terça-feira, 16 de outubro de 2012

Brasil, um "anão diplomático" (II)

[Parece que o Brasil virou saco de pancada na 68ª assembleia da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP, em espanhol) que se realiza em São Paulo. Primeiro, um ex-chanceler  mexicano chamou o Brasil, com toda razão, de "anão diplomático".  Agora, em seguida, o diretor da Human Rights Watch chamou nosso país de "cúmplice" de governos que desrespeitam direitos humanos, além de "infantil" e "adolescente"  por sua reação à posição da CIDH (Comissão Interamericana de Direitos Humanos) da OEA sobre Belo Monte. Estamos colhendo o que temos semeado nessa década de governo petista, juntando o inútil ao desagradável -- a ignorância crassa do NPA (Nosso Pinóquio Acrobata - Lula) e do PT em política externa, a mania de Dª Dilma de raciocinar com o fígado quando se vê contrariada, e um Itamaraty bizarro e absolutamente submisso e ineficiente -- está explicado porque viramos o bobo da corte. É o que nos conta a entrevista reproduzida  a seguir, publicada também no Globo de ontem.]

José Miguel Vivanco, diretor da ONG Human Rights Watch para o continente americano, critica a omissão do Brasil diante da pressão que países que desrespeitam a liberdade de expressão para esvaziar a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), ligada à Organização dos Estados Americanos (OEA). Para ele, o Brasil teve uma "reação infantil" quando a comissão pediu informações sobre possíveis violações de direitos de povos indígenas na construção da Usina de Belo Monte, com a retirada do embaixador e suspensão de contribuições.

Por que você diz que o Brasil ajuda a enfraquecer a Comissão Interamericana de Direitos Humanos?

Porque o Brasil é omisso frente às manobras de muitos países que buscam enfraquecer a comissão porque cometem abusos e tolhem direitos humanos, como os países da ALBA (Aliança Bolivariana das Américas, integrada por Venezuela, Bolívia, Equador , Cuba, Nicarágua, entre outros). O curioso é que o país tem pretensões de jogar nas grandes ligas de países, com assento no Conselho de Segurança das Nações Unidas, mas tem faniquitos quando é confrontado pela OEA. Veja a atitude infantil, adolescente do Brasil quando a CIDH pediu informações ao país sobre a construção da Usina de Belo Monte e seu impacto nas comunidades indígenas. O Brasil teve um ataque. Pode até ser que o governo brasileiro considere o pedido da CIDH sem pé nem cabeça, mas o país deveria ter agido com serenidade. Mas o que fez? Tirou o embaixador junto à OEA, que até agora não reassumiu o posto, e cortou por seis, sete meses a contribuição de US$ 100 milhões do país ao orçamento do organismo. O candidato do Brasil à CIDH, Paulo Vanucci, retirou sua candidatura. Em agosto, a comissão suspendeu o pedido de informações, mas o que o Brasil considera uma vitória é uma vergonha sem precedentes.  [É, espinafração maior, impossível -- e o pior é que a merecemos.]


Essa atitude enfraquece a CIDH?

Muito. Com essa atitude, o Brasil abre espaço e legitima as reclamações de outros países sobre a CIDH. Países que desrespeitam os direitos humanos. O Itamaraty diz que o país preserva e cultiva liberdade de expressão e direitos humanos. Então por que não se objeta ao que acontece em países como Venezuela e Equador?

O Itamaraty alega que isso é intrometer-se com o que acontece num outro país, ferindo a sua soberania. 


Mas, por que não se objeta então às tentativas  de enfraquecimento e desmoralização da OEA? Porque o Brasil é um acionista importante da OEA e o organismo não é um país cuja soberania esteja sendo afetada se Brasília se manifestar. A CIDH e em especial a Relatoria Especial de Liberdade de Expressão estão sob ataques de países que argumentam que os organismos são "braços disfarçados do imperialismo americano", o que é uma bobagem. Este discurso serve para tentar encobrir abusos que ocorrem nesses países, denunciados pela comissão. A CIDH corre um risco enorme de ser esvaziada com o silêncio cúmplice do Brasil. 

O que vai acontecer com a CIDH?

Com a desculpa de que o organismo deve ser modernizado, alguns países buscam limitar sua atuação. Uma assembleia geral extraordinária foi convocada, e deve acontecer até março de 2013, para aprovar reformas. Neste caso, há uma conjugação de interesses de países que foram contrariados pela comissão.
  [No plano de "enquadrar" a CIDH, o Brasil se uniu nada mais, nada menos que à Venezuela de Hugo Chávez, e ao Equador de Rafael Correa -- e parece que a Bolívia de Evo Morales e a Argentina de Cristina Kirchner também estão se juntando. Isso não é um grupo que mereça qualquer respeito como defensor de liberdade de imprensa, é uma patota de emburrados -- quem quiser saber por que o Brasil está metido com essas companhias pergunte a Dª Dilma.]


O que quer o Brasil?

O Brasil quer reduzir o alcance das medidas cautelares da comissão porque acha que há perda de soberania quando o organismo intervém para tentar evitar perseguições. Alguns países, como o México, Chile e Uruguai, são contra as mudanças. Mas o grupo incomodado é muito maior.
 




José Miguel Vivanco, diretor da Human Rights Watch, que espinafrou o Brasil na assembleia da SIP que se realiza em São Paulo - (Foto: Globovision.com).
 
 

2 comentários:

  1. É triste e lamentável a situação do Brasil em relação ao Mundo, ou seja, o País apesar de 500 anos de existência não tem uma definição do seu peso de Nação diante da comunidade internacional, também pudera as sua Forças Armada ainda usam o Arco e a Flecha e uma pergunta? Quando deixaremos de se Anão Diplomático. Hoje tenho 60 anos de idade, entretanto se hoje tivesse 20 nos eu abandonaria esse território que se homologa como nação

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  2. Me chamo José Antônio Viégas "Anápolis - Go" por estar indignado esclareço: Apesar de 500 anos de existência o Brasil não tem uma definição do seu peso de Nação diante da comunidade internacional, também pudera as sua Forças Armadas ainda usam o Arco e a Flecha e uma pergunta? Quando deixaremos de se Anão Diplomático. Hoje tenho 60 anos de idade, entretanto se hoje tivesse 20 nos eu abandonaria esse território que se homologa como nação.

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