quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Codinome "Apalache": como os EUA espionam a Europa e a ONU

[O iceberg revelado pelas denúncias de Edward Snowden sobre as atividades de espionagem ilícita da NSA, agência de segurança nacional americana, revela-se cada vez mais gigantesco, onipresente e incômodo. O artigo traduzido abaixo, de autoria de Laura Poitras, Marcel Rosenbach e Holger Stark, foi publicado em 26/8 no site da Der Spiegel Online.  Para nós, humildes mortais, é praticamente impossível ter uma ideia do nível real de intromissão dos americanos na vida e atividades de países, empresas, políticos e cidadãos comuns. Apesar de sua extensão, traduzi o texto integral dadas as informações que  contém. O que estiver entre colchetes e em itálico é de minha responsabilidade.]

O presidente Obama prometeu que as atividades de espionagem da NSA visavam exclusivamente prevenir ataques terroristas. Mas, documentos secretos dessa agência de inteligência mostram como os EUA espionam a Europa, a ONU e outros países. 

O prédio da União Europeia (UE) na Terceira Avenida em Nova Iorque é uma torre de escritórios de fachada cintilante e uma vista impressionante do East River. Chris Mathews, adido de imprensa da UE junto à ONU, abre a sala de embaixadores no 31° andar, aponta para a longa mesa de reuniões e diz: "É aqui que todos os embaixadores dos nossos 28 membros se reúnem todas as terças às 09h00". É o lugar onde a Europa busca criar uma política comum na ONU.

Para assinalar a abertura oficial dos novos escritórios da delegação em setembro de 2012, o presidente da Comissão da UE José Manuel Barroso e o presidente do Conselho da UE Herman Van Rompuy se deslocaram de Bruxelas e o secretário-geral da ONU Ban Ki-moon estava presente como convidado de honra. Para a "velha" Europa -- que financia mais de um terço do orçamento normal da ONU -- isso era uma confirmação de sua importância geopolítica.

Para a Agência de Segurança Nacional (NSA, em inglês), a poderosa organização de inteligência dos EUA, essas novas instalações eram sobretudo um desafio técnico. Um escritório novo significa paredes recentemente pintadas, fiação intocada e redes de computador recentemente instaladas -- enfim, muito trabalho para seus agentes. Enquanto os europeus estavam ainda se acostumando com seus escritórios novos e cintilantes, a equipe da NSA já havia conseguido as plantas baixas do prédio. Os desenhos executados pela imobiliária Tishman Speyer, de Nova Iorque, mostra com precisão e em escala a disposição dos escritórios. Agentes da NSA fizeram cópias ampliadas das áreas onde os servidores de dados estão localizados. Na NSA, a missão europeia perto do East River é referida pelo codinome "Apalache".

As plantas baixas citadas fazem parte dos documentos internos da NSA referentes às suas operações focadas na UE. Elas se originam do denunciante Edward Snowden e a Spiegel pôde vê-las. Para a NSA elas formavam a base para uma operação de coleta de dados de inteligência, mas para o presidente americano se tornaram agora um problema político.

Há apenas duas semanas atrás, Obama fez uma promessa ao mundo. "O principal que quero enfatizar é que não tenho interesse e o pessoal da NSA não tem interesse em fazer nada que não seja assegurar (...) que podemos evitar um ataque terrorista", disse ele em uma coletiva de imprensa improvisada às pressas na Casa Branca em 9 de agosto.  Ele disse que o único objetivo do programa era "conseguir informação antecipadamente (...) de modo que possamos executar aquela tarefa crítica", acrescentando: "não temos interesse em fazer nada além disso".  Depois, o presidente viajou para a ilha Martha's Vineyard, no Atlântico, para suas férias de verão.

A ampla faixa de novos programas de espionagem

A presença de Obama diante da imprensa foi uma tentativa para justificar moralmente o trabalho das agências de inteligência, declará-lo como sendo uma espécie de defesa de emergência. Sua mensagem foi clara: [informação de] inteligência só é coletada porque existe terrorismo -- e tudo que possa salvar vidas humanas não pode ser ruim. Desde e sempre depois dos ataques de 11 de setembro de 2001 essa tem sido a lógica que dá suporte a uma ampla faixa de novos programas de espionagem.

Com aquela afirmação na sala de imprensa da Casa Branca, Obama esperava eliminar a pressão, especialmente no front político doméstico. Em Washington, Obama enfrenta no momento a oposição de uma aliança inusitada entre democratas de esquerda e conservadores partidários do livre-arbítrio (libertarians). Ele têm o apoio de políticos veteranos como o congressista republicano Jim Sensenbrenner, um dos arquitetos do Ato Patriota [ver aqui], que foi utilizado para expandir maciçamente a espionagem na esteira do 11 de setembro. Em 24 de julho, uma proposta de lei que poderia ter restringido os poderes da NSA foi derrotada apenas por estreita margem de votos (217 a 205) na Câmara dos Deputados.

Até apoiadores fiéis a Obama como a democrata Nancy Pelosi, líder da minoria na Câmara dos Deputados, estão agora questionando o trabalho da agência de inteligência. Pelosi diz que o que lê na imprensa é "perturbador". Não foi senão na semana passada que vieram à tona notícias de que a NSA havia, ilegalmente, espionado dezenas de milhares de emails ao longo de vários anos [ver postagem anterior].

A aparição de Obama em público destinava-se a eliminar os receios e desconfianças de seus críticos.  Ao mesmo tempo, ele assumiu um compromisso. Deu garantias de que a NSA é uma agência limpa, que não está envolvida em nenhum trabalho sujo. Obama deu sua palavra sobre isso. O único problema é que, se os documentos internos da NSA são críveis, isso não é verdade.

Os documentos confidenciais vistos pela Spiegel demonstram quão sistematicamente os EUA selecionam como seus alvos outros países e instituições como a UE, a Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA, em inglês) em Viena e a ONU. Eles mostram como a NSA se infiltrou nas redes internas de computação da UE entre Nova Iorque e Washington, usou embaixadas americanas no exterior para interceptar comunicações e fez escuta em videoconferências de diplomatas da ONU. A espionagem é intensa e bem organizada -- e tem pouco ou nada a ver com contraterrorismo.

Visando governos estrangeiros

Em uma apresentação interna a NSA resume sua visão, que é ao mesmo tempo global e assustadoramente ambiciosa: "superioridade na informação".  Para conseguir esse domínio global, a NSA lançou diversos programas com nomes como "Dancingoasis" ("Oásis Dançante"), "Oakstar" ("Estrela de Carvalho") e "Prism" ("Prisma"). Alguns deles têm como objetivo prevenir ataques terroristas, enquanto outros focalizam atividades tais como fornecimentos de armas, tráfico de drogas e crime organizado. Mas, há outros programas, como "Blarney" ("Bajulação") e "Rampart-T" ("Muralha-T"), que têm um objetivo diferente: o da espionagem tradicional de governos estrangeiros.

O Blarney existe desde os anos 1970, e está enquadrado no Ato de Espionagem de Inteligência Estrangeira de 1978, pelo menos de acordo com documentos da NSA que afimam que ele está baseado na cooperação de pelo menos uma empresa americana de telecomunicações, que presta serviços à agência. A NSA descreve os alvos principais do programa como sendo "organização/estrutura diplomática, contraterrorismo, governo e economia estrangeiros". Aqueles documentos dizem também que o Blarney é uma das "fontes principais" do Resumo Diário para o Presidente, um documento altamente secreto que fornece cada manhã ao presidente informações concisas sobre assuntos de inteligência. Diz-se que, por ano, cerca de 11.000 informações são geradas pelo Blarney.

Não menos explosivo é o programa denominado pela NSA de "Rampart-T" que, segundo a própria agência, roda desde 1991. Ele tem a ver com "penetração de alvos difíceis no nível de lideranças ou próximo deles" -- em outras palavras, chefes de Estado e seus auxiliares mais próximos. Essa informação é dirigida "ao presidente e aos seus assessores da área de segurança". O Rampart-T está direcionado para cerca de 20 países, incluindo China, Rússia e também países do leste europeu.

Recentemente, os americanos desenharam um gráfico secreto que mapeia  que aspectos de quais países exigem [serviços de] inteligência. O resumo de 12 páginas, criado em abril, tem uma escala de prioridades que varia de vermelho "1" (o mais alto grau de interesse) a azul "5" (baixo nível de interesse).  Países como Irã, Coreia do Norte, China e Rússia são fundamentalmente coloridos de vermelho, significando que são exigidas informações adicionais em virtualmene todas as frentes.

Mas, a ONU e a UE estão listadas também como alvos de espionagem, com temas sobre estabilidade econômica ranqueados como de preocupação principal. São também focos de atenção a política comercial e a política externa (cada uma classificada no nível "3"), assim como segurança energética, produtos alimentícios e inovações tecnológicas (cada um classificado no nível "5").

Grampeando a UE

O ataque de espionagem à UE não é apenas uma surpresa para a maioria dos diplomatas europeus, que até agora acreditavam que mantinham laços amistosos com o governo americano.  É também digno de nota, porque a NSA tem utilizado repetidamente todo o repertório de ferramentas de coleta de informações -- e, aparentemente, tem usado essa abordagem por muitos anos até agora. De acordo com um resumo operacional de setembro de 2010, classificado como secreto, os americanos não apenas se infiltraram na missão da UE na ONU em Nova Iorque mas também na embaixada da UE em Washington, dando ao edifício no coração da capital americana o nome de código de "Magothy".

De acordo com esse documento secreto, a NSA visou as missões europeias de três maneiras:
  • as embaixadas em Washington e Nova Iorque estão grampeadas;
  • na embaixada em Nova Iorque os discos rígidos foram copiados;
  • na embaixada em Washington agentes se infiltraram também na cablagem interna da rede de computadores.
A infiltração em ambas as embaixadas da UE deu aos especialistas de Fort Meade [sede da NSA] uma vantagem inestimável:  garantiu aos americanos acesso contínuo ao que lhes interessava, mesmo se temporariamente perdessem contato com um dos sistemas -- devido, por exemplo, a uma atualização técnica ou porque um administrador da UE pensasse ter encontrado um vírus.

As embaixadas estão lincadas através de uma chamada rede privada virtual (VPN, em inglês).  "Se perdermos o acesso a um site, podemos imediatamente recuperá-lo percorrendo a VPN pelo outro lado e fazendo uma "janela" (sic) (punching a whole out (sic)", disseram os técnicos da NSA durante uma apresentação interna.  "Fizemos isso várias vezes quando ficamos isolados de Magothy".

É digno de nota que a manutenção dos sistemas de dados das embaixadas da UE nos EUA é feita por técnicos em Bruxelas -- Washington e Nova Iorque estão conectadas à rede ampla da UE. Não está claro se a NSA conseguiu chegar até Bruxelas em sua infiltração. O que é certo, no entanto, é que a NSA sabia muito de assuntos internos da NSA a partir de Bruxelas, como demonstrado por um relatório confidencial de 2005 relativo à visita do diplomata americano de alto nível Clayland Boyden Gray a Fort Meade. Gray estava a caminho de Bruxelas como o novo embaixador americano junto à UE. Antes de deixar os EUA, foi convidado pelo departamento correspondente da NSA a ir a Fort Meade, onde lhe foi permitido dar uma olhada no baú de tesouros da agência. O embaixador foi "informado sobre os recursos disponíveis e as limitações da NSA na coleta de informações na Europa", diz o documento.

Gray recebeu uma seleção de relatórios interceptados e grampeados, relativos a diplomacia, negócios e comércio exterior, junto com informações sobre seus futuros contatos na UE. "Não tinha ideia de que receberia informação tão detalhada", disse pasmo o diplomata depois, segundo documentos da NSA. Aquilo era "fabuloso" disse ele, acrescentando: "Vocês da NSA estão se tornando meus novos melhores amigos". 

Além de sua infiltração na UE, os americanos estão grandemente interessados em espionar a ONU e a Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA, em inglês). À IAEA foi dada a classificação vermelho "1" na área de controle de armas, enquanto na ONU o foco está em política externa (nível "2") juntamente com direitos humanos, crimes de guerra, temas ambientais e matérias primas (nível "3", cada um).

A NSA tem uma equipe própria baseada na ONU, com cada especialista dela disfarçado como diplomata. Uma equipe secreta vai regularmente de Washington a Nova Iorque para reforçar a equipe da ONU antes de cada Assembleia Geral. Mas, os americanos grampeiam as comunicações da ONU no dia a dia onde for possível -- e têm sido particularmente bem sucedidos nisso já por algum tempo, como o departamento correspondente da NSA orgulhosamente relatou em junho de 2012. Num relatório sobre a situação dos trabalhos escreveram que tinham conseguido "um novo acesso às comunicações internas da ONU".

Espiões espionando espiões

Além disso, técnicos da NSA que trabalhavam para o programa Blarney conseguiram decodificar o sistema interno de televideoconferências (VTC) da ONU. A combinação daquele novo acesso à ONU com o código decifrado levou a "uma dramática melhora na qualidade dos dados de VTC e na capacidade de decodificar o tráfego de VTC", o que foi registrado pelos agentes da NSA com grande satisfação: "Esse tráfego nos está trazendo VTCs internos da ONU (viva!)". Dentro de apenas menos de três semanas, o número de comunicações decodificadas aumentou de 12 para 458.

Vez ou outra essa espionagem beira o absurdo, de uma maneira que cairia bem num romance de John le Carré. De acordo com um relatório interno seu, a NSA apanhou os chineses espionando a ONU em 2011. A NSA conseguiu penetrar nas defesas do adversário e "se infiltrar no conjunto de sinais de inteligência  (SIGINT - signal intelligence) dos chineses", como está dito num documento da NSA que descreve como os espiões estavam espionando os espiões. Com base nessa fonte, a NSA alega ter conseguido acesso a três relatórios sobre "eventos correntes de alto interesse e alto perfil".

Os documentos internos da NSA são de mesmo nível e natureza que as instruções oriundas do Departamento de Estado, que a então secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton emitiu em julho de 2009. Com o relatório de 29 páginas denominado "Necessidades quando à prestação e coleta [de informações]: as Nações Unidas", o Departamento de Estado exortou seus diplomatas a coletar informações sobre os principais atores na ONU. De acordo com esse documento, os diplomatas foram solicitados a coletar números de telefones, de celulares, de bipes e de equipamentos de fax.  Foi-lhes requerido que levantassem catálogos de telefones e de emails, números de cartões de crédito e de cartões de milhagens, listas de atividades (duty rosters), senhas e até dados biométricos.

Quando a Spiegel informou sobre essa correspondência oficial lá em 2010, o Departamento de Estado tentou contornar a crítica dizendo que estava simplesmente ajudando outras agências. Na realidade, entretanto, como os documentos da NSA mostram agora claramente, as instruções do Departamento serviram de base para várias operações clandestinas visando a ONU e outros países.

Especialistas na ONU há muito suspeitavam de que a organização havia se tornado um ninho de atividades de várias agências de inteligência. Após deixar o gabinete do primeiro-ministro Tony Blair, a ex-secretária de Estado britânico para Desenvolvimento Internacional, Claire Short, admitiu que nos preparativos para a guerra no Iraque em 2003 havia visto transcrições de conversas do então secretário-geral da ONU Kofi Annan.

Bisbilhotando parceiros

A afirmativa de Short, que gerou uma reação veemente quando foi feita, foi agora confirmada pela primeira vez através da NSA. De acordo com um documento interno da agência, os resultados das atividades de inteligência tiveram uma influência decisiva nas "táticas de negociação americanas na ONU" relacionadas com a guerra do Iraque. Graças às conversas interceptadas, alega-se que a NSA foi capaz de informar ao Departamento de Estado e ao embaixador americano na ONU, com alto grau de certeza, que a necessária maioria de votos estava assegurada antes que fosse feita a votação da correspodente resolução da ONU.

Bisbilhotar parceiros que estejam em negociação é tão compensador, que a NSA se dedica a fazer isso mundo afora e não apenas em seu ambiente doméstico. Há postos secretos de escuta em 80 embaixadas e consulados americanos ao redor do mundo, referidos internamente como "Serviço Especial de Coleta" (SCS, em inglês) e operados em conjunto com a CIA. A presença dessas unidades de espionagem está entre os segredos mais bem guardados da agência. Afinal, elas são politicamente precárias: há muito poucos casos em que sua utilização tenha sido autorizada pelas autoridades anfitriãs locais.

As pequenas equipes dos SCS (seu lema: "manter olhar vigilante ao redor do mundo") interceptam comunicações nos países que as abrigam.

(...) As equipes dos SCS estão frequentemente disfarçadas de diplomatas, e sua missão real "é desconhecida pela maioria do estafe diplomático". Segundo documentos divulgados por Snowden, há equipes desse gênero em Frankfurt e Viena.

"Não serás apanhado" [o texto original usa a línguagem bíblica: "Thou Shalt Not Get Caught"]

Com raras exceções, essa escuta eletrônica viola não o código diplomático mas também acordos internacionais.  A Convenção sobre Privilégios e Imunidades das Nações Unidas de 1946, assim como a Convenção de Viena sobre RelaçõesDiplomáticas de 1961, já de longa data instituiram que nenhum método de espionagem deve ser usado.  E ainda mais, os EUA e a ONU firmaram um acordo em 1947 que exclui todas as operações secretas.

Mesmo em círculos da ONU, porém, um pouco de espionagem sempre foi visto como um pecado menor e, de acordo com afirmativas de ex-funcionários do governo, os americanos nunca deram muita atenção a acordos [grande novidade ...]. Mas isso pode mudar, com as revelações referentes à espionagem dos EUA sobre a UE. "Os EUA violaram o 11° mandamento da nossa profissão", diz um agente de alto nível da inteligência americana: "Não serás apanhado".

O escândalo da espionagem estressou as relações entre os parceiros transatlânticos mais do que qualquer outro tema de política de segurança na história recente. A espionagem é "absolutamente inaceitável", denunciou o ministro das Relações Exteriores francês Laurent Fabius depois que veio à tona que a embaixada da França em Washington estava também na lista de espionagem. "Não podemos negociar sobre um grande mercado transatlântico se houver a mais leve suspeita de que nossos parceiros estão espionando os escritórios de nosso principal negociador", disse irritadamente a Comissária de Justiça da UE, Viviane Reding.

Até um político conservador como o presidente do Comitê de Assuntos Externos no Parlamento Europeu em Bruxelas, Elmar Brok -- um membro do partido conservador alemão União Democrática Cristã, da chanceler Angela Merkel -- falou de uma "enorme perda de confiança". Outros parlamentares ameaçaram pressionar os EUA com a suspensão das conversações sobre um tratado de livre comércio, e uma delegação da UE foi a Washington confrontar os americanos com as denúncias.

Limpo?

As conversações estão previstas para serem retomadas em setembro. O teste decisivo será verificar se o governo americano está preparado para oferecer à UE um acordo de não-espionagem semelhante ao que está sendo negociado no momento com a Alemanha -- no qual as partes se comprometem a não espionar uma a outra.

Tal acordo pode obviamente ser violado também, mas pelo menos ofereceria à UE um mínimo de proteção. Para os americanos, significaria renunciar a conhecer internamente a UE de modo exclusivo. Resta ser comprovado se a administração Obama está preparada a tomar essa medida, a despeito das afirmações solenes do presidente de que a espionagem está focada no contraterrorismo. Um porta-voz da Casa Branca disse à Spiegel que o governo americano responderá "pelos canais diplomáticos" os argumentos da UE, acrescentando: "Deixamos claro que coletamos informações de inteligência no exterior exatamente como qualquer outra nação".

(...) No 26° andar do prédio da UE na Terceira Avenida, em Nova Iorque, está a sala de servidores do sistema de computação da UE. Os sistemas de segurança são novos e foram instalados exatamente há poucas semanas, depois que a Spiegel denunciou pela primeira vez as tentativas de espionagem contra a UE. Esta abriu uma investigação, instando seus técnicos a procurarem por grampos e a checarem a rede de computadores.

Em setembro, a embaixadora americana junto à ONU, Samantha Power, visitará os escritórios da UE. O acordo de livre comércio americano-europeu estará  na agenda -- assim como o caso da espionagem. 

Se os especialistas em segurança da UE fizerem tudo certo, pode ser que -- pela primeira vez em muito tempo -- os americanos não saberão o que esperar.

Presidente Obama e José Manuel Barroso, presidente da Comissão Europeia. É fácil entender por quê Obama está rindo, já quanto a Barroso talvez Freud explique. A agência de inteligência americana NSA vigia de perto a UE e a sede da ONU, assim como faz espionagem em embaixadas e consulados ao redor do mundo. Obama recentemente insistiu em que a espionagem da NSA visava unicamente o antiterrorismo. Mas, documentos internos da NSA parecem indicar outra coisa. - (Foto: DPA).

Planta baixa do 26° andar do prédio da UE, onde estão os servidores de sua rede de computação. A NSA obteve uma planta baixa dos escritórios da UE no outono de 2012. - (Foto: Spiegel Online).

Edifício-sede da da delegação da UE junto à ONU, em Nova Iorque  -- recebeu o codinome "Aplache". - (Foto: Andrea Renault/Polaris/DerSpiegel). 

Empregados da NSA em Fort Meade. - (Foto: Corbis).

General Keith Alexander, diretor-geral da NSA, depondo no Comitê Seleto de Inteligência da Câmara dos Deputados em junho deste ano. - (Foto: DPA).





Escondidos na pusilanimidade do voto secreto, 172 deputados cúmplices mantêm mandato de companheiro condenado e preso

Como, mais que a lei, a boa educação recrimina e impede a publicação de texto com palavras obscenas, pus o dicionário Houaiss ao meu lado para escrever esta postagem sobre mais um ato imoral e covarde perpetrado na Câmara dos Deputados ontem. Já manifestei antes minha posição sobre o Congresso Nacional.

Comecemos por uma das definições vernaculares de malfeitor: "que ou aquele que comete crimes ou ações condenáveis". Posso então, com uma infalibilidade papal, dizer que são malfeitores os 172 deputados que ontem impediram a cassação do mandato do também malfeitor e seu vizinho de quarto Natan Donadon. E se formos examinar os anais de temas e votações da Câmara, veremos que o números de malfeitores na "Casa" é muitíssimo superior a isso.

Passo então a uma das definições castiças de quadrilha: "bando de malfeitores". Posso então, sem risco de incorrer em sofisma, afirmar que há naquela "Casa" uma quadrilha de 172 malfeitores à volta de Natan Donadon, protegendo-o.

Não sei a pena normalmente aplicada a crimes contra a honra, só sei que a minha honra e a de milhões de brasileiros foi novamente violentada e, mais uma vez, não haverá punição para isso. Isso me revolta profundamente. Não há porque falar na honra dos 172 malfeitores, porque não há como falar do vácuo -- e se houver algum resquício disso naquelas criaturas, não encontrará comprador nem em xepa de feira.

Considero um marginal e um covarde o possuidor de mandato eletivo que não tem a hombridade de votar aberta e explicitamente sobre qualquer tema, assim como é marginal a "Casa" legislativa que consagra e aceita a pusilanimidade como base e argumento de decisões. Em tempo -- no Houaiss, 1ª ed., 2001, pág. 1852: "marginal: 9. p.ext. que vive à margem do meio social em que deveria estar integrado, desconsiderando os costumes, valores, leis e normas predominantes nesse meio;". No caso presente temos então, explícita e inequivocamente, 172 marginais e malfeitores cúmplices de um colega condenado e preso pela justiça. Pelo Houaiss -- "cúmplice: 1.DIR.PEN que ou o que contribui de forma secundária para a realização de crime de outrem; 2. p. ext.infrm. que ou aquele que colabora com outrem na realização de alguma coisa; sócio, parceiro; (...) 4. que possibilita, favorece, concorre na realização de algo". Por via de consequência, a casa legislativa chamada Câmara dos Deputados é cúmplice em mais uma milionésima imoralidade.

As imoralidades e indecências de todos os naipes e gabaritos com que diuturnamente nosso Parlamento agride e ofende o país são facetas graves de uma crise de valores extremamente preocupante que nos atinge cada vez mais contundentemente.

As manifestações de rua estão descambando velozmente para atos de puro vandalismo, sem que a sociedade e os governos reajam correta e eficientemente em defesa da democracia.

A imagem e os valores do país como nação respeitável são avacalhados quando nossa diplomacia age ridiculamente como sequestradora de um político asilado em nossa embaixada.

Juízes da Suprema Corte se agridem verbalmente em público como se estivessem numa rinha de briga de galos.

Parlamentares e ministros transformam a Força Aérea Brasileira em sua transportadora particular, alguns poucos "compensam" o malfeito com gorjetas e fica tudo resolvido.

Temos um governo ridículo, incompetente e irresponsável, que mente ao país e ao mundo maquiando as contas públicas e usando o dinheiro do contribuinte como se estivesse gerindo as contas da dona de casa Dilma Rousseff.

Temos uma presidente absolutamente grosseira, sem o mínimo de compostura de estadista, que governa o país com o fígado, desopilando toda a bílis acumulada em seus anos de chumbo de guerrilheira e misturando alhos com bugalhos, como péssima chef que é.

E a corrupção corre solta, livre e desenfreada, por baixo e por cima do pano, como nunca se viu neste país.

A contribuição da década petista para tudo isso é incomensurável.

Antes que me venha mais um acesso de raiva perigoso, vou ficando por aqui. Mando os 172 marginais malfeitores cúmplices e toda a Câmara dos Deputados para o limite inferior dos infernos, com todos os impropérios que o vernáculo contém. E o Senado vai no vácuo. E tento me preparar física e moralmente, pois depois da eleição de 2014 tudo pode ficar ainda inimaginavelmente pior.


quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Governo Dilma bombando: apagão diplomático na Bolívia, apagão elétrico e "caladão" no Nordeste

[A continuar nesse ritmo, nossa doce e carinhosa Dona Dilma vai matar o NPA (Nosso Pinóquio Acrobata,Lula) de inveja, porque já está quase empatando com ele em matéria de lambanças e malfeitos com apenas dois anos e pouco de mandato.  À esculhambação do asilo dado pelo NPA ao ex-presidente hondurenho Manuel Zelaya em nossa embaixada em Tegucigalpa (ver a coluna do Merval de ontem) ela replicou com a palhaçada da transferência para o Brasil de um senador boliviano asilado em nossa embaixada em La Paz. Aos apagões elétricos de FHC e do NPA ela imediatamente deixou os dois no chinelo, fazendo apagões no setor elétricos de todos os tipos: elétricos e econômico-financeiros (no que se refere a apagões elétricos ver, por exemplo, as postagens de 08/4/2013, de 18/12/2012, outra também de 18/12/2012, e uma de 26/10/2012; em matéria de desmanche econômico-financeiro do setor elétrico ver, por exemplo, as postagens de 13/8/2013, de 09/1/2013 (e as que imediatamente a antecederam), e a de 13/11/2012).

Para mostrar que o governo de Dona Dilma é eclético e tem cardápio para todas as preferências em termos de malfeitos e pixotadas, e não tem vergonha de repetir pratos, tivemos hoje um apagão que atingiu o Nordeste inteiro e um "caladão" que afetou alguns estados nordestinos, em consequência do apagão, como nos relata abaixo o jornal Estadão de hoje.]

Um apagão atingiu todos os Estados do Nordeste do País desde às 15h03 (horário de Brasília ) desta quarta-feira, 28. Segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), o abastecimento já foi restabelecido em todas as capitais. O órgão informou que a previsão era de normalização até a próxima meia hora.

A capital do Estado do Ceará, Fortaleza, teve todos seus semáforos apagados, provocando muita confusão no trânsito durante os 99 minutos que ficou sem energia. Todo efetivo da Autarquia Municipal de Trânsito foi para as ruas tentar controlar o tráfego de veículos. Os maiores hospitais funcionaram com geradores próprios. O mesmo aconteceu com o Aeroporto Internacional Pinto Martins. Das 20 rádios FMs de Fortaleza, somente cinco ficaram no ar. Outras emissoras de rádio e TV e sites de jornais da Região Nordeste também foram afetados.

A concessionária de energia Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf), que tem rede de abastecimento em 8 de 9 Estados da Região, ainda está apurando as causas do problema, que afetou também a sua página na internet, que está fora do ar, e sua sede, em Recife.

O Ministério de Minas e Energia (MME) informou que acompanha atentamente a ocorrência do apagão. Edison Lobão está a caminho da sede do ONS para acompanhar os trabalhos de verificação das causas do apagão. Em conversa com o diretor geral do ONS, Hermes Chipp, o ministro ouviu que a prioridade é restabelecer a energia nos locais atingidos e que a situação mais grave é nas capitais. De acordo com a entidade, técnicos estão trabalhando no momento para restabelecer o fornecimento de energia e, em seguida, farão um diagnóstico da causa do apagão.

O grupo Neoenergia também confirmou que o apagão que afetou o fornecimento de energia elétrica no Nordeste atingiu os Estados da Bahia e do Rio Grande do Norte, onde a empresa atua por meio de suas concessionárias Coelba e Cosern, respectivamente. A holding ainda apurava os impactos nas operações de sua outra concessionárias na região, a Celpe, em Pernambuco.

Histórico. Entre setembro e dezembro do ano passado, uma série de apagões do setor elétrico atingiu vários Estados brasileiros. O primeiro, em 22 de setembro de 2012, cortou o fornecimento de energia de toda a Região Nordeste, Pará e Tocantins. O último, em 15 de dezembro de 2012, atingiu 12 Estados das Regiões Sudeste, Sul, Norte e Centro-Oeste.

Apagão no Nordeste provoca "caladão"

Os clientes da Telefônica Vivo e da TIM enfrentam problemas para utilizar os serviços de voz e dados devido à falha no fornecimento de energia na região Nordeste.

Segundo a Vivo, os Estados afetados são Bahia, Sergipe, Pernambuco, Ceará, Piauí (em parte), Alagoas, Rio Grande do Norte e Paraíba. A TIM não informou que locais foram afetados e disse apenas que "alguns clientes da região poderão encontrar dificuldades para utilizar os serviços".

A Vivo informou, por meio de nota, que "mesmo com o acionamento de geradores de energia e baterias da operadora, os clientes podem ter problemas para fazer e receber ligações e acessar a internet", informou.

As duas empresas declararam que as equipes técnicas estão trabalhando para restabelecer os serviços nas áreas afetadas.

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Bolívia: o Davi que conseguiu um Golias sob medida e trapalhão

A história da fuga para o Brasil do senador boliviano asilado em nossa embaixada em La Paz havia 455 dias, em carros oficiais com placas diplomáticas brasileiras e com escolta de fuzileiros navais brasileiros, é dessas coisas inacreditáveis que jogam no lixo nossa diplomacia e expõem o país ao extremo ridículo no cenário internacional e, muito especialmente, na América do Sul.  Com esse feito incrível o governo Dilma se autocondecorou com uma medalha de latão, tendo gravada a pata de uma besta quadrada, e em vez da tradicional faixa em diagonal no peito uma tipoia em cada braço com as cores da Bolívia e do Brasil, tudo arrematado com um chapéu napoleônico. Já a cauda do quadrúpede não dá p'ra disfarçar.

Não tenho a menor dúvida do papel preponderante  da doce e terna Dona Dilma em mais essa lambança de seu governo. Uma presidente autoritária, prepotente e completamente deselegante com um ministro fraco, de baixa estatura física e técnica, que não se impõe, num terreno minado como o de política externa, dão a receita infalível para uma palhaçada como essa. E logo com a Bolívia, que já nos fez poucas e boas por causa do jeito frouxo e atabalhoado do petista NPA de lidar com ela.

Nada se explica, se aproveita e se salva nessa ópera bufa: - i) o encarregado de negócios (substituto temporário do embaixador) de nossa embaixada em La Paz diz ter decidido por conta própria, sem pedir autorização a nenhum de seus superiores, retirar da nossa representação diplomática e trazer ao Brasil o principal opositor de Evo Morales e por ele acusado de corrupção, ali asilado há mais de um ano. - ii) Para isso, usa dois veículos oficiais com placas diplomáticas e um fuzileiro naval em cada carro e viaja 22 h em território boliviano até chegar a Corumbá, onde o senador boliviano é recebido pela Polícia Federal sem delongas e problemas, com o reforço da presença de um senador oportunista brasileiro.

Para acrescentar um temperozinho adicional a esse mexido, imaginemos que nossa caravana holiday diplomática fosse atacada por traficantes de coca (diz-se que ela atravessou áreas do tráfico, o que não deve ser difícil nem impossível numa rota de 1.600 km na Bolívia) ou mesmo pela polícia boliviana, e houvesse morto(s) de ambos os lados, ou mesmo só de um. O resto desse enredo deixo por conta dos amantes dos filmes e histórias do 007.

Agora, começam a pipocar mil e uma histórias um tanto mirabolantes dos bastidores dessa palhaçada, incluindo a de que teria havido "sinalização" ou "sugestão" do governo boliviano para essa fuga do asilado. Isso é tão inverossímil e ridículo que é melhor esquecê-lo -- a menos que nossa diplomacia tenha se diplomado no Pinel. Consta também, agora, que teria havia um diálogo pesado do encarregado de negócios Eduardo Sabóia com o chanceler Antonio Patriota, com o primeiro pedindo ao segundo que lhe mandasse por escrito -- o que não teria ocorrido -- a ordem para que não empreendesse o transporte do político asilado boliviano para o Brasil. Tudo com jeito de relatório de clínica psiquiátrica, dessas que têm pacientes em surto permanente.

Consta também que o encarregado de negócios Eduardo Sabóia teria dito que "escolhi proteger um perseguido político, como Dilma foi perseguida". Se ele realmente disse isso, além de idiota é um puxa-saco.

Nessa história toda, Evo Morales está como o diabo gosta. Há pouco tempo movimentou toda a comunidade latino-americana, que lhe rendeu solidariedade e homenagens por conta da estúpida discriminação que sofreu de países europeus que fecharam seus céus para a passagem de seu avião presidencial. Agora, o Golias de araque da América do Sul mete mais uma vez os pés pelas mãos, espeta o sorvete na testa e lhe entrega de bandeja uma agressão à soberania do país. Vixe Maria!


segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Nossas empresas aéreas só querem mamar nas tetas do governo e reduzir seus riscos com o nosso dinheiro

[Nosso setor aéreo comercial é mais um mostruário claro e inequívoco de péssima gestão, tanto das empresas aéreas quanto do governo. O histórico do setor tem duas falências emblemáticas, ambas perfeitamente evitáveis e ambas tendo o governo federal como responsável, Panair e Varig, que estão na raiz dos problemas, deficiências e desacertos que a avião comercial brasileira enfrenta há décadas. A Panair faliu em 1961, último ano de governo de JK, e a Varig desapareceu em 2006, mais ou menos no meio do primeiro mandato do NPA (Nosso Pinóquio Acrobata, Lula). O desmanche da Varig foi resultado de uma trama maquiavélica, em que três figuras de governo sobressaem: NPA, Dilma (então ministra-chefe da Casa Civil) e José Dirceu (que foi o antecessor de Dilma no cargo, obrigado a se demitir em 2005 por causa do escândalo do mensalão) -- ver longa reportagem da revista Piauí de julho de 2013 sobre a disputa que matou a Varig (no site da revista só acessível a assinantes). Sempre se falou de estreitíssimas ligações entre José Dirceu e a TAM -- o fato é que, eliminada a Varig, a TAM ocupou seu espaço e virou o que é hoje. Se os governos petistas tivessem dado à Varig o mesmo paparico que sempre deram a setores privilegiados da economia (indústria automobilística e, mais recentemente, o grupo de Eike Batista, por exemplo), a história seria outra. A Fundação Ruben Berta ter sua enorme parcela de culpa na degringolada da Varig, mas se o governo tivesse mesmo intenção de salvar a empresa teria como enquadrar a Fundação. Para completar a tragédia, não há setor nenhum no mundo que consiga ser eficiente e rentável sob a tutela de duas agências de governo tipo Anac e Infraero.  O texto abaixo é de Miriam Leitão. O que estiver entre colchetes e em itálico é de minha responsabilidade.]

Biruta de aeroporto

Miriam Leitão - O Globo, 25/8/2013

As empresas aéreas não precisam de ajuda do governo, precisam de boa gestão, atenta regulação e boa infraestrutura aeroportuária. Mas foram pedir ajuda ao governo porque Brasília é o caminho favorito das empresas brasileiras de terra, mar e ar. Números da Anac mostram um crescimento espantoso de passageiros e de receita líquida desde 2004. Agora, o vento é contra.

Vento contra sempre haverá. É da vida das voadoras. Elas têm a maior parte das suas despesas em dólar porque fazem leasing de avião em empresa estrangeira, têm dívida externa e a Petrobras não perdoa: de 15 em 15 dias tem reajuste de querosene de aviação. [Essa "tradição" de leasing de aviões em empresa estrangeira soa a mutreta: TAM, Gol e Avianca não têm um avião sequer da Embraer, nem nas rotas domésticas, ao contrário da Azul e da Trip -- por que será? A Azul tem 31 aeronaves Embraer em operação e mais 15 encomendadas.].

Quando o dólar ficou baixo, tão baixo que o ministro Guido Mantega levantava imposto de importação e punha IOF em entrada de capital, as empresas tiveram uma baixa de custo. Isso durou bastante tempo. Coincidiu com o período de maior crescimento da renda e da ampliação da classe média no governo Lula. Após uma queda de 5,9% no ano do ajuste de 2003 (no qual houve, apesar disso, aumento de receita de 7,6%), a demanda por transporte aéreo de passageiro cresceu todos os anos a nível chinês. Eu disse chinês? Foi mais. Em 2010, a medida do setor, RPK, que é bilhetes vendidos multiplicado por quilômetros voados, chegou a aumentar 23,8%. Naquele ano superou a China. O número de passageiros transportados atingiu a marca dos 100 milhões, informou a Anac.

Veja o gráfico abaixo do aumento ano a ano da demanda de transporte aéreo de passageiro. Na receita líquida das companhias aéreas também o saldo é positivo. Houve de 2003 para cá três anos negativos (2006: -8,1%; 2007: -0,6% e 2009: -7,6%), mas a queda foi totalmente superada. Em 2004, o crescimento foi de 12,3%; 2005, 3,3%; 2008, espantosos 27%; 2010, 25%; 2011, 14%; 2012, 12,7%. Na receita líquida, a Anac agrega o transporte de passageiros, carga e mala postal, mas não o táxi-aéreo.


Os números são sólidos: o mercado cresceu, a receita aumentou na maioria dos anos na última década e o número de empresas do mercado é muito pequeno e concentrado. É praticamente um duopólio que começa a perder participação pelo crescimento das menores, mas houve fatos como a compra da Webjet pela Gol. A empresa comprada foi fechada logo depois. Em qualquer país do mundo, a lei antitruste impediria isso. O mercado é restrito para as estrangeiras.

Elas podem reclamar que a Petrobras tem duas políticas de preço: um de reajuste quinzenal para os preços não visíveis, e outra de preços que só sobem quando o governo deixa. Mas numa época em que o imposto sobre carbono começa a recair sobre algumas voadoras do mundo, principalmente na Europa, não faz sentido incentivar querosene de aviação. Aliás, subsídio a combustível fóssil não faz sentido algum, apesar de o Brasil usar em outras modalidades de transportes e até no automóvel por puro populismo.

Quem voa no Brasil tem do que reclamar. Espaços encurtaram, lanches ficaram raros e na Gol só água é de graça. Quem compra passagem e se arrepende meia hora depois tem que esperar três meses para receber o dinheiro de volta. Quem antecipar a viagem paga mais, quem quer postergar também. A milhagem raramente pode ser usada. Os voos atrasam e nada acontece. Tudo aguentamos, mas dar dinheiro público no ano de vento contrário, após anos de vento de cauda, é pedir demais aos senhores passageiros.

[Alguns adendo ao excelente artigo da Miriam: - i) em 2011, as passagens aéreas subiram nada menos que 53%; -ii) de tanto mamar nas tetas do governo, nossas empresas ficaram com a boca torta -- o governo Dilma tem feito a farra do boi com o nosso dinheiro com o empresariado: comprometeu seriamente o BNDES com o grupo Eike Batista, entupiu a indústria automobilística de benesses para que ela continue nos vendendo carros inseguros, e agora estimula o Congresso a perdoar R$ 3 bi dos clubes de futebol. Enquanto isso, setores vitais como o de saneamento básico ficam à míngua de investimentos federais. -- iii) Se se concretizar o absurdo da ajuda do governo às empresas aéreas, vamos botar dinheiro nosso no bolso da Lan (chilena) e da Delta (americana), sócias respectivamente da TAM e da Gol?! Como é que fica isso?!

Não é só no transporte de passageiros que o nosso setor aéreo padece com a falta de visão estratégica e de planejamento do governo federal. A empresa gaúcha Aeromot, fornecedora da Embraer e da FAB há mais de 40 anos, está em situação difícil por falta de encomendas. Se o governo Dilma tivesse com ela um décimo da boa vontade que tem mostrado  com os Eikes e Anfaveas da vida, ela poderia ser salva.]

domingo, 25 de agosto de 2013

Os carros mais eficientes quanto a consumo de combustível, segundo o Inmetro

[A reportagem abaixo é de Priscila Yazbek e foi publicada no site Exame.com em 07 de agosto. O que estiver entre colchetes e em itálico é de minha responsabilidade.]

Os mais eficientes

O ranking de consumo de combustível dos carros do Inmetro é constantemente atualizado com a entrada de novos veículos. Desde a divulgação do resultado anual, em janeiro deste ano, até julho, a pesquisa incluiu 13 novas montadoras e 101 novos modelos, totalizando uma base de 428 versões de veículos de 38 montadoras.

Do começo do ano para cá, entre os carros de passeio com menos consumo de combustível, foram incluídos apenas cinco novos modelos: Hyundai HB20S, Porsche Boxter, Porsche Cayman, Peugeot 208, Mercedes SLK 250. Além de uma nova versão do smart fortwo, o smart fortwo Turbo Cabrio.

Para chegar ao resultado do ranking, o Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular (PBEV) do Inmetro submete os carros a testes realizados em laboratórios por especialistas e os categoriza em seis grupos, que vão de A a E. Assim como ocorre com outros produtos, como refrigeradores e televisores, recebem a etiqueta com faixas coloridas A os produtos mais eficientes e a etiqueta E aqueles com maior consumo. A participação das montadoras é voluntária e a única empresa que não aceitou fazer parte da pesquisa de 2013 foi a Chevrolet [o destaque é meu].

Clique nas fotos e veja quais dos 428 modelos testados são os mais econômicos e foram enquadrados na categoria A na comparação entre carros da mesma categoria. Para ver o levantamento completo acesse a tabela do Inmetro.


Mercedes SLK 250

Versões enquadradas na categoria A: Turbo 1.8 16V com ar
Consumo de gasolina na cidade (km/l): 7,9
Consumo de gasolina na estrada (km/l): 10,8
Consumo de álcool na cidade (km/l): não utiliza
Consumo de álcool na estrada (km/l): não utiliza
Categoria: Esportivo


Porsche Boxter

Versões enquadradas na categoria A: Boxter 2.7 24V com ar // Boxter S 3.4 24 V com ar
Consumo de gasolina na cidade (km/l): 8,0 (Boxter 2.7) // 7,6 (Boxter S 3.4)
Consumo de gasolina na estrada (km/l): 11,6 (Boxter 2.7) // 10,9 (Boxter S 3.4)
Consumo de álcool na cidade (km/l): não utiliza
Consumo de álcool na estrada (km/l): não utiliza
Categoria: Esportivo


Porsche Cayman

Versões enquadradas na categoria A: Cayman 2.9 24V com ar // Cayman S 3.4 24V com ar
Consumo de gasolina na cidade (km/l): 9,3 (Cayman 2.9) // 7,6 (Cayman S 3.4)
Consumo de gasolina na estrada (km/l): 11,7 (Cayman 2.9) // 10,9 (Cayman S 3.4)
Consumo de álcool na cidade (km/l): não utiliza
Consumo de álcool na estrada (km/l): não utiliza
Categoria: Esportivo


Peugeot 208

Versões enquadradas na categoria A: Active e Allure, ambas 1.5 8V com ar
Consumo de gasolina na cidade (km/l): 11,6
Consumo de gasolina na estrada (km/l): 14,3
Consumo de álcool na cidade (km/l): 8,0
Consumo de álcool na estrada (km/l): 9,6
Categoria: Compacto


Smart Fortwo

Versões enquadradas na categoria A: Micro Hybrid Drive 71cv Coupê, Turbo 84cv Coupê e Turbo 84cv Cabrio, todos 1.0 12V e com ar
Consumo de gasolina na cidade (km/l): 13,2 (Micro Hybrid Drive) // 13,2 (Turbo 84cv Coupê)
Consumo de gasolina na estrada (km/l): 14,4 (Micro Hybrid Drive) // 14,2 (Turbo 84cv Coupê)
Consumo de álcool na cidade (km/l): não utiliza
Consumo de álcool na estrada (km/l): não utiliza


Citroën C3

Versões enquadradas na categoria A: Origine e Tendence, ambos 1.5 8V com ar
Consumo de gasolina na cidade (km/l): 11,9
Consumo de gasolina na estrada (km/l): 14,7
Consumo de álcool na cidade (km/l): 7,5
Consumo de álcool na estrada (km/l): 9,3
Categoria:
Compacto


Citroën DS3

Versões enquadradas na categoria A: THP Sport Chic 1.6 16V com ar
Consumo de gasolina na cidade (km/l): 11,3
Consumo de gasolina na estrada (km/l): 14,4
Consumo de álcool na cidade (km/l): não utiliza
Consumo de álcool na estrada (km/l): não utiliza
Categoria: Compacto


Fiat Adventure

Versões enquadradas na categoria A: Adventure e Adventure Dualogic, ambas 1.8 16V com ar
Consumo de gasolina na cidade (km/l): 9,8 (Adventure); 10,2 (Adventure Dualogic)
Consumo de gasolina na estrada (km/l): 11,3 (Adventure); 11,7 (Adventure Dualogic)
Consumo de álcool na cidade (km/l): 6,9 (Adventure); 7,0 (Adventure Dualogic)
Consumo de álcool na estrada (km/l): 7,9 (Adventure); 8,1 (Adventure Dualogic)
Categoria: Utilitário Esportivo


Fiat Mille

Versões enquadradas na categoria A: Fire Economy e Way Economy 1.0 8V, 2 e 4 portas, sem ar cond.
Consumo de gasolina na cidade (km/l): 12,7 (Fire) // 12,4 (Way)
Consumo de gasolina na estrada (km/l): 15,6 (Fire) // 13,8 (Way)
Consumo de álcool na cidade (km/l): 8,9 (Fire) // 8,6 (Way)
Consumo de álcool na estrada (km/l): 10,7 (Fire) // 9,7 (Way)
Categoria: Subcompacto


Fiat Novo Uno

Versões enquadradas na categoria A: Economy Evo 2 ou 4 portas 1.4 8V sem ar cond. // Vivace Evo 2 ou 4 portas 1.0 8V sem ar cond.
Consumo de gasolina na cidade (km/l): 12,5 (Economy 1.4) // 12,3 (Vivace 1.0)
Consumo de gasolina na estrada (km/l): 15,2 (Economy 1.4) // 14,5 (Vivace 1.0)
Consumo de álcool na cidade (km/l): 8,7 (Economy 1.4) // 8,3 (Vivace 1.0)
Consumo de álcool na estrada (km/l): 10,4 (Economy 1.4) // 9,4 (Vivace 1.0)
Categoria: Subcompacto


Ford EcoSport

Versões enquadradas na categoria A: S, SE, Freestyle e Titanium, todas 1.6 16V com ar // SE e Titanium 2.0 16V com ar // e Freestyle 4WD 2.0 16V com ar
Consumo de gasolina na cidade (km/l): 10,2 (versões 1.6 16V) // 9,7 (versões 2.0 16V) // 9,1 (4WD)
Consumo de gasolina na estrada (km/l): 12,2 (versões 1.6 16V) // 11,8 (versões 2.0 16V) // 10,9 (4WD)
Consumo de álcool na cidade (km/l): 7,0 (versões 1.6 16V) // 6,7 (versões 2.0 16V) // 6,1 (4WD)
Consumo de álcool na estrada (km/l): 8,4 (versões 1.6 16V) //8,0 (versões 2.0 16V) // 7,4 (4WD)
Categoria: Utilitário Esportivo (à exceção do 4WD, que entra na categoria Fora de Estrada)


Ford Fusion Hybrid

Versões enquadradas na categoria A: Hybrid 2.0 16V com ar
Consumo de gasolina na cidade (km/l): 16,8
Consumo de gasolina na estrada (km/l): 16,9
Consumo de álcool na cidade (km/l): não utiliza
Consumo de álcool na estrada (km/l): não utiliza
Categoria: Grande


Lexus CT200h

Versões enquadradas na categoria A: 1.8 16V com ar
Consumo de gasolina na cidade (km/l): 15,7
Consumo de gasolina na estrada (km/l): 14,2
Consumo de álcool na cidade (km/l): não utiliza
Consumo de álcool na estrada (km/l): não utiliza
Categoria: Médio


Nissan March

Versões enquadradas na categoria A: March 10 e 10S 1.0 16V com e sem ar cond.
Consumo de gasolina na cidade (km/l): 12,6 (sem ar) //  12,3 (com ar)
Consumo de gasolina na estrada (km/l): 15,0 (sem ar) // 14,5 (com ar)
Consumo de álcool na cidade (km/l): 8,9 (sem ar) // 8,4 (com ar)
Consumo de álcool na estrada (km/l): 10,4 (sem ar) // 9,7 (com ar)
Categoria: Subcompacto


Renault Clio

Versões enquadradas na categoria A: Authentique 3 ou 5 portas 1.0 16V com ou sem ar; e Expression 5portas 1.0 16V com ou sem ar, direção hidráulica ou mecânica
Consumo de gasolina na cidade (km/l): 14,3 (Authentique 3 ou 5 portas e Expression 5p, todos sem ar); 13,1 (Authentique 3 ou 5 portas e Expression 5p, todos com ar)
Consumo de gasolina na estrada (km/l): 15,8 (Authentique 3 ou 5 portas e Expression 5p, todos sem ar); 14,3 (Authentique 3 ou 5 portas e Expression 5p, todos com ar)
Consumo de álcool na cidade (km/l): 9,5 (Authentique 3 ou 5 portas e Expression 5p, todos sem ar); 9,1 (Authentique 3 ou 5 portas e Expression 5p, todos com ar)
Consumo de álcool na estrada (km/l): 10,7 (Authentique 3 ou 5 portas e Expression 5p, todos sem ar); 9,6 (Authentique 3 ou 5 portas e Expression 5p, todos com ar)
Categoria: Subcompacto


Renault Logan

Versões enquadradas na categoria A: Authentique 1.0 16V sem ar e com direção mecânica; Authentique 1.0 16V com ar e direção hidráulica; e Expression 1.0 16V com ar e direção hidráulica
Consumo de gasolina na cidade (km/l): 12,9 (Authentique sem ar e com direção mecânica); 12,4 (Authentique e Expression com ar e direção hidráulica)
Consumo de gasolina na estrada (km/l): 13,8 (Authentique sem ar e com direção mecânica); 12,8 (Authentique e Expression com ar e direção hidráulica)
Consumo de álcool na cidade (km/l): 8,4 (Authentique sem ar e com direção mecânica); 8,1 (Authentique e Expression com ar e direção hidráulica)
Consumo de álcool na estrada (km/l): 9,2 (Authentique sem ar e com direção mecânica); 8,6 (Authentique e Expression com ar e direção hidráulica)
Categoria: Médio


Ford Fiesta

Versões enquadradas na categoria A: SE e Titanium, ambas 1.6 16V com ar, transmissões manual e automática dupla embreagem
Consumo de gasolina na cidade (km/l): 12,0 (SE e Titanium, ambas de transmissão manual); 11,4 (SE e Titanium, ambas de transmissão automática dupla embreagem)
Consumo de gasolina na estrada (km/l): 14,3 (SE e Titanium, ambas de transmissão manual); 13,9 (SE e Titanium, ambas de transmissão automática dupla embreagem)
Consumo de álcool na cidade (km/l): 8,0 (SE e Titanium, ambas de transmissão manual); 7,9 (SE e Titanium, ambas de transmissão automática dupla embreagem)
Consumo de álcool na estrada (km/l): 10,0 (SE e Titanium, ambas de transmissão manual); 9,9 (SE e Titanium, ambas de transmissão automática dupla embreagem)
Categoria: Compacto


Ford Fiesta Sedan

Versões enquadradas na categoria A: SE e Titanium, transmissão manual ou automática dupla embreagem, todas 1.6 16V com ar
Consumo de gasolina na cidade (km/l): 11,2 (SE e Titanium transmissão manual); 11,4 (SE e Titanium transmissão automática dupla embreagem)
Consumo de gasolina na estrada (km/l): 14,1 (SE e Titanium transmissão manual); 13,9 (SE e Titanium transmissão automática dupla embreagem)
Consumo de álcool na cidade (km/l): 8,0 (SE e Titanium transmissão manual); 7,9 (SE e Titanium transmissão automática dupla embreagem)
Consumo de álcool na estrada (km/l): 9,7 (SE e Titanium transmissão manual); 9,9 (SE e Titanium transmissão automática dupla embreagem)
Categoria: Médio


Fiat Siena

Versões enquadradas na categoria A: EL 1.0 8V sem ar
Consumo de gasolina na cidade (km/l): 11,9
Consumo de gasolina na estrada (km/l): 14,4
Consumo de álcool na cidade (km/l): 8,0
Consumo de álcool na estrada (km/l): 9,7
Categoria: Compacto


Honda Fit

Versões enquadradas na categoria A: DX e LX, ambas 1.4 16V com ar
Consumo de gasolina na cidade (km/l): 11,8
Consumo de gasolina na estrada (km/l): 13,3
Consumo de álcool na cidade (km/l): 8,1
Consumo de álcool na estrada (km/l): 9,2
Categoria: Compacto


Honda Civic

Versões enquadradas na categoria A: LXS 1.8 16V com ar e transmissão manual ou automática
Consumo de gasolina na cidade (km/l): 10,7 (transmissão manual); 10,5 (transmissão automática)
Consumo de gasolina na estrada (km/l): 13,4 (transmissão manual); 13,4 (transmissão automática)
Consumo de álcool na cidade (km/l): 7,4 (transmissão manual); 7,3 (transmissão automática)
Consumo de álcool na estrada (km/l): 9,5 (transmissão manual); 10,0 (transmissão automática)
Categoria: Médio


Hyundai HB20

Versões enquadradas na categoria A: Comfort, Comfort Plus e Comfort Style, todos 1.0 12V com ar
Consumo de gasolina na cidade (km/l): 11,5
Consumo de gasolina na estrada (km/l): 14,5
Consumo de álcool na cidade (km/l): 7,6
Consumo de álcool na estrada (km/l): 9,8
Categoria: Compacto


Hyundai HB20S

Versões enquadradas na categoria A: Comfort Plus e Style, ambas 1.0 12V com ar
Consumo de gasolina na cidade (km/l):
11,5
Consumo de gasolina na estrada (km/l):
14,4
Consumo de álcool na cidade (km/l):
7,8
Consumo de álcool na estrada (km/l):
9,7
Categoria:
Médio


Kia Cerato

Versões enquadradas na categoria A: EX3, LX3, SX3, todas 1.6 16V com ar
Consumo de gasolina na cidade (km/l): 10,0
Consumo de gasolina na estrada (km/l): 14,0
Consumo de álcool na cidade (km/l): 6,8
Consumo de álcool na estrada (km/l): 9,3
Categoria: Grande


Mitsubishi ASX AWD

Versões enquadradas na categoria A: AWD 2.0 16V com ar
Consumo de gasolina na cidade (km/l): 8,4
Consumo de gasolina na estrada (km/l): 10,4
Consumo de álcool na cidade (km/l): não utiliza
Consumo de álcool na estrada (km/l): não utiliza
Categoria: Fora de estrada


Nissan Altima

Versões enquadradas na categoria A: 25SV, 25SL, 25SE e Unique, todas 2.5 16V com ar
Consumo de gasolina na cidade (km/l): 10,1
Consumo de gasolina na estrada (km/l): 13,1
Consumo de álcool na cidade (km/l): não utiliza
Consumo de álcool na estrada (km/l): não utiliza
Categoria: Grande


Nissan Versa

Versões enquadradas na categoria A: 16, 16S, 16SV, 16SR e 16SL, todas 1.6 16V com ar
Consumo de gasolina na cidade (km/l): 11,7
Consumo de gasolina na estrada (km/l): 13,9
Consumo de álcool na cidade (km/l): 7,8
Consumo de álcool na estrada (km/l): 9,3
Categoria: Médio


Peugeot 207

Versões enquadradas na categoria A: HB Blue Lion 5p 1.4 8V sem ar
Consumo de gasolina na cidade (km/l): 11,6
Consumo de gasolina na estrada (km/l): 15,0
Consumo de álcool na cidade (km/l): 7,8
Consumo de álcool na estrada (km/l): 10,0
Categoria: Compacto


Renault Duster

Versões enquadradas na categoria A: Dynamique 4.4 2.0 16V com ar
Consumo de gasolina na cidade (km/l): 8,9
Consumo de gasolina na estrada (km/l): 10,2
Consumo de álcool na cidade (km/l): 6,1
Consumo de álcool na estrada (km/l): 7,2
Categoria: Fora de estrada


Renault Fluence

Versões enquadradas na categoria A: Dynamique 2.0 16V com ar
Consumo de gasolina na cidade (km/l): 10,2
Consumo de gasolina na estrada (km/l): 14,1
Consumo de álcool na cidade (km/l): 6,8
Consumo de álcool na estrada (km/l): 9,2
Categoria: Grande


Renault Sandero

Versões enquadradas na categoria A: Authentique 1.0 16V com ar e sem ar e Expression
Consumo de gasolina na cidade (km/l): 12,9 (Authentique sem ar) // 12,4 (Authentique com ar e Expression)
Consumo de gasolina na estrada (km/l): 13,8 (Authentique sem ar) // 12,8 (Authentique com ar e Expression)
Consumo de álcool na cidade (km/l): 8,4 (Authentique sem ar) // 8,1 (Authentique com ar e Expression)
Consumo de álcool na estrada (km/l): 9,2 (Authentique sem ar) // 8,6 (Authentique com ar e Expression)
Categoria: Compacto


Suzuki Jimny

Versões enquadradas na categoria A: 4X4 1.3 16V com ar
Consumo de gasolina na cidade (km/l): 9,5
Consumo de gasolina na estrada (km/l): 11,4
Consumo de álcool na cidade (km/l): não utiliza
Consumo de álcool na estrada (km/l): não utiliza
Categoria: Fora de estrada


Toyoya Etios HB

Versões enquadradas na categoria A: 1.3 16V sem ar // X 1.3 16V com ar // XS 1.3 16V com ar // e XLS 1.5 16V
Consumo de gasolina na cidade (km/l): 12,5 (1.3, X e XS); 12,4 (XLS)
Consumo de gasolina na estrada (km/l): 13,0 (1.3, X e XS); 13,4 (XLS)
Consumo de álcool na cidade (km/l): 8,5 (1.3, X e XS); 8,5 (XLS)
Consumo de álcool na estrada (km/l): 9,0 (1.3, X e XS); 8,9 (XLS)
Categoria: Compacto


Toyota Etios Sedan

Versões enquadradas na categoria A: X, XS e XLS, todas 1.5 16V com ar
Consumo de gasolina na cidade (km/l): 11,9
Consumo de gasolina na estrada (km/l): 14,0
Consumo de álcool na cidade (km/l): 8,4
Consumo de álcool na estrada (km/l): 9,3
Categoria: Médio


Toyota Prius

Versões enquadradas na categoria A: 1.8 16V com ar
Consumo de gasolina na cidade (km/l): 15,7
Consumo de gasolina na estrada (km/l): 14,3
Consumo de álcool na cidade (km/l): não utiliza álcool
Consumo de álcool na estrada (km/l): não utiliza álcool
Categoria: Médio


Volkswagen Polo

Versões enquadradas na categoria A: BlueMotion 1.6 8V com ar direção eletro-hidráulica
Consumo de gasolina na cidade (km/l): 10,8
Consumo de gasolina na estrada (km/l): 15,0
Consumo de álcool na cidade (km/l): 7,4
Consumo de álcool na estrada (km/l): 10,5
Categoria: Compacto


Toyota Corolla

Versões enquadradas na categoria A: GLi e XLi, ambas 1.8 16V com ar, com transmissão manual ou automática
Consumo de gasolina na cidade (km/l): 10,2 (ambas as versões com transmissão manual); 10,5 (ambas as versões com transmissão automática)
Consumo de gasolina na estrada (km/l): 13,5 (ambas as versões com transmissão manual); 13,3 (ambas as versões com transmissão automática)
Consumo de álcool na cidade (km/l): 7,0 (ambas as versões com transmissão manual); 7,1 (ambas as versões com transmissão automática)
Consumo de álcool na estrada (km/l): 9,6 (ambas as versões com transmissão manual); 9,1 (ambas as versões com transmissão automática)
Categoria: Grande


Volkswagen Gol Ecomotion
 
Versões enquadradas na categoria A: Gol Ecomotion 2 ou 4 portas, ambos 1.0 8V sem ar
Consumo de gasolina na cidade (km/l): 12,0
Consumo de gasolina na estrada (km/l): 14,1
Consumo de álcool na cidade (km/l): 8,4
Consumo de álcool na estrada (km/l): 9,8
Categoria: Compacto


Volkswagen Novo Gol

Versões enquadradas na categoria A: BlueMotion Technology 2 ou 4 portas 1.0 8V sem ar// 2 ou 4 portas 1.0 8V com ar// City 2 ou 4 portas 1.0 8V com ar
Consumo de gasolina na cidade (km/l): 11,8 (BlueMotion); 11,6 (2 ou 4 portas com ou sem ar e City 2 ou 4 portas com ar)
Consumo de gasolina na estrada (km/l): 14,9 (BlueMotion); 13,9 (2 ou 4 portas com ou sem ar e City 2 ou 4 portas com ar)
Consumo de álcool na cidade (km/l): 8,0 (BlueMotion); 7,7 (2 ou 4 portas com ou sem ar e City 2 ou 4 portas com ar)
Consumo de álcool na estrada (km/l): 10,1 (BlueMotion); 9,6 (2 ou 4 portas com ou sem ar e City 2 ou 4 portas com ar)
Categoria:
Compacto


Volkswagen Voyage

Versões enquadradas na categoria A: BlueMotion Technology 1.0 8V sem ar; 1.0 8V com ar; e City 1.0 8V com ar
Consumo de etanol na cidade (km/l): 8,0 (BlueMotion); 7,7 (1.0 e City)
Consumo de etanol na estrada (km/l): 10,1 (BlueMotion); 9,6 (1.0 e City)
Consumo de gasolina na cidade (km/l): 11,8 (BlueMotion); 11,6 (1.0 e City)
Consumo de gasolina na estrada (km/l): 14,9 (BlueMotion); 13,9 (1.0 e City)
Categoria: Médio