quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Noticiário político ou policial?

Vejamos algumas notícias recentes:

Procurador vê consistência em denúncia e aumenta desgaste de Renan

Favorito à Câmara, Henrique será investigado por repasse

PGR acusa Eduardo Cunha de falsificar documento

 

Engana-se quem acha que isso foi tirado do relatório de plantão de alguma delegacia de zona de meretrício ou de áreas de alta periculosidade. Tampouco são notícias de plantão de alguma penitenciária de segurança máxima ou mínima. Na verdade, são notícias da política nacional embora caibam exatamente na seção de Polícia.  A primeira notícia, do jornal Estado de S. Paulo, refere-se a Renan Calheiros (PMDB-AL), candidato favorito à presidência do Senado. A segunda, do jornal Folha de S. Paulo, refere-se a Henrique Alves (PMDB-RN), candidato favorito à presidência da Câmara dos Deputados. A terceira, do site Congresso em Foco, refere-se a Eduardo Cunha (PMDB-RJ), candidato fortíssimo a líder do PMDB (que recebeu o apoio ostensivo do governador Sérgio Cabral, antes deste realizar sua viagem de número 527 a Paris em seu mandato).  Todos, não por coincidência, pertencem à mesma organização chamada PMDB, que já recebeu pedidos de consultoria da Cosa Nostra, da Camorra e da 'Ndrangheta.

 

Essas três figuras bizarras serão peças importantíssimas na manutenção da base política de nossa terna e meiga presidente. Esses personagens, que não têm fichas partidárias mas prontuários, desempenharão papel fundamental em toda e qualquer decisão que afete os destinos deste país e de nós contribuintes. E o pior (se é que é possível) é que os presidentes da Câmara e do Senado são, respectivamente, o terceiro e o quarto na sucessão presidencial no país. Muito recentemente, tivemos o presidente da Câmara, Marco Maia (outra peça do nosso zoológico parlamentar) ocupando interinamente a presidência (*) porque a afável presidente e seu vice, Michel Temer, se ausentaram do país.

 

Enquanto não instalarem uma UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) na comunidade do Congresso Nacional, teremos que conviver com a vergonha e o escárnio de um bando de pessoas abominável, imprestável e absolutamente indecoroso, aético e amoral.

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(*) Essa história de botar alguém no Palácio do Planalto sempre que o presidente viaja para o exterior é uma das excrescências que fazem do nosso sistema político algo inteiramente anacrônico e absolutamente ridículo.

 

 

 

 

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