sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Família Sarney, um deboche e uma afronta ao Maranhão e ao País

O clã Sarney e sua curriola dominam o Maranhão desde 1966, com exceção de um período de dois anos. São portanto quase cinco décadas (45 anos) de domínio absoluto de uma mesma família sobre o segundo maior estado do Nordeste e o oitavo maior estado do país, com uma população de quase 7 milhões de habitantes. Um dado apenas define e resume o que tem sido a atuação desastrosa e criminosa dessa família para os maranhenses: o Maranhão (com nota 0,639) ficou em penúltimo lugar na avaliação geral feita pelo Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil 2013, divulgado em 29/7/2013 pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) e o PNUD (Programa das Nações Unidas pelo Desenvolvimento no Brasil), ficando à frente apenas do estado de Alagoas, que obteve resultado 0,631. 

Não bastasse isso, o estado vive há quase um mês uma onda de terror medieval na penitenciária de Pedrinhas, com cenas brutais de degola e esquartejamento de presos, e estupros de familiares de presidiários nos dias de visitas. A selvageria em Pedrinhas já deixou 62 detentos mortos no período de um ano. Tudo isso ocorre sob a administração de Roseana Sarney, que exerce seu quarto mandato de governadora do estado e que, por sinal, coleciona alguns escândalos em suas gestões, como o caso Lunus em 2002 . Hoje, o Globo revela que a empresa Atlântica Segurança de Luiz Carlos Cantanhede Fernandes, ex-sócio do marido de Roseana, Jorge Murad, foi contratada para atuar nos presídios maranhenses, tendo recebido para isso mais de R$ 20 milhões do governo Roseana em 2012 e 2013. Por mais uma coincidência sarneysiana, Cantanhede e Murad foram personagens centrais do caso Lunus. 

Do alto de sua sabedoria sarneysiana coronelista, de profundidade capilar, Roseana já decifrou a charada, explicando que a onda de violência no seu estado ocorre porque o Maranhão está mais rico.  Ou seja, sua casa está com mais goteiras porque a chuva aumentou. Roseana matou o pau e mostrou a cobra.

Como se isso tudo ainda não bastasse, Dona Roseana resolve licitar uísque escocês, champanhe e caviar para coquetéis e eventos oficiais, no meio dessa crise toda. Enquanto isso, em cadeia superlotada no MA presos comem arroz e galinha crua.

Como já entramos no ano da eleição presidencial, Dilma NPS (Nosso Pinóquio de Saias) -- que teoricamente deveria ser especialmente sensível a essa barbárie por ter sofrido e testemunhado torturas -- fechou-se em silêncio sepulcral e ensurdecedor, para não melindrar um dos principais caciques do PMDB (Sarney, o outro é Renan Calheiros), partido vital para suas pretensões eleitorais no Nordeste. O máximo que nossa doce e terna ex-guerrilheira fez foi despachar seu ministro da Justiça para São Luiz, para mais uma missão de vaca de presépio. E la nave va, como se estivéssemos no melhor e mais tranquilo dos mundos. Vou parar por aqui, para que não nos afoguemos todos em bílis e revolta.

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