terça-feira, 27 de março de 2012

Fim da farra sem-vergonha? Comissão do Senado aprova fim de 14° e 15° salários para parlamentares

A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou projeto que extingue o 14º e o 15º salários pagos aos parlamentares. Apesar do protesto de alguns senadores, todos votaram a favor do projeto da senadora licenciada e ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann. Pela proposta, senadores e deputados só vão receber a chamada ajuda de custo no início e no final da legislatura, e não a cada ano, como ocorre hoje. [É um sacrifício sobre-humano comentar este tipo de notícia sem dizer um palavrão! Que safadeza, que pilantragem, que molecagem, que gozação é essa desses dois salários extras para esses sacripantas?!! E pensar que esses néscios recebem ainda auxílio moradia, plano de saúde, auxílio passagem, e sei lá que outras mordomias!!!]

Atualmente, cada parlamentar recebe dois salários, de R$ 26,7 mil cada, nos meses de fevereiro e dezembro. O projeto seguirá para votação pelo plenário do Senado e, se aprovado, vai para a Câmara dos Deputados. [Agora vamos, certamente, ver um festival do espírito corporativo safado que impera nas duas Casas do Congresso, principalmente se a votação for secreta, como reza a cartilha da pusilanimidade que impera entre deputados e senadores, incapazes da hombridade de votar abertamente em assuntos que os afetam direta ou indiretamente. Vai ser um milagre extraordinário se isso passar nos dois plenários!...]

O senador Lindbergh Farias (PT-RJ), relator da matéria, disse que os extras, que ele chamou de "ajuda de custo", não se justificam mais. [É muita cara de pau chamar isso de "ajuda de custo"!]. Segundo ele, a verba começou a ser paga para custear as despesas com a mudança dos parlamentares e seus familiares para o Rio de Janeiro, antiga sede do poder Legislativo, e para Brasília, com a transferência da sede. Lindbergh disse que, embora não concorde com setores que queiram "demonizar" os políticos, o benefício não deve ser mantido [se não deve ser mantido é porque é indevido e injustificável, e recebimento do que é indevido e injustificável é no mínimo imoral e antiético -- onde está então a tal "demonização"?!]. "Não dá para explicar a um trabalhador nos estados que recebemos recebendo 14º e 15º salários", afirmou.  O senador Sérgio Souza (PMDB-PR) disse que atualmente o pagamento dessa verba não se justifica mais. "Hoje Brasília está perto de qualquer capital do Brasil".

Coube ao senador Cyro Miranda (PSDB-GO) a maior reclamação pública à proposta. Apesar de votar favoravelmente, Miranda disse ter "pena" de quem sobrevive apenas com o salário de parlamentar. Não é o caso dele, disse. "Eu tenho pena daquele que é obrigado a viver com R$ 19 mil líquidos com esta estrutura que temos aqui", criticou o senador, que é empresário com patrimônio declarado à Justiça Eleitoral, em 2006, de R$ 3 milhões. [E pensar que um cidadão como esse, com essa mentalidade miúda e rasteira, com essa visão mercantilista e de profundidade micrométrica de ética, é membro da chamada "Casa Alta" do nosso Congresso!...]

O senador Benedito de Lira (PP-AL), outro que votou favoravelmente, chegou a ironizar a proposta. Durante as discussões, ele sugeriu que, para ocupar o cargo de senador, o candidato tenha "honorabilidade".

Para dar mais "equilíbrio" [??] à discussão, a senadora Ana Amélia (PP-RS) sugeriu que fosse aprovado um projeto para proibir ministros de Estado, especialmente aqueles oriundos do Legislativo, de acumularem salário com jetons recebidos por participação em conselhos de estatais. [Nada nessa história é justificável e aceitável. Ministro de Estado tem, única e exclusivamente, que cuidar de sua pasta -- isso de ministro participar de conselho de estatal é jogada eivada de segundas e terceiras intenções, em benefício próprio, do seu partido e do governo sob qualquer hipótese, e esse cidadão ainda ganha um extra p'ra fazer esse papel.]

O senador Ivo Cassol (PP-RO), que pediu vista do projeto na semana passada, faltou à reunião por estar em agenda política no seu estado. De todo modo, Cassol pediu em documento enviado a Lindbergh Farias que a verba não seja considerada salário e sim de natureza indenizatória. A modificação excluiria a regalia da incidência de imposto de renda. O relator acatou a sugestão. [Esta é de cabo de esquadra! Quer dizer que senador tem competência e poder p'ra fazer de uma mutreta outra mamata, assim, na cara de pau? E como é que fica a Receita Federal nessa história?! Verba "indenizatória" de quê, cara pálida?!!]

[O que é profundamente desanimador é que, mesmo com essa enxurrada de detritos éticos, com essa molecagem desenfreada, com essa absoluta falta de caráter, com esse comportamento que transformou, transforma e, pelo visto, continuará transformando a Câmara e o Senado numa espécie de lixão onde se deposita o que não presta na política, o grande eleitorado continua elegendo esse tipo de gentinha!!]

Um comentário:

  1. Foi aprovado numa Comissão.
    Não será aprovado em plenário. É perder tempo e ocupar o tempo dos neurônios pensando que isto passará.
    Agora, o salário está baixo ou é impressão minha?
    Senador com salário de 26.700,00?
    Só?
    Não eram 85.000,00?
    Cupolillo

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