segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Shell suspende planos de perfuração no Ártico neste ano

[Há pouco mais de uma semana, fiz uma postagem sobre o início de perfuração da Shellem busca de petróleo no Alasca. Hoje surge a notícia de que problemas de segurança afastam a possibilidade de que isso se faça efetivamente ainda este ano. Esse e outros fatos deixam uma eterna luzinha de alerta acesa, enquanto o governo, a ANP e a Petrobras se calam: estamos realmente preparados para a exploração no pré-sal em termos de segurança lato sensu?]

A petrolífera Royal Dutch Shell anunciou hoje a suspensão dos planos de perfuração na região do Ártico neste ano, após verificar danos sofridos em equipamentos de segurança. A empresa detectou falhas no sistema de contenção no Ártico. O equipamento é crucial para que a petrolífera obtenha a aprovação final das autoridades regulatórias para a exploração de gás e petróleo na região.

Na semana passada, a empresa interrompeu o programa de perfuração no Mar de Chukchi, no Alasca, como precaução ao deslocamento do gelo polar. Por enquanto, a Shell apenas tem permissão para perfurar os poços em estágios iniciais no Ártico. A empresa precisa perfurar o maior número possível destes poços antes que as geleiras avancem, o que pode acontecer a partir do dia 24. A empresa também disse que os testes exploratórios no mar de Beaufort, que deve permanecer sem gelo por cerca de um mês a mais que o mar de Chukchi, começarão nos próximos dias.

A Shell gastou cerca de US$ 4,5 bilhões para perfurar os primeiros poços nas águas do Ártico em 20 anos, um projeto “criticamente importante” para a economia e os empregos no Alasca, diz a empresa. As atividades são avaliadas pelas autoridades regulatórias dos Estados Unidos e sofrem a oposição de grupos ambientais.

A BP arquivou os planos de perfuração para o mar de Beaufort ao perceber que não poderia cumprir as normas de segurança estabelecidas após o derramamento no Golfo do México, em 2010. No ártico russo, o projeto de exploração de gás natural de Shtokman foi adiado indefinidamente, em meio a dúvidas sobre sua viabilidade econômica.

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