terça-feira, 19 de junho de 2012

Azul faz primeiro voo experimental com biocombustível à base de cana-de-açúcar

[No dia 20 de março de 2011 informei neste blogue que a empresa aérea Azul e a Embraer planejavam testar pela primeira vez, no transporte aéreo, um biocombustível derivado da cana-de-açúcar -- esse teste foi feito hoje, como informa a Folha de S. Paulo.]

A Azul Linhas Aéreas fez nesta terça-feira o primeiro voo experimental brasileiro com biocombustível à base de cana-de-açúcar. Com mesmo rendimento que a querosene tradicional, o novo combustível gera até 82% menos CO2.  O voo experimental, com uma aeronave da Embraer, E-195, partiu de Campinas (93 km de SP) com 4,5 mil litros de bioquerosene e 4,5 litros de querosene fóssil. Em menos de uma hora pousou no Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro.

A falta de incentivos públicos para a combustíveis menos poluentes foi criticada por envolvidos no projeto.  "Há descompasso entre o desenvolvimento da tecnologia e as políticas públicas de incentivo", afirmou Paulo Diniz, presidente da Amyris, empresa de tecnologia responsável pela pesquisa sobre a bioquerosene a partir de cana-de-açúcar.

No RJ, o ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, afirmou que é possível estudar subsídios ao setor, desde que haja demanda. Ainda não disponível em voos regulares, o biocombustível foi desenvolvido com fungos geneticamente modificados, que sintetizam o caldo da cana em moléculas muito próximas às do querosene fóssil. [Parece que esse ministro ainda se acha prestando consultoria (aliás, essa trapalhada dele continua abafada, por obra e graça de Dª Dilma) e se esquece de que estimular novas tecnologias é também função precípua do Estado (ver exemplo da Embrapa), e isso não pode ficar condicionado à demanda, esse condicionamento é ridículo e só pode vir da cabeça de quem não entende do assunto, embora ele seja de sua responsabilidade. O governo tem investir na pesquisa até para ver se o produto é técnica e economicamente viável, ora bolas!]

Órgãos internacionais ainda avaliam o pedido de certificação feito para a bioquerosene da cana, que foi apresentado em dezembro do ano passado. Em geral, segundo o diretor de combustíveis da Amyris Adilson Liebsch, o processo demora até três anos para ser concluído.

A estimativa da Azul é usar o biocombustível em até 50% dos tanques. "Só não trabalhamos com 100% porque não há, ainda, produção para isso", disse Adalberto Febeliano, diretor de relações institucionais da Azul.  Nem a companhia nem a Amyris divulgaram estimativas de custo do novo combustível, mas, segundo Febeliano, será compatível com os valores pagos atualmente pela querosene comum.

(A jornalista Marília Rocha viajou a convite da Azul Linhas Aéreas.)

 Aeronave E-195, fabricada pela Embraer, da frota da Azul Linhas Aéreas - (Foto: Google).

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