sábado, 26 de novembro de 2011

Um Airbus A340 da Air France voava sem uns trinta parafusos

Um Airbus A340 da Air France que acabava de ser revisado na China teve que ser impedido de voar em meados de novembro nos EUA, porque um mecânico constatou a falta de cerca de 30 parafusos, por uma razão ainda indeterminada que levou a Air France a abrir uma investigação.

"Recentemente, o avião matrícula F-GLZR retornou da China e voou durante alguns dias antes de ser impedido de voar; faltava nele um terço dos parafusos de um painel da carenagem", escreveram os pilotos no último boletim do sindicato Alter do qual a agência France Presse conseguiu uma cópia. O avião foi mantido no solo porque o painel começou a se soltar em voo.

Há vários anos a Air France subcontrata com a empresa Xiamen, da China, a manutenção de seus Boeing 747 e, a partir de agora, também a de seus A340. "E o resultado está sempre à altura das ambições da nossa empresa", ironizam os tripulantes.

O incidente, descoberto descoberto no dia 15 deste mês em Boston (EUA), cinco dias depois que o aparelho saiu da manutenção, acarretou a abertura de uma investigação que ainda está em curso, segundo um porta-voz da companhia. "Em nenhum momento a segurança dos voos foi posta em risco, e o avião não foi paralizado senão por algumas horas", declarou ele, querendo transmitir tranquilidade no momento em que a Air France se esforça para fazer esquecer o voo Rio-Paris que vitimou 228 pessoas em 2009 e que ainda prejudica sua imagem.

A parte do avião afetada, chamada "karman", está localizada na asa direita, "e não se situa em uma zona pressurizada", insistiu o porta-voz.  Um especialista da Airbus, construtora do avião, confirmou que não se trata de uma "peça estrutural". "Como não se trata de uma peça muito pesada, e tendo em conta sua localização, pode-se supor que -- dependendo de certas verificações -- se ela se soltasse seria arrastada pelo fluxo de ar", complementou o especialista. 

Reconhece-se, no entanto, que a trajetória de uma peça em voo é sempre incerta, e o risco de que perfure uma peça essencial não pode ser excluído.

"É o primeiro incidente desse tipo", disse o porta-voz da Air France, que destacou que o subcontratado chinês Taeco era "reconhecido internacionalmente e trabalha há quatro anos para a companhia". Taeco, que não comentou o incidente, é um dos líderes mundiais na manutenção de grandes aeronaves e trabalha principalmente para Lufthansa, British Airways, American Airlines, JAL e Emirates.

As grandes companhias que têm suas próprias filiais dedicadas à manutenção (Air France Industries KLM,  Lufthansa Technik, etc) recorrem à Taeco para reduzir seus custos.

Um Airbus A340 da Air France - (Foto: Google).

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