quinta-feira, 10 de outubro de 2013

A inesgotável baixaria da política nacional

A política que se pratica no Brasil nunca foi algo recomendável a menores de idade e a pessoas decentes, mas a coisa piorou hiperbolicamente na última década com a ascensão do PT ao poder. Fatos e provas se acumulam a mancheias, os petistas não têm como escondê-los.

Quando a gente pensa que se atingiu o fundo do poço da baixaria, da imoralidade e da indecência cívicas, os políticos nos surpreendem com a criatividade típica dos marginais. Afinal, este é o país em que se plantando, tudo dá, principalmente quando adubado com esterco humano.  O espetáculo deprimente da vez foi o da criação de novos partidos, a dança de políticos mudando de poleiros, e as manobras explícitas e implícitas -- todas deploráveis em termos éticos -- do Planalto e do Congresso para se protegerem contra "ameaças" eleitorais.

Criaram-se dois novos partidos -- chegamos a 32 -- e 50 deputados se transferiram para eles, como coristas que mudam de cabaré em busca de novos e melhores cachês. Se estão fazendo upgrade, downgrade ou evengrade não importa, o importante é rechear as carteiras, se possível a curtíssimo prazo. O jornalista Merval Pereira denunciou na tevê que a mudança de palco estava sendo feita à base de R$ 2,00 por voto -- como ninguém o desmentiu, essa é a verdade mínima. Há um deputado mineiro, por exemplo, que teve 75.000 votos na última eleição e que já mudou de partido 5 vezes (o caso dele é rodar a bolsinha). Esse cara embolsou só agora R$ 150.000,00 -- no mínimo -- p'ra mudar novamente de partido. E esses partidos-cabarés novos e essa gentalha  moralmente vazia serão financiados com dinheiro público, através do Fundo Partidário.  É a velha e recorrente prostituição dos costumes políticos.

Um caso à parte foi o teatro do pedido de criação do partido Rede Sustentabilidade, da ex-ministra Marina Silva, que já começou inovando com um nome ridículo e idiota. O que Dona Dilma -- o Nosso Pinóquio de Saias, NPS -- e o Congresso fizeram para inviabilizar essa criação não está nem no gibi da máfia. Até onde o TSE - Tribunal Superior Eleitoral funcionou como vetor dessa barração não se sabe, mas o fato é que a tal sustentabilidade não se susteve e o pretenso partido de Dona Marina -- a ex-ministra de olhos muito mais fundos do que sua capacidade demonstrada de gerir qualquer coisa maior do que um pedido de registro eleitoral -- sucumbiu na praia, rodeada de banhistas togados.

A história correta do sepultamento do Rede Sustentabilidade para 2014 -- e quiçá para outros futuros, tendo em vista as novas regras criadas casuisticamente ontem pelo Congresso para dificultar a formação de novos partidos -- está ainda por ser contada. No seu malabarístico discurso de adesão ao PSB, numa cambalhota lato sensu que deixou atônitos governo e oposição, Dona Marina falou em 920.000 assinaturas conseguidas, das quais mais de 500 mil teriam sido "garfadas" -- segundo ela -- impedindo a obtenção do quorum mínimo de 492 mil assinaturas exigido pela legislação eleitoral vigente. O número oficial de assinaturas válidas informado pelo TSE foi de 442.500, com a invalidação de 95.000 assinaturas em cartório "sem justificação expressa", segundo um ministro do próprio TSE. Essa história cheira mal por todos os lados. Pela contabilidade da ex-ministra "sumiram" cerca de 500 mil assinaturas que validariam a criação de seu partido, que sequer constam do registro oficial do TSE -- alguém(ns) está(ão) mentindo nessa história.

É nesse ambiente e clima de pocilga que se desenrolará a eleição de 2014.

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