sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Neto de Truman se encontra com sobreviventes da bomba atômica

[O bombardeio atômico de Hiroshima e Nagasaki pelos EUA é uma mancha indelével na história americana. Os americanos construíram e detonaram a primeira arma terrorista de destruição em massa da história da humanidade.]

Um dos netos de Harry Truman está no Japão nesta semana, para participar de cerimônias que marcam o 67° aniversário do bombardeio atômico de Hiroshima e Nagasaki [ver postagem anterior com fotos inéditas de Hiroshima pós-bombardeio]. Hoje, sexta-feira, Clifton Truman Daniel -- o primeiro descendente do homem que autorizou o bombardeio a fazer esse gesto -- se encontrou com um grupo que incluía sobreviventes dos ataques da Segunda Grande Guerra.

Daniel, um ex-jornalista de 55 anos, disse à agência noticiosa AFP que o evento era "um bom passo inicial para no sentido de curar velhas feridas ... e nos entendermos melhor uns com os outros". Muitos dos sobreviventes falaram também positivamente da reunião, mas outros deixaram claro que não estão dispostos a perdoar e esquecer. "Gostaria que ele soubesse que alguns daqueles que perderam familiares nos bombardeios nunca perdoarão (os Estados Unidos), em qualquer hipótese", disse Reiko Yamada, uma sobrevivente de 77 anos.

Daniel, que foi convidado para o evento por um grupo antinuclear, esteve a ponto de condenar as ações de seu avô: "Não posso criticar posteriormente meu avô", disse ele, "mas em guerras não há decisão correta".  

A maioria dos sobreviventes dos bombardeios estão na faixa de 70 e oitenta anos. Mais de 200.000 pessoas foram mortas, ou instantaneamente nos bombardeios ou nos anos seguintes por causa da radiação.

 Clifton Truman Daniel, neto do presidente americano Harrt Truman, que autorizou os bombardeios atômicos há 67 anos atrás, olha para Nobuo Miyake, de 83 anos, sobrevivente da bomba atômica de Hiroshima, enquanto ele fala num simpósio na Universidade de Tóquio em 03/8/2012 - (Foto: Shingo Ito/AFP/Getty Images).

[Vejam o vídeo Hiroshima: o dia seguinte.]


2 comentários:

  1. Amigo VASCO:
    O gesto é simbólico, mas deve ter repercussões
    políticas, uma vez que o Japão está para abandonar a geração elétrica de energia desativando suas dezenas de reatores utilizados para esse fim.
    Vou me limitar à HISTÓRIA,até onde a conheço.
    As consequencias da explosão de uma bomba atômica, mesmo as pequenas utilizdas pelos Estados Unidos, eram TOTALMENTE desconhecidas à época de suas realizações.
    Na primeira metade do século passado, descobrir e desvendar o que era o ÁTOMO, envolveu praticamente todos os cientistas do mundo. A RADIOATIVIDADE teve sua análise iniciada pelo casal CURIE, mas sem se saber dos efeitos prolongados causados pela exposição à fontes radioativas. Não houve tempo para isso.
    A descoberta da FISSÃO de alguns átomos, principalmente um isótopo do urânio, chamado U-235, mostrou que esse átomo poderia ser "partido" em pedaços menores, gerando dois sub-produtos radioativos, e liberando uma certa quantidade de energia, principalmente na forma de uma partícula que só foi descoberta lá pelos anos 30: o NEUTRON.
    AQcontece que, na NATUREZA, não ocorre que 2+2 seja igual a 4. Vou dar um exemplo: uma das variedades do gás HIDROGÊNIO é possuir, além de um único PRÓTON em seu NÚCLEO, apresentar também uma variedade em que também existe um NEUTRON associado ao PRÓTON. Isso é conhecido com HIDROGÊNIO PESADO.
    Ora, se for possível unir DOIS átomos desse tipo em um outro núcleo, o resultado seria o núcleo do HÉLIO.
    Acontece que a SOMA dos dois NÚCLEOS de HIDROGÊNIO PESADO somam MAIS MASSA do que o NÚCLEO DO HÉLIO. A diferença é calculada pela famosa equação de EINSTEIN, de equivalência entre MASSA e ENERGIA.
    É justamente essa pequena diferença que faz o nosso SOL BRILHAR, e emitir a quantidade de ENERGIA que emite (e vai continuar emitindo por alguns bilhões de anos). Esse processo é conhecido como FUSÃO ATÔMICA.
    Essa diferença também acontece nos processos de FISSÃO ATÔMICA, embora menos eficiente.
    Mesmo essa pequena diferença (de massa), quando multiplicada pelo QUADRADO DA VELOCIDADE DA LUZ, dá como resultado números expressivos em termos de energia.
    Isso é só uma pequena introdução ao problema das armas atômicas. Havia outras questões a serem resolvidas. Como aproveitar essa energia? Como gerá-la de forma proveitável? ETC.
    Houve um esforço científico inimaginável para se chegar à chamada BOMBA ATÔMICA.
    Fala-se que, no Projeto MANHATTAN, foram empregados cerca de 500.000 pessoas nas diversas fases do projeto, sendo que menos do que umas duas dezenas sabiam qual era o objetivo.
    O resultado foi a produção da BOMBA ATÔMICA.
    Os Estados Unidos explodiram TRÊS bombas atômicas em menos de UM MÊS: 14 de julho de 1945 em ALAMOGORDO, e as duas sobre o JAPÃO (Hiroshima em 06.08 e Nagazaki em 09.08).
    NINGUÉM SABIA das consequencias de longa duração dessas explosões. Nem os cientistas.
    Daí, eu concluir que o ato não foi de GENOCÍDIO, mas de uso de uma ARMA DE GUERRA, de poder destrutivo impressionante, segundo os padrões vigentes à época para tais armas.
    Há que se falar mais sobre o assunto, mas fica para um novo comentário.

    Abraços - LEVY

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  2. Amigo VASCO:
    Continuando com mais alguns comentários, e pedindo desculpas por ter apontado o dia 14.07,45 como data da primeira explosão de uma bomba atômica. A data foi, em verdade, 16.07.45.
    Mas o comentário atual é mais histórico, e científico, se possível, sobre a evolução dessa tecnologia que hoje causa verdadeiro pavor mundial.
    Inicialmente, as aplicações foram militares, com as três bombas. Mas o desenvolvimento de armamentos nucleares não parou por aí. A FISSÃO mostrou o poder de liberação de enrgia na PARTIÇÃO DO ÁTOMO. mas as promessas de liberação de energia na FUSÃO DE ÁTOMOS era muito maior.
    Esse processo de FUSÃO levou às terriveis BOMBAS DE HIDROGÊNIO, com poder milhares de vezes maior do que a das bombas atômicas..
    Em linhas gerais, isso significa que agora temos que UNIR ÁTOMOS, ao invés de sepárá-los, para obter energia. Não é um processo simples.
    Essa UNIÃO exige temperaturas extremamente elevadas para que os átomos se fundam em um núcleo atômico maior.
    E isso acontece quando se tenta juntar dois átomos de deutério (hidrogênio pesado) em um núcleo de hélio. A diferença de massa entre os os primeiros e o produto da fusão é ENORME.
    Mas como conseguir as ELEVADAS TEMPERATURAS necessárias para a ocorrência da FUSÃO?
    A solução foi: exploda-se antes uma BOMBA ATÔMICA e, no calor resultante, os átomos do DEUTÉRIO se fundirão.
    Testado e aprovado.
    O poder de destruição de uma bomba de hidrogênio não encontra similar em toda a NATUREZA, por ser descontrolada.
    Entretanto se for possível controlar essa reação de fusão como hoje se controla a reação de fissão (nos reatores atômicos), haverá a REDENÇÃO DA ENERGIA À NIVEL MUNDIAL.
    Esse tipo de reação é a que ocorre em nosso SOL que nos brinda com CALOR e LUZ durante bilhões de anos. E nada indica que os próximos bilhões serão diferentes.
    Só mais um comentário.

    Abraços - LEVY

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