sábado, 17 de novembro de 2012

Ministro Dias Toffoli, volúvel e partidarista

Sempre que vejo, ouço e leio as manifestações via de regra medíocres dos ministros Ricardo Lewandowski e Dias Toffoli no julgamento do mensalão, lembro-me inevitavelmente da famosa logomarca que durante muito tempo marcou a RCA Victor:


"A voz de seu dono" (His master's voice) - Marca Registrada da RCA.

Ambos os ministros ouvem atentos, submissos e prestimosos a voz de seu padrinho, patrono e comandante, o NPA (Nosso Pinóquio Acrobata - Lula) e fazem das tripas coração para não desapontá-lo ou aborrecê-lo. Nesse afã, os dois recorrentemente erram a dose, carregam nas tintas, ficam ridículos e se desmoralizam por completo.

Lewandowski e Toffoli se revezam no picadeiro, disputando aguerridamente a aprovação do NPA -- que, malandramente como sempre, nunca a explicita (vai aqui uma sugestão aos dois togados: façam umas apariçõezinhas com Maluf, que o NPA irá correndo abraçá-los em público). A última performance bizarra foi a de Toffoli, que na quarta-feira desta semana fez um discurso exaltado no plenário do STF contra as pesadas penas impostas até agora no julgamento do mensalão. Quase apoplético, acabou cometendo um ato falho quando disse "para mim pesam mais os efeitos pecuniários que os restritivos de liberdade" -- mais sintético impossível, para resumir a prática central do mensalão de uso do dinheiro público e privado para a compra da liberdade de votar de inúmeros parlamentares.  Toffoli quis dar à sua toga o brilho de uma armadura de um cavaleiro da Távola Oval do STF e acabou maltrapilho, uma versão caricata de um Quixote contra moinhos de vento que só ele vê como inimigos.

Na sexta-feira, 16/11, o Globo desmascarou de vez o Toffoli ator e cínico, lembrando que ele próprio foi responsável pelo voto que culminou na mais alta condenação da nossa suprema Corte. Revisor do processo contra o deputado Natan Donadon (PMDB-RO) em outubro de 2010, do qual foi relatora a ministra Cármen Lúcia, Toffoli teve acatado pelo plenário seu voto de condenação do parlamentar pelo crime mais grave, o peculato, que resultou na pena de 13 anos, 4 meses e 10 dias de prisão. Na ótica peculiar de Toffoli, o que vale para réu do PMDB não vale para réu do PT -- afinal, no PMDB não tem NPA.  Toffoli cumpriu bizarra e melancolicamente mais um ato de submissão explícita a uma figura abjeta da história política do país.

Como pano de fundo, tivemos novos esperneios do PT e  de advogados dos condenados. Veio-me à lembrança o ditado "os cães ladram e a caravana passa". Esculhambaram de vez com a logomarca da RCA, também.
Para mim pesam mais os efeitos pecuniários do que os restritivos de liberdade

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/pais/dias-toffoli-questiona-penas-pesadas-para-condenados-6734169#ixzz2CUHDP287
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