segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Cartas que mudam a história

[A notícia abaixo, do blogue de Sonia Racy, foi publicada em 14/12 no Estadão. O que estiver entre colchetes e em itálico é de minha responsabilidade.]


Foto: Reprodução

Quando se pensa que não há mais nada para se descobrir sobre a monarquia brasileira, eis que surge correspondência inédita de Dom Pedro Augusto de Saxe-Coburgo e Bragança. São 42 cartas, de uma coleção particular, que fazem referência aos eventos pré-queda da monarquia, à evolução da doença do príncipe (ele morreu louco, em 1934, na Áustria) e às desavenças entre o Conde d’Eu e seus sobrinhos. Vale lembrar que, se não fosse a proclamação da República, em 1889, o príncipe tinha grandes chances de se tornar D. Pedro III. Filho da princesa Dona Leopoldina, caçula de Dom Pedro II, ele era o neto preferido do imperador.

Segundo sua biógrafa, Mary del Priore, as cartas vão ajudar a entender um pouco mais sobre o segundo ramo dinástico da família imperial brasileira – que reina na Bélgica até os dias de hoje. E também auxiliarão a historiadora na preparação de um filme baseado em seu livro O Príncipe Maldito, que ficará pronto em 2014. O longa fará parte das homenagens aos 80 anos da morte de Dom Pedro Augusto.

O lote inteiro (incluindo a foto acima, tirada em Cannes, em 1888) foi colocado à venda no site Estante Virtual.

[Acabei de ler há pouco o livro "O Castelo de Papel", da historiadora Mary del Priore citada acima (Ed. Rocco, 2013) -- emprestado por um amigo -- que aborda os bastidores das relações entre a princesa Isabel (Isabel Cristina Leopoldina Augusta Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga de Bragança e Bourbon) e o Conde d'Eu desde o acerto de seu casamento -- feito exclusivamente por razões e interesses de Estado, como costumeiro entre as casas reais -- até o final da monarquia. Achei o livro de leitura chatíssima, o estilo da autora é maçante, repleto de exclamações. Além disso, o quadro que ela descreve da nossa monarquia e de D. Pedro II é simplesmente deprimente -- dando à autora a presunção da correção, até prova em contrário, a família imperial e seu entorno, e a maneira como conduziu e conduzia o país principalmente no período final de sua vigência, com o imperador já claudicante, compunham um cenário simplesmente lamentável.


A princesa Isabel e o conde d'Eu, em foto de 1864 - (Fonte: Folha de S. Paulo)].



Nenhum comentário:

Postar um comentário