quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Leonardo da Vinci, um gênio como poucos

Cientista, matemático, engenheiro, inventor, anatomista, pintor, escultor, arquiteto, botânico, poeta e músico -- esse o perfil de Leonardo di Ser Piero da Vinci, ou simplesmente Leonardo da Vinci (1452-1519).

Filho natural de Ser [Dom] Piero d' Antonio, um tabelião, e de uma camponesa, foi abandonado pela mãe e deixado por esta aos cuidados de seu pai, que o acolheu e educou junto a seus filhos legítimos, nove homens e duas mulheres. Apesar de filho varão de uma família de tabeliães, da Vinci recebeu uma educação limitada, mesmo para sua época: aprendeu a ler e escrever na chamada língua vulgar (só mais tarde, e por conta própria, estudaria latim) e a fazer cálculos com o ábaco.

Apegou-se em especial a um tio, que frequentemente o levava consigo e fez com que, à medida que crescia, fosse descobrindo os segredos daquilo que via, o que estimulava sua curiosidade inata pelos animais, as plantas e todo ser vivo. Depois da morte do avô, a família se muda definitivamente para Florença. Diante dos primeiros sinais de talento do filho e talvez com a intenção de lhe garantir um futuro, seu pai o apresenta e faz com que seja admitido como aprendiz nas oficinas de arte de Andrea di Francesco di Cione, denominado Verrochio, uma das mais renomadas de Florença. Ali da Vinci permanece pelo prazo excepcionalmente longo de dez anos, onde aprende a pintar, esculpir, forjar metais, a fabricar máquinas utilizadas em construções, e muitos outros ofícios.

Em 1470, com 18 anos portanto, da Vinci começa a destacar-se nas oficinas, impondo-se por seu próprio talento na pintura, sem por isso deixar de alimentar sua profunda necessidade de conhecimento , que se estendia a todos os campos, o que fez com que deixasse uma enorme quantidade de páginas escritas com desenhos -- que o fariam célebre -- com sua caligrafia única e estranha, escrita com a mão esquerda (ele era canhoto) no sentido da direita para a esquerda, o que exigia um espelho para sua leitura direta! Uma forma de escrita que usou durante toda sua vida, e os Códigos, nomes com que sucessivamente serão indicadas as coleções de suas anotações, representando a parte mais importante de sua produção. Conservam-se hoje uns oito mil conjuntos de anotações, com mais de dezesseis mil páginas e milhares de desenhos sobre os mais diversos temas -- desde a geologia a máquinas têxteis, desde a canalização de águas ao projeto de cidades. Deve-se ter em conta que foi perdida a maior parte de seu projetos e desenhos.

É impossível qualquer tentativa de resumir em único texto toda a genialidade de Leonardo da Vinci -- recomendo, entre outras fontes, o livro "Leonardo, o el genio universal" - Colección "Los senderos del arte", de Paolo De Silvestri,  ATS Italia   Editrice, do qual retirei as informações reproduzidas acima. Apresento a seguir alguns exemplos da genialidade de da Vinci, excluindo a Mona Lisa por sua obviedade.

 Retrato de Ginevra Benci (1475-1476), óleo sobre madeira (National Gallery of Art, Washington, EUA) - A figura frontal rompe com a tradição florentina do retrato de perfil, e sua palidez resulta de uma enfermidade de que padecia a mulher retratada.


 La Belle Ferronière (1490-1494), óleo sobre madeira (Museu do Louvre) -- a mulher retratada seria a mulher ou filha de um ferreiro (ferronier), ou a amante de Ludovico, o Mouro. Retrato feito na época em que da Vinci fazia estudos de óptica, como se observa pelo detalhe do colorido da roupa vermelha refletido na face da mulher.

A Última Ceia (1495-97), afresco numa parede do refeitório de um convento dominicano anexo à igreja de Santa Maria delle Grazie, em Milão. A técnica de pintura usada por da Vinci (tinta sobre estuque semisseco e não úmido, como era costume na época) facilitou sua deterioração.

Homem de Vitruvio (1490), desenho a tinta sobre papel (Gallerie dell' Accademia, Veneza) - Um dos mais famosos desenhos de da Vinci, representando o homem de proporções perfeitas, aplicando à figura humana os conceitos de simetria e proporção do arquiteto e engenheiro romano Marcus Vitruvius Pollius, que viveu no século 1 AC.

Cabeça de mulher (1470-1476), desenho a pena com tinta e pigmento branco sobre papel (Gabinetto dei Designi e delle Stampe degli Uffizi, Florença). O corte em diagonal dos olhos e o detalhamento da cabeleira, representada com minúcias, fazem desta obra um precioso testemunho gráfico, que recorda algumas características típicas da escola de Verrocchio.

Um dos inúmeros desenhos de Leonardo da Vinci sobre a anatomia humana (Quueen's Gallery, Londres).

‘O sistema cardiovascular e principais órgãos femininos’, de 1509. A imagem reflete uma crença bastante difundida na época, de que o útero feminino era formado por sete câmaras. (Foto: The Royal Collection, Londres).

 Um estudo de movimento e anatomia feito por Leonardo da Vinci - (Fonte: Google).

Balesta (ou besta) gigante - (Biblioteca Ambrosiana, Milão).

A metralhadora de Leonardo da Vinci, prevista para disparar 12 tiros simultaneamente; era de difícil manejo, tanto para transportar como para recarregar - (Fonte: Google).

A bicicleta projetada por Leonardo da Vinci (a parte esquerda do desenho me parece muito rudimentar se comparada com outros desenho de da Vinci, o que me faz desconfiar de sua autenticidade, mas não há dúvida de que ele também projetou uma bicicleta) - (Foto: Google).


Modelo em madeira da bicicleta concebida por Leonardo da Vinci - (Foto: Google).

O "helicóptero" projetado por Leonardo da Vinci - (Foto: Google). 

 Cinco cabeças grotescas (1490) - pena e tinta sobre papel - (Foto: Google).

 Autorretrato (1516-?), lápis vermelho sobre papel branco (Biblioteca Reale, Turim). Ainda que inacabado, o desenho é precioso e rico em seus detalhes; da Vinci se retrata com uma longa barba e expressão melancólica, atributos que no Renascimento representavam a imagem ideal do filósofo.

 Um provável auto-retrato de Leonardo da Vinci encontrado em Acerenza, no sul da Itália.

Exemplos da escrita "espelhada" de Leonardo da Vinci, que era canhoto e escrevia da direita para a esquerda. - (Foto: Google).




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