sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

O ameaçador asteroide Apofis é maior do que se pensava

A Terra abre seus olhos astronômicos para tentar descartar o risco de colisão em 2036.

O asteroide Apofis, que pode ameaçar nosso planeta em 2036, é maior do que se pensava, segundo os primeiros dados obtidos por um dos numerosos observatórios astronômicos que o estão seguindo nesta semana, quando ele se aproxima relativamente da Terra. O tamanho dessa rocha irregular passou de uma estimativa de 270 metros de diâmetro médio para 325 metros, com uma precisão maior nas medições do que a existente quando de sua descoberta em 2004. O observatório espacial Herschel, da Agência Europeia do Espaço (ESA, em inglês), acompanhou durante dois dias o passo veloz desse asteroide que ontem (quinta-feira, 10/1), pontual no seu encontro, se aproximou a até 14,5 milhões de quilômetros da Terra, o que equivale aproximadamente à décima parte da distância da Terra ao Sol.

Desta vez, o Apofis se aproximou muito menos do que fará em 13 de abril de 2029, quando roçará nosso planeta, passando por baixo da órbita ocupada pelos grandes satélites geoestacionários de comunicações (quase 36.000 km, menos da décima parte da nossa distância à Lua). Mas, seu trajeto atual é uma grande oportunidade para refinar o conhecimento de suas propriedades físicas, movimentos e órbita, e poder descartar -- ou não -- a hipótese de que na sua visita seguinte, em 2036, chegue a se chocar contra a Terra. Na realidade, as primeiras observações com radar dessa aproximação feitas a partir da estação de Goldstone (Califórnia) indicam que isso não ocorrerá, segundo Jon Giorgini, do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa, citado por Sky & Telescope.

"Os 20% de aumento observados no diâmetro se traduzem em uns 75% de aumento no volume ou massa do asteroide, em nossos cálculos", explica Thomas Müller, do instituto alemão Max Planck, que lidera a análise dos novos dados, informa a ESA.

A trajetória do Apofis - (Fonte: El País).

O Apofis, que tem o nome do deus egípcio da destruição, tornou-se famoso quando, poucos meses após seu descobrimento, se calculou que havia uma probabilidade em 37 de que ele se chocaria com a Terra em 2029. Cáculos posteriores anularam essa possibilidade, mas continuam mantendo uma ligeira fresta aberta para um choque posterior. Isto se deve a que a trajetória muito próxima que ocorrerá em 2029 pode, devido à gravidade terrestre, fazer com que se altere a órbita do asteroide.

As órbitas do Apofis e da Terra em torno do Sol são muito semelhantes, o que faz com que os dois corpos celestes se cruzem a pouca distância de vez em quando (ver figura acima).

Recentemente, os russos anunciaram uma missão ao Apofis para dotá-lo de um emissor de rádio, para que se possa seguir seu périplo pelo espaço. A agência Roscosmos planeja uma missão robótica ao asteroide, segundo seu diretor Vladimir Popovkin. A ideia é fazer aterrisar na superfície do Apofis um módulo equipado com um sinalizador, que funcione durante muitos anos. Isso permitiria aos astrônomos calcular os movimentos do asteroide e o efeito de sua aproximação à Terra em 2029. O lançamento da missão se daria depois de 2020.

O telescópio espacial Herschel opera nas faixas óptica e do infravermelho próximo, e não costuma observar asteroides. O mapa térmico obtido indica também que a refletância do Apofis é menor do que a estimada anteriormente, o que é importante para calcular como o calor do Sol pode afetá-lo. No entanto, os melhores dados para refinar o cálculo da órbita desse asteroide virão das observações que estão sendo feitas por radar nestes dias, a partir por exemplo da já citada estação de Gladstone e do radiotelescópio de Arecibo (Porto Rico).


Imagens do Apofis em três comprimentos de onda, captadas pelo telescópio espacial Herschel - (Fonte: ESA/HERSCHEL/PACS/MACH-11/MPE/B.ALTIERI (ESAC) e C. KISS (KONKOLY OBSERVATORY).

Os dados obtidos agora são importantes também para ampliar o conhecimento sobre as propriedades dos asteroides,  o que permitirá efetuar com mais chances de êxito as missões destinadas a evitar aproximações demasiado perigosas no futuro, segundo Laurence O' Rourke, pesquisador do Centro Europeu de Astronomia Espacial (ESAC, em inglês), perto de Madri.




Um comentário:

  1. Amigo VASCO:

    Mais algumas informações no link abaixo:

    http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=asteroide-apophis-destruir-satelites-2029&id=020175130110 .

    Abraços - LEVY

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