sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

União Europeia tem nota rebaixada pela Standard & Poor's

[As agências de classificação de risco são um desses paradoxos mais incríveis dos chamados "tempos modernos". Com um poder impressionante e até agora incontestado, essas instituições derrubam países com uma canetada, tornaram-se superpoderes supranacionais e não são fiscalizadas ou reguladas por ninguém.  Se alguém duvidava ainda do poderio dessas agências, perdeu de vez essa dúvida quando em agosto de 2011 a Standard & Poor's (S&P) rebaixou a nota dos EUA de AAA para AA+, fato inédito na economia mundial. O governo americano acusou a S&P de fraude nesse rebaixamento e acionou-a na justiça em fevereiro deste ano de 2013, exigindo uma indenização de US$ 5 bilhões.  Do outro lado do Atlântico, a União Europeia tenta desde 2011 reduzir o poder dessas agências. E, não bastasse esse aspecto, há ainda um conflito ético e de interesses subjacente a esse poder classificatório, porque essas agências são pagas por empresas e instituições que analisam e classificam.

Demonstrando novamente sua força e sua absoluta indiferença ao choro e ranger de dentes que provoca, uma dessa agências -- a mesmíssima S&P que rebaixou os EUA -- acaba de baixar a nota da União Europeia (UE), como nos revela a notícia abaixo da Folha de S. Paulo de hoje.]

A agência de classificação de risco Standard & Poor's rebaixou a nota da União Europeia por riscos crescentes nas negociações sobre os orçamentos dos países membros do bloco.

As notas concedidas pelas agências de classificação são uma espécie de selo de qualidade que indicam os riscos de uma economia dar calote. A União Europeia tinha a melhor nota na escala da agência, "AAA". Agora passa a ser avaliada no segundo degrau de risco: "AA+".

A Standard & Poor's já havia colocado a economia do bloco em perspectiva negativa desde 2012. Desde então, já reduziu as notas de classificação da França, Itália, Espanha, Malta, Eslovênia, Chipre e Holanda.

A agência cita uma piora da coesão entre os países e o risco de recusa em cumprir as regras do bloco para os orçamentos. "Em nossa visão, as negociações orçamentárias se tornaram mais acirradas, sinalizando o que consideramos ser riscos crescentes ao apoio da UE provenientes de alguns países-membros".


Notas de Risco - Escala de ratings globais das agências (clique na imagem para ampliá-la) - (Ilustração: Editoria de Arte/Folhapress).


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