quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

TIM continua líder de reclamações, diz a Anatel

A TIM continua sendo a pior operadora em número de reclamações dos clientes, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (12) pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações). O dado faz parte do primeiro relatório de fiscalização da agência sobre a qualidade das operadoras de telefonia móvel após medida de suspensão das vendas de novos chips, em julho deste ano.

Na época da intervenção da reguladora, três das maiores companhias de telefonia móvel do país foram suspensas em razão do grande volume de reclamações dos usuários: TIM, Oi e Claro.  Desde a retomada das vendas, 11 dias após a proibição, as empresas começaram a cumprir o plano de melhorias e investimentos que elas mesmas apresentaram à Anatel. Cada plano trazia metas mensais para redução do número de reclamações dos clientes.

Nesta primeira avaliação da agência, a TIM, apesar de seguir com maior número de reclamações, conseguiu reduzir o número de queixas dos clientes. As ligações registradas no call centrer da Anatel contra a empresa passaram de 4.000 em agosto para cerca de 3.750 em outubro. 

A Claro foi a única empresa que não manteve trajetória decrescente em seu desempenho. Foram registradas pouco mais de 2.000 reclamações em agosto na Anatel. Houve queda para cerca de 1.750 reclamações registradas em setembro, mas, em outubro, o número voltou a subir e registrou 2.000 reclamações.

A Oi, por sua vez, recebeu pouco mais de 2.000 reclamações em agosto e fechou outubro com o melhor resultado entre as três companhias punidas: cerca de 1.400 reclamações. 

Outro lado

Em nota, a TIM informou que atua ativamente para atender aos clientes com qualidade e frisou que é a segunda operadora menos demandada no volume total de reclamações registradas na Anatel desde agosto de 2011.  A Claro informou que já investiu "boa parte dos recursos que prometeu aplicar em infraestrutura [R$ 7,5 bilhões em três anos]" e que continua se empenhando para cumprir as metas estabelecidas pela agência reguladora. A Oi não se manifestou.

Insuficiente

Os números foram apresentados pelo presidente da agência, João Rezende, em audiência pública na Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática do Senado nesta quarta-feira (12).  Para ele, os resultados revelam que os esforços das empresas na melhoria da qualidade foram "insuficientes".

Ele destacou que as prestadoras precisam investir mais para que os usuários percebam melhorias substanciais nos serviços. "A agência está acompanhando de perto esses investimentos para assegurar que os consumidores recebam de suas operadoras os serviços que contrataram".

Antenas

Rezende informou que houve avanços, como o incremento de 13,87% no número de antenas destinadas à transmissão de voz e dados para a telefonia móvel nos últimos três meses em relação ao mesmo trimestre do ano passado.

[A apresentação do presidente da Anatel no Senado hoje está disponível, em formato pdf, no site da agência.  A reportagem acima é mais um relato chato, repetitivo e revoltante do nível de desatendimento e de desrespeito ao usuário a que se chegou no setor de telecomunicações em geral no país, com destaque para o setor da telefonia celular. Temos de um lado uma agência reguladora incompetente, ineficiente, de lentidão paquidérmica e completamente desmoralizada, e do outro um grupo de operadoras completamente descomprometido com os direitos do usuário e com a qualidade do serviço. Nosso mercado é enorme e carente, as operadoras têm gordura p'ra queimar e quem paga o pato e as contas, e ainda se aborrece tremendamente é o usuário.

A Anatel é reincidente em sua ineficiência, brigando cabeça com cabeça nesse quesito com as principais outras agências reguladoras federais: Aneel, Antt, Antaq, Anac, e o que mais seja na sopa de letras inúteis do governo -- registre-se que o setor aéreo civil é duplamente penalizado pela máquina estatal, com a dupla Anac e Infraero, a união do roto com o esfarrapado. Mesmo com esse pano de fundo, nossa simpática e sempre afável Dona Dilma insiste em, cada vez mais, enfiar o Estado na vida do brasileiro. É dose!]  

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