terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Racionamento elétrico volta a nos assombrar -- raios que nos partam, Dona Dilma?

[Nossa eternamente afável e bem-humorada ex-guerrilheira deve estar mergulhada num mar de bílis, e com ela toda a cúpula do setor elétrico estatal, por causa da sabotagem de São Pedro contra suas róseas e maravilhosas, porém irrealistas, promessas para o setor elétrico. Depois de colocar em leilão sua bola/cubo de cristal/alabastro  e enquadrar os raios brasileiros como piadas, nossa terna Dona Dilma abriu uma feroz guerra surda, de bastidores (p'ra não melindrar a Igreja Católica) contra São Pedro, ameaçando-o de despojá-lo da estrelinha e da carteira do PT (que ele, aliás, nunca pediu nem usa). Ela anda muito aperreada com a indisciplina dos raios que ele anda mandando para os céus brasileiros: eles já interromperam este ano o funcionamento do teleférico do Complexo do Alemão no Rio, um deles matou ontem um casal de turistas na praia da Bertioga em São Paulo e no dia 21 de dezembro de 2012 ele perdeu de vez a compostura e mandou 960 raios por hora à cidade de Campo Grande (MS), provocando um incêndio na subestação da Enersul no bairro de Miguel Couto, naquela cidade (Vixe Maria, não é raio demais não?!)! A coisa está bem feia p'ra nossa doce ex-guerrilheira na área elétrica, como mostra a reportagem abaixo publicada hoje no Estadão.]

Tachada como "ridícula" pela presidente Dilma Rousseff há duas semanas, a hipótese de racionamento de energia entrou no radar do governo com a constante queda dos níveis dos reservatórios. "A questão é que agora passamos a considerar algo que antes não fazia sentido pensar", disse uma fonte da área técnica. "O nível dos reservatórios está baixando, então não podemos fechar os olhos".

A possibilidade de se repetir em 2013 o "apagão" de 2001 é, porém, considerada pequena tanto no governo quanto no setor privado, embora a Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace) tenha sugerido ontem que os grandes consumidores avaliem "a redução voluntária de suas demandas neste momento", numa espécie de racionamento "branco".  O risco maior é de aumento nas tarifas. Nesse caso, o corte nas contas de luz prometido pela presidente Dilma em rede de rádio e TV, em setembro, pode ficar menor do que o originalmente estimado, já que as térmicas - mais caras - continuarão em operação por mais tempo [com sua bola/cubo de cristal/alabastro velha(o) já descartada(o) como sucata -- ninguém apareceu no leilão --, nossa afável ex-quase Dama de Ferro e o país ficam à deriva enquanto não chega a bola de cristal nova, já encomendada à Suiça (por se tratar de país de boa tradição tecnológica e oficialmente  "neutro") -- essa bola nova tem ainda um longo processo de certificação pela frente].

O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), órgão do governo responsável por acompanhar e avaliar o suprimento de energia no País, se reúne amanhã para avaliar a situação. O Ministério de Minas e Energia diz que é um encontro rotineiro, já agendado. Ainda assim, houve nervosismo no mercado financeiro.  Ontem, as ações da Eletrobrás (PNB) caíram 4,72%, com queda de 0,94% no Ibovespa. Papéis de outras empresas também recuaram, como Copel PNB (2,77%), Eletropaulo PN (3,43%), Cesp PNB (3,4%), Cemig PN (3,33%) e CPFL ON (3,29%).

Apesar do início do período úmido, o nível dos reservatórios só cai desde novembro. A expectativa era que as chuvas de dezembro melhorassem o nível dos lagos. Mas a combinação entre volume baixo de água e consumo elevado com o calor piorou a situação. No subsistema Sudeste/Centro-Oeste, que tem 70% do armazenamento do País, os reservatórios estão em 28,5%. 

"Estamos ficando viciados em acompanhar os mapas meteorológicos para ver se a situação muda. Mas, até agora, o cenário não se alterou", diz Marcelo Parodi, da comercializadora Compass. Segundo ele, a instabilidade das chuvas em janeiro está muito grande, o que não é bom. "O que ocorrer em janeiro em termos de hidrologia definirá a condição do sistema", diz o presidente da Associação Brasileira de Empresas Geradoras de Energia Elétrica (Abrage), Flávio Neiva. Ele avalia que, se as chuvas não voltarem ao nível normal, vai "acender o sinal amarelo". Não significa que haverá racionamento, mas sim que o governo terá de tomar providências.

Tarifas. Por ora, a única certeza que se tem é que o custo da energia será impactado pelas térmicas em operação desde outubro. Fato que "já está atrapalhando" os planos de Dilma de cortar as tarifas em 20,2%, disse Neiva. Cálculos da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee) mostram que em outubro e novembro o País gastou cerca de R$ 1,3 bilhão para manter a operação das térmicas. Em dezembro, a conta deve ter ficado em R$ 800 milhões.

Na média, isso significa impacto em torno de 1% ao mês nas tarifas do consumidor (quase 3% até agora). "Ninguém pode dizer que vai ou não vai ter racionamento. Mas a situação é delicada e o custo deve aumentar com as térmicas", diz o presidente da Abradee, Nelson Fonseca Leite.

Para o BTG Pactual, o acionamento das térmicas por mais tempo poderá elevar em 14% as tarifas [a Light já anunciou um aumento de 15% na sua tarifa -- o pior é que o Tesouro Nacional pode gastar entre R$ 3 bi e R$ 7 bi para bancar uma redução tarifária menor que a apregoada pelo governo aos quatro ventos]. Relatório do analista Antonio Junqueira informa que um racionamento não é esperado, e sim uma "forte pressão nos preços da energia". / Colaboraram Eulina Oliveira, Eduardo Rodrigues e Wellington Bahnemann.

[Quem estiver disposto a ficar preocupado -- o que é chato, mas é bom para prevenir contra surpresas desagradáveis -- deve ler o que se segue:
Fonte: Valor Econômico

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