isto é, usaram o cheque especial. Porém, 69% das pessoas não sabem quanto pagam de juros nesta que é a segunda linha de crédito mais cara do país.
Além disso, 68% dos entrevistados disseram ter cartão de crédito, mas 66% deles não sabem exatamente quanto pagariam de juros caso atrasassem o pagamento da fatura. Lembrando que o rotativo do cartão é atualmente a dívida mais cara.
2 Alguns casais têm sérios problemas financeiros
Nada menos que 29% das pessoas não conversam com seus parceiros amorosos sobre questões financeiras. Além disso, apenas metade dos entrevistados diz estar em sintonia com o parceiro sobre o que fazer com o dinheiro que sobra mensalmente. Outros 28% sequer sabem quais são os planos do parceiro para esses recursos, e 23% acreditam que os dois têm planos diferentes.
3 Um terço dos endividados não planejou sua dívida
Em relação a endividamento, 63% das pessoas têm algum tipo de dívida no momento, e 32% delas não sabem em quanto tempo a quitarão.
4 O planejamento financeiro deixa a desejar
Apenas 32% dos entrevistados anotam todos os seus gastos em uma planilha ou algo que o valha. Outros 32% nunca anotam seus gastos, e 36% anotam só as maiores compras. Além disso, 69% das pessoas acham que têm gastos supérfluos que poderiam ser cortados.
Na última vez em que foram ao shopping, ao supermercado ou saíram de férias, de 30% a 40% das pessoas admitiram ter gastado mais do que planejavam. Veja na tabela [do artigo] como os entrevistados se saíram no seu planejamento.

5 Investimento ainda é conceito distante

Embora boa parte das pessoas já tenha ouvido falar de investimentos como previdência privada (66%), ações (59%), fundos de ações (39%), CDBs (31%) e fundos imobiliários(31%), 64% dos entrevistados só investem em poupança, o investimento mais conhecido. Pior, 30% não investem em absolutamente nada. [Ver gráficos do artigo.]

[Na ilustração abaixo, disponível no site da Ilumeo (uma das responsáveis pela pesquisa acima), vê-se um resumo gráfico do que foi dito acima (clique na imagem para ampliá-la):


No site da Ricam Consultoria, a outra executante da pesquisa acima, encontram-se informações adicionais sobre a pesquisa. O gráfico abaixo nos dá outro resumo visual da pesquisa:










Um comentário:

  1. Nada de surpreendente nas avaliações. Para cuidar de finanças, é preciso que se saiba aritmética e se queira planejar algum futuro de forma metódica. E alguém reconhece tais características no brasileiro típico, que acredita que Deus é brasileiro? Pois é! O que interessa mesmo são os feriados, ganhar a copa, soltar balão e tomar um porre. Arre!

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