quarta-feira, 21 de março de 2012

Ministra da Cultura comprova que DNA nada significa em termos de qualificação para o que seja

O primeiro e mais explícito sinal de "mudança" que a presidente Dilma Rousseff demonstrou ao assumir o governo foi o de uma maior presença feminina em seu governo. Conceito e atitude absolutamente louváveis e merecedores de aplauso e apoio. O problema é que gênero, cor, raça, religião, etc, nunca foram, nem serão garantia automática de competência -- em se tratando de cargo público por nomeação, isso depende essencialmente da competência, da acuidade e do efetivo conhecimento do nomeador em relação ao nomeado. Aí, nestes quesitos, a presidente pisou na bola em pelo menos três vezes, ao escolher Gleisi Hoffmann (Casa Civil), Ideli Salvatti (Secretaria de Relações Institucionais) e Ana Buarque de Hollanda (Cultura - MinC).

Nesses três casos, é facílimo identificar as razões para suas nomeações (além do fato de serem mulheres). No caso de Gleisi e Ideli, certamente pesou o fato de ambas sempre ter mostrado fazer um esforço enorme para serem uma cópia mal acabada da presidente, principalmente no autoritarismo frequentemente grosseiro no exercício de mando e comando. Quanto à Ana Buarque, é mais do que patente que sua ligação genética com Chico Buarque de Hollanda foi decisiva para sua nomeação (seu currículo é muito pobre) -- o que, certamente, deve ter se transformado em um flagelo emocional para seu irmão, porque seu desempenho no MinC tem sido simplesmente um desastre (eu diria que "desastre" é fraqueza de expressão).

Ana Buarque não conseguiu ainda dizer a que veio, e desde que assumiu não conseguiu sair do canto do ringue, vem sendo mantida contra as cordas principalmente por sua inequívoca incompetência. Agora, sofre nova onda de oposição de pessoas rotuladas de "intelectuais" -- algumas realmente o são, quanto a outras tenho muitas dúvidas. Circula na mídia um manifesto assinado por essas pessoas, que acho imensamente questionável -- primeiro, porque diz que a cultura brasileira avançou nos 8 anos de Lula (o Nosso Pinóquio Acrobata) o que, para mim, além de uma heresia é uma prova cristalina de obtusão intelectual dos signatários do documento; a segunda razão de desvalorização do texto é o fato de ter como signatária a filósofa Marilena Chauí, que considero irracionalmente esquerdista e petista.

Há um segundo documento, que é uma carta de intelectuais e artistas a ser entregue à Casa Civil, cujo primeiro signatário é Fernanda Montenegro (o que, sem dúvida, dá peso ao documento), que diz: "na hipótese de haver a decisão de substituição do titular da pasta da Cultura – tema veiculado na mídia, mas não necessariamente verdadeiro – a classe cultural, aqui representada em suas diversas linguagens e regiões, vem dar sua contribuição cívica, politico-participativa, e apresentar um nome que, certamente, faria a diferença na história do Ministério da Cultura, e aglutinaria os mais diversos segmentos ao seu redor: Danilo Santos de Miranda". Danilo Miranda, diretor do Sesc São Paulo, é um nome sempre recorrente em época de crise no MinC.  Para quem conhece minimamente Dilma Rousseff é facílimo perceber que: a) sob pressão do tipo acima muito dificilmente Ana Buarque cairá, e por consequência - b) o nome de Danilo Santos de Miranda já nasce queimado. Aguardemos.

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