terça-feira, 27 de agosto de 2013

Bolívia: o Davi que conseguiu um Golias sob medida e trapalhão

A história da fuga para o Brasil do senador boliviano asilado em nossa embaixada em La Paz havia 455 dias, em carros oficiais com placas diplomáticas brasileiras e com escolta de fuzileiros navais brasileiros, é dessas coisas inacreditáveis que jogam no lixo nossa diplomacia e expõem o país ao extremo ridículo no cenário internacional e, muito especialmente, na América do Sul.  Com esse feito incrível o governo Dilma se autocondecorou com uma medalha de latão, tendo gravada a pata de uma besta quadrada, e em vez da tradicional faixa em diagonal no peito uma tipoia em cada braço com as cores da Bolívia e do Brasil, tudo arrematado com um chapéu napoleônico. Já a cauda do quadrúpede não dá p'ra disfarçar.

Não tenho a menor dúvida do papel preponderante  da doce e terna Dona Dilma em mais essa lambança de seu governo. Uma presidente autoritária, prepotente e completamente deselegante com um ministro fraco, de baixa estatura física e técnica, que não se impõe, num terreno minado como o de política externa, dão a receita infalível para uma palhaçada como essa. E logo com a Bolívia, que já nos fez poucas e boas por causa do jeito frouxo e atabalhoado do petista NPA de lidar com ela.

Nada se explica, se aproveita e se salva nessa ópera bufa: - i) o encarregado de negócios (substituto temporário do embaixador) de nossa embaixada em La Paz diz ter decidido por conta própria, sem pedir autorização a nenhum de seus superiores, retirar da nossa representação diplomática e trazer ao Brasil o principal opositor de Evo Morales e por ele acusado de corrupção, ali asilado há mais de um ano. - ii) Para isso, usa dois veículos oficiais com placas diplomáticas e um fuzileiro naval em cada carro e viaja 22 h em território boliviano até chegar a Corumbá, onde o senador boliviano é recebido pela Polícia Federal sem delongas e problemas, com o reforço da presença de um senador oportunista brasileiro.

Para acrescentar um temperozinho adicional a esse mexido, imaginemos que nossa caravana holiday diplomática fosse atacada por traficantes de coca (diz-se que ela atravessou áreas do tráfico, o que não deve ser difícil nem impossível numa rota de 1.600 km na Bolívia) ou mesmo pela polícia boliviana, e houvesse morto(s) de ambos os lados, ou mesmo só de um. O resto desse enredo deixo por conta dos amantes dos filmes e histórias do 007.

Agora, começam a pipocar mil e uma histórias um tanto mirabolantes dos bastidores dessa palhaçada, incluindo a de que teria havido "sinalização" ou "sugestão" do governo boliviano para essa fuga do asilado. Isso é tão inverossímil e ridículo que é melhor esquecê-lo -- a menos que nossa diplomacia tenha se diplomado no Pinel. Consta também, agora, que teria havia um diálogo pesado do encarregado de negócios Eduardo Sabóia com o chanceler Antonio Patriota, com o primeiro pedindo ao segundo que lhe mandasse por escrito -- o que não teria ocorrido -- a ordem para que não empreendesse o transporte do político asilado boliviano para o Brasil. Tudo com jeito de relatório de clínica psiquiátrica, dessas que têm pacientes em surto permanente.

Consta também que o encarregado de negócios Eduardo Sabóia teria dito que "escolhi proteger um perseguido político, como Dilma foi perseguida". Se ele realmente disse isso, além de idiota é um puxa-saco.

Nessa história toda, Evo Morales está como o diabo gosta. Há pouco tempo movimentou toda a comunidade latino-americana, que lhe rendeu solidariedade e homenagens por conta da estúpida discriminação que sofreu de países europeus que fecharam seus céus para a passagem de seu avião presidencial. Agora, o Golias de araque da América do Sul mete mais uma vez os pés pelas mãos, espeta o sorvete na testa e lhe entrega de bandeja uma agressão à soberania do país. Vixe Maria!


3 comentários:

  1. Duvido que n~~ao tenha havido colaboração do Governo da Bolívia, pois desta forma livrou-se de um tremendo impecílio.
    ]NUNES

    ResponderExcluir
  2. Reparei no biquinho da Dilma sentada ao lado de Obama na reunião dos + 20 na Russia.
    Obama deve ter "tremido de medo " , no diálogo que teve com a guerrilheira. Não pelo rompante dela , mas pela sua cara feia.

    ResponderExcluir
  3. Reparei no biquinho da guerrilheira sentada ao lado de Obama na reunião dos + 20 na Rússia.
    Obama deve ter tremido de medo no diálogo que travou com ela sobre a espionagem .Não pelo seu rompante , mas pela sua cara feia.

    ResponderExcluir