segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Lobby de bancos planeja ataque a movimento de ocupação

O lobby dos bancos tem uma mensagem nova para o Movimento de Ocupação:  não se meta com o nosso dinheiro.

Uma empresa lobista de serviços financeiros bem conhecida, com sede em Washington, surgiu com um plano que canalizaria perto de US$ 1 milhão em fundos para minar e debilitar o "Ocupem Wall Strteet" e outros protestos desse tipo. 

De acordo com o site "Up with Chris Hayes", do MSNBC, a empresa lobista Clark Lytle Geduldig & Cranford enviou um memorando à Associação Americana de Banqueiros (ABA, em inglês) com um esboço para o plano, que sugere, entre outras coisas, fazer "pesquisa de oposição" sobre o movimento de Ocupação para ajudar a elaborar "relatos negativos" sobre os manifestantes e os políticos que os apoiam.

O memo afirma, de acordo com o MSNBC, que vitórias democratas nas eleições de 2012 seriam prejudiciais às companhias de Wall Street -- e aponta disputas específicas, nas quais os republicanos seriam mais simpáticos e amistosos com a indústria financeira.  Se os democratas apoiarem completamente o movimento, diz o memo, "isto significaria mais do que um simples desconforto político de curto prazo para Wall Street ... isso tem o potencial para ter impactos políticos, de planejamento, e financeiros de longa duração para as empresas no centro do alvo. 

Outra parte do memo -- elaborado com ajuda de dois ex-assistentes do presidente da Câmara dos Deputados John Boehner (Republicano, de Ohio) -- é dita inquietar-se com a possibilidade de que o movimento de Ocupação e o movimento do Tea Party possam  encontrar um denominador comum e tornarem-se ainda mais poderosos politicamente juntando forças.

Em uma afirmativa um tanto irônica, o memorando sugere desmascarar e expor publicamente quem possa estar financiando o movimento: "Se pudermos mostrar que eles têm a mesma motivação cínica que um opositor político, isto irá prejudicar profundamente sua credibilidade".

Um porta-voz de Boehner declinou de comentar o memo, mas observou que o presidente Obama tem sido aquinhoado com um volume de contribuições de campanha de Wall Street maior do que qualquer outro candidato. Em "Up with Chris Hayes", a assessora de campanha de Obama, Anita Dunn, disse que a maioria do dinheiro da campanha de reeleição de Obama vem de pequenos doadores.

A Associação Americana de Banqueiros disse ao "Up with Chris Hayes" que não havia solicitado o memorando, e não agiu ao recebê-lo. Entretanto, o memo insinua que a indústria lobista do setor financeiro está começando a tomar o movimento de Ocupação seriamente o suficiente, para cogitar de reagir, usando grandes somas de dinheiro nesse processo. 

Enquanto isso, depois de uma semana tumultuada, os manifestantes da Ocupação ainda estão envolvidos com confrontações públicas -- como a de receber casualmente, da polícia, spray de pimenta no rosto.

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