segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Coreto de Lula, o Nosso Pinóquio Acrobata, começa felizmente a ser implodido, melhorando a assepsia ética do país

[Há no horizonte sinais animadores de que a farsa (mais uma) montada por Lula (o Nosso Pinóquio Acrobata - NPA) e seus asseclas para desmonte da própria existência do mensalão começa a fazer água e, o que é ainda mais alvissareiro, o NPA, o arquiteto e avalista desse lamaçal, começa a aparecer na alça de mira da Justiça. Nem todo striptease é agradável aos olhos e ao espírito, principalmente quando o corpo a ser exposto é putrefacto e até o esqueleto está irremediavelmente atacado pela osteoporose da imundície ética e moral, mas, em se tratando do NPA e dos incomensuráveis benefícios que isso trará para a saúde ética e política do país, esse lento e progressivo desnudamento do presidente mais corrupto da história deste país é capaz de provocar orgasmos múltiplos de cidadania e desafogo moral nas mentes democráticas brasileiras.

Acuado e abandonado pelo NPA e pelo PT, Marcos Valério começa a mostrar sinais alentadores de desespero ao ver serem destruídas uma a uma todas as pontes salvadoras à sua retaguarda e à sua vanguarda. E o alvo inevitável dessa angústia é o arquiteto-mor de toda a trama do mensalão, o NPA, ausência inexplicável na Ação Penal 470 ora em julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) -- sinais disso estão na revista Veja que está nas bancas e na coluna do Ricardo Noblat no Globo de hoje ("A quarta cópia"), que reproduzo na íntegra a seguir. É fácil prever que as pressões do NPA e do PT vão crescer exponencial e hiperbolicamente sobre os ministros do STF nomeados pelo NPA.]

A quarta cópia

Ricardo Noblat -- O Globo e Blog do Noblat (17/9/2012)

Dá-se a prudência como característica marcante dos mineiros.

Teria a ver, segundo os estudiosos, com a paisagem das cidadezinhas de horizonte limitado, os depósitos de ouro e de pedras preciosas explorados no passado até se esgotarem, e a cultura do segredo e da desconfiança daí decorrente.

Não foi a imprudência que afundou a vida de Marcos Valério. Foi Roberto Jefferson mesmo ao detonar o mensalão. Uma vez convencido de que o futuro escapara definivamente ao seu controle, Valério cuidou de evitar que ele se tornasse trágico.

Pensou no risco de ser morto. Não foi morto outro arrecadador de recursos para o PT, o ex-prefeito Celso Daniel, de Santo André? Pensou na situação de desamparo em que ficariam a mulher e dois filhos caso fosse obrigado a passar uma larga temporada na cadeia. E aí teve uma ideia.

Ainda no segundo semestre de 2005, quando Lula até então insistia com a lorota de que mensalão era Caixa 2, Valério contratou um experiente profissional de televisão para gravar um vídeo. Poderia, ele mesmo, ter produzido um vídeo caseiro. De princípio, o que importava era o conteúdo. Mas não quis nada amador.  Os publicitários de primeira linha detestam improvisar. Valério pagou caro pelo vídeo do qual fez quatro cópias, e apenas quatro.

Guardou três em cofres de bancos. A quarta mandou para uma das estrelas do esquema do mensalão, réu do processo agora julgado pelo Supremo Tribunal Federal.  Renilda, a mulher dele, sabe o que fazer com as três cópias. Se Valério for encontrado morto em circunstâncias suspeitas ou se ele desaparecer sem dar notícias durante 24 horas, Renilda sacará dos bancos as três cópias do vídeo e as remeterá aos jornais O Estado de São Paulo, Folha de S. Paulo e O Globo. (Sorry, VEJA!).

O que Valério conta no vídeo seria capaz de derrubar o governo Lula se ele ainda existisse, atesta um amigo íntimo do dono da quarta cópia.  Na ausência de governo a ser deposto, o vídeo destruiria reputações aclamadas e jogaria uma tonelada de lama na imagem da Era Lula. Lama que petrifica rapidinho.

A fina astúcia de Valério está no fato de ele ter encaminhado uma cópia do vídeo para quem mais se interessaria por seu conteúdo. Assim ficou provado que não blefava.  Daí para frente, sempre que precisou de ajuda ou consolo, foi socorrido por um emissário do PT. Na edição mais recente da VEJA, Valério identifica o emissário: Paulo Okamotto.  Uma espécie de tesoureiro informal da família Lula da Silva, Okamotto é ligado ao ex-presidente há mais de 30 anos.

No fim de 2005, um senador do PT foi recebido por Lula em seu gabinete no Palácio do Planalto. Estivera com Valério antes. E Valério, endividado, queria dinheiro. Ameaçava espalhar o que sabia.  Lula observou em silêncio a paisagem recortada por uma das paredes envidraçadas do seu gabinete. Depois perguntou: "Você falou sobre isso com Okamotto?"

O senador respondeu que não. E Lula mais não disse e nem lhe foi perguntado. Acionado, Okamotto cumpriu com o seu dever. Pulou-se outra fogueira. Foram muitas as fogueiras.

Uma delas foi particularmente dramática.

Preso duas vezes, Valério sofreu certo tipo de violência física que o fez confidenciar a amigos que nunca, nunca mais voltará à prisão. Prefere a morte.

Valério acreditou que o prestígio de Lula seria suficiente para postergar ao máximo o julgamento do processo do mensalão, garantindo com isso a prescrição de alguns crimes denunciados pela Procuradoria Geral da República.

Uma eventual condenação dele seria mais do que plausível. Mas cadeia? E por muito tempo?  Impensável!

Pois bem: o impensável está se materializando. E Valério está no limiar do desespero.

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