quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Será que a PF realmente não grampeou ligações telefônicas na Operação Porto Seguro? ...

A escuta telefônica, devidamente autorizada pela Justiça (é indispensável frisar isto), tem sido e é um recurso de enorme importância no desmanche de pilantragens e malfeitos que, sintomaticamente, têm infestado como nunca o país de uma década para cá. O fato dessa década ser petista não é mera coincidência, é coincidência concreta, inequívoca, documentada e em parte substancial recentemente condenada pelo STF.

A escuta telefônica autorizada tem sido instrumento onipresente nas investigações da Polícia Federal (PF), que têm revelado e desmascarado magotes de quadrilhas que assaltam o país em todos os tons de cinza. Bom, era assim até que surgisse na paisagem a Operação Porto Seguro. O que diferencia esta operação das demais da PF em que houve grampo legal? Não é bem a operação que foi diferente, mas a principal figura nela envolvida -- a cidadã Rosemary Nóvoa de Noronha, a Rose, para os íntimos.

Quem é essa Rose? Uma ex-bancária, que foi secretária particular de José Dirceu durante mais de uma década, conheceu o NPA (o Nosso Pinóquio Acrobata, Lula) em 1993 e depois virou assessora e secretária muito íntima e pessoal dele , que acabou premiando-a -- por serviços prestados ... -- com a chefia do escritório da Presidência da República na capital paulista. Essa eficiente servidora pública fez mais de 20 (o número oscila entre 23 e 28, conforme o jornal) viagens internacionais com o NPA, quando este era presidente, algumas a lugares tão longe quanto Seul. Detalhe interessante: ela só viajava com o NPA quando a primeira-dama Marisa Letícia Lula da Silva não participava da viagem. A intimidade entre Rosemary e o NPA está relatada pela Folha de S. Paulo nos dias 1 (sucursal de Brasília e sede em S. Paulo) e 2 do corrente mês de dezembro (pela jornalista Suzana Singer).

Com essa intimidade toda, a chance de haver alguma(s) ligação(ões) telefônica(s) entre o NPA e Rosemary deve beirar os 99,9%. Como é que a PF poderia soltar essa bomba de napalm na Operação Porto Seguro -- ainda por cima no contexto do julgamento do mensalão -- sem correr o risco de ter a operação toda abafada e de sair dela chamuscada? Mesmo não mostrando escutas, as evidências apontadas para o NPA produzidas pela PF justificam chamá-lo para explicações ao país, fôssemos nós uma democracia de fato e de direito. Se o general Petraeus-- recentemente defenestrado da chefia da CIA porque pulou a cerca -- fosse brasileiro e petista, duvido muito que tivesse perdido o emprego.

No Congresso, o ministro da Justiça, transformado em boi de piranha pela sorridente e afável Dona Dilma, tentou explicar o inexplicável. No tocante à "ausência" de grampos telefônicos, o ministro saiu-se com a pérola de não foi só Rosemary que não foi grampeada, ninguém mais foi grampeado na Operação Porto Seguro porque as outras provas eram fortes o suficiente para embasar um indiciamento dos envolvidos. O ministro quis nos fazer de idiotas, esquecendo-se de que nessa operação a ordem dos fatores altera o produto -- se alguém aparecesse grampeado, não haveria como justificar que apenas Rosemary tivesse sido poupada.

O mar de lama que faz parte mais do que substancial da herança que lhe foi deixada pelo NPA, e que nossa sempre feliz e cordial ex-guerrilheira insiste em chamar de bendita, já chegou à antessala do gabinete de Dona Dilma através da AGU - Advocacia Geral da União. Nesse ritmo, em breve iremos ver nossa ex-quase Dama de Ferro usando botas de cano alto e máscara contra gases para despachar no Palácio do Planalto.

Um comentário:

  1. Desculpa esfarrapada do ministro da justiça quanda clama , com péssima linguagem corporal (é só assitiir o noticiário), que a Rose (para os bem íntimos) não era objeto principal das investigaçãoes e, portanto, não teve conversas (com o Lula) gravadas. Que bobagem simplória! Até os militantes petistas sabem que essas gravações houve, em algum ponto das investigações. Foram "suprimidas" para o bem da governabilidade petista. O papel sórdido do ministro da justiça só se compara ao que Levandovski e Toffoli fazem no mensalão, urdindo chicanas de leniência no trato desses criminosos lombrozianos. A blindagem continua, a qualquer custo, incluindo aí a mentira deslavada.

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