segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Cameron pretende vetar imposto a transações estrangeiras na UE

Pelo visto, o Reino Unido resolveu mesmo permanecer em dissonância com as propostas principalmente da França e da Alemanha para resolver a atual crise da União Europeia -- com isso, essa solução fica dada vez mais difícil e remota. Parece que as diferenças históricas entre esses três países estão muito longe de serem superadas. É o que nos informa a reportagem abaixo, da Folha de S. Paulo de ontem.

O primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, se mostrou disposto a vetar qualquer tentativa de estabelecer um imposto às transações financeiras no âmbito da UE (União Europeia), porque considera que a potencial medida pode prejudicar o mercado de trabalho no bloco.  Em declarações à emissora britânica de TV BBC, Cameron disse que França, Alemanha e outros países europeus podem até fixar esta taxa dentro de suas próprias fronteiras, mas afirmou que se oporá caso tentem levá-la ao nível da UE.

Segundo o chefe de governo britânico, promover em toda a UE um imposto deste tipo sem a aplicação de medidas similares em outros lugares do mundo pode prejudicar o mercado de trabalho europeu e a prosperidade do continente.  A ideia deste imposto vem da França. O presidente francês, Nicolas Sarkozy, fez a proposta da taxa na sexta-feira passada (6) e quer promover uma lei para aplicá-lo no país antes das eleições presidenciais de abril.

"Se os franceses quiserem promover o imposto às transações em seu próprio país, então são livres para fazê-lo", afirmou o primeiro-ministro do Reino Unido. Ele ressaltou, no entanto, que vetará a ideia de uma nova taxa no âmbito da UE caso outros países do mundo não a apliquem. 

[Parece-me que baixou em Cameron o espírito da velha Inglaterra gloriosa de guerra, que dominava os mares e parte razoável do mundo. Não sei se esse imposto proposto por Sarkozy -- que, diga-se de passagem, está com sua reeleição periclitante -- seria uma versão europeia da nossa CPMF, e em que nível ele resolveria a crise da zona do euro, mas algo precisa ser feito com máxima urgência neste sentido. E grande parte dessa solução passa por algum tipo de controle mais justo e de alguma penalização para o setor financeiro.  No entanto, fica cada vez mais evidente que a disposição do Reino Unido em colaborar para isso é praticamente zero].

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