domingo, 23 de junho de 2013

Petrobras pode ter prejuízo trimestral com alta do dólar

A desvalorização do real deve fazer estragos no balanço da Petrobras. Com o dólar cotado a R$ 2,20, o impacto no lucro do segundo trimestre ficará perto de R$ 6,6 bilhões, segundo cálculo do Itaú BBA. Os analistas Paula Kovarsky e Diego Mendes estimam que se o dólar fechar junho a R$ 2,30 a Petrobras deverá ter prejuízo no segundo trimestre, assim como ocorreu em igual período do ano passado. O impacto maior será na dívida em moeda estrangeira da empresa, que será corrigida pela cotação do dólar no último dia do mês - data de encerramento do trimestre.

Além desse problema, com o dólar a R$ 2,30, estima-se que a defasagem de preço da gasolina e do diesel chegue a 30%, criando nova pressão sobre o governo para um aumento dos combustíveis, tema incendiário para a inflação. Esse cenário está perto de se tornar realidade, já que ontem o dólar fechou cotado a R$ 2,258, com alta de 1,71%.

Tanto o Itaú BBA quanto o Deutsche Bank consideram que o impacto do câmbio para a Petrobras do ponto de vista operacional é reduzido. Embora a empresa tenha cerca de 40% da receita travada em reais com a venda de gasolina e diesel, outros 60% estão expostas a um ganho com o dólar mais caro. Do lado dos gastos, a importação de combustíveis, paga em dólar, tem peso de 30% no total.

O efeito da variação cambial na dívida não representa desembolso imediato de caixa da Petrobras, mas afeta o resultado líquido da companhia e pode influenciar negativamente a distribuição de dividendos.

A Petrobras não será, obviamente, a única empresa prejudicada pela valorização cambial. A alta do dólar para a maior cotação em quatro anos impõe às companhias aéreas, por exemplo, a necessidade de aprofundar os cortes de custos implementados desde o ano passado, incluindo redução mais agressiva na oferta de assentos. O analista do BTG Pactual, Renato Mimica, estima que 55% dos custos do setor são ou indexados ou denominados em dólar por causa do leasing e de manutenção das aeronaves em moeda estrangeira.






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