domingo, 26 de agosto de 2012

Para empresários, redução dos juros sustenta retomada

Executivos das maiores empresas do país estão confiantes na retomada da economia em 2013. O longo ciclo de redução da taxa básica de juros é considerado pela maior parte deles como a medida mais importante e emblemática tomada pelo governo federal. Seu impacto sustentará a recuperação, seja como indutor da demanda ou como fator de redução do custo de capital, afirmaram empresários que participaram ontem da cerimônia de premiação do anuário "Valor 1000".

"A queda dos juros seguramente vai estimular o consumo e a taxa de câmbio estabilizada permite maior previsibilidade no negócio", diz Paulo Cesar Teixeira, diretor-geral da Telefônica/Vivo. "Ela favorece a Ouro Verde, que é intensiva em capital, dando maior competitividade para nossas operações", diz Karlis Kruklis, que comanda a empresa de locação de veículos, equipamentos e serviços.

A maioria das grandes empresas vai manter seus investimentos para 2013 e os executivos apontam o que lhes dá perspectivas otimistas, além da redução dos juros: as medidas tributárias que reduziram o custo do investimento, o plano de concessões de rodovias e ferrovias e a abertura, pelo governo, de maior espaço para o setor privado em outros segmentos da infraestrutura.

A expansão da rede de fibra óptica e implantação da quarta geração de telefonia celular (4G) não só garantem os investimentos da Telefônica/Vivo como o de seus fornecedores, como a Furukawa, que para atender a demanda de novas redes, afirma Foad Shaikhzadeh, presidente da companhia, vai ampliar a capacidade de produção. A infraestrutura sustenta também projetos de empresas como State Grid, de energia, Petrobras e Sabesp.

Ricardo Mendes da Silva, presidente-executivo da farmacêutica Aché, diz que a desaceleração foi muito suave para o setor em 2012. Por isso, a companhia não mudou os planos para 2013. "Mantivemos os investimentos programados em pesquisa e desenvolvimento e em ampliação da capacidade de produção, com aquisição de novos equipamentos".

Após a desaceleração de 2012, a empresa de propriedades comerciais BR Properties espera um 2013 positivo e avalia investimentos de R$ 3 bilhões em novos negócios. Para Claudio Bruni, presidente, empecilhos como a limitação de crédito para pessoas físicas "são coisas do passado". O mercado imobiliário, diz, tem espaço para crescer.







Um comentário:

  1. Amigo VASCO:
    Em princípio, seria uma notícia alvissareira.
    Mas me preocupa o alcance da mesma. Nada indica que os consumidores de produtos das fábricas ou setores beneficiados sejam agraciados com reduções de preços dos mesmos.
    Isso porque os impostos cobrados, que representam um volume muito grande no custo total, vai continuar elevado. O governo não abre mão de sua parte nunca!!
    Melhor que uma redução de juros para o setor produtivo, seria uma redução dos impostos cobrados sobre os bens e serviços que realmente sustentam a economia, isso sem falar no ABSURDO impposto de renda que se paga já na fonte, e que não têm retorno em termos de prestação de serviços da competencia do ESTADO.
    Não tem jeito.

    Abraços - LEVY

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