segunda-feira, 21 de novembro de 2011

A AIDS mata cada vez menos

Um número recorde de 34 milhões de pessoas viviam com o vírus HIV em 2010, principalmente por causa de um melhor acesso ao tratamento -- que contribuiu para reduzir o número de óbitos e alimenta a esperança de um possível fim para a pandemia, informou hoje a Onusida (Unaids, em inglês, o organismo da ONU voltado à prevenção e ao tratamento da Aids). "Este ano, mudou para nós a situação: pela primeira vez somos capazes de mostrar que se as pessoas são tratadas suficientemente cedo, pode-se reduzir o número de novas infecções", declarou Michel Sidibé, diretor-executivo da Onusida, em uma reunião com a imprensa em Berlim.

 "O número de pessoas que vivem com o HIV (o vírus da Aids) nunca foi tão importante, principalmente em razão de um melhor acesso aos tratamentos", indica a ONU em seu relatório de cerca de cinquenta páginas. Assim, hoje quase 50% dos soropositivos têm acesso ao tratamento, o que salvou a vida de 700 mil pessoas em 2010.  E, nesse mesmo ano, o número de novas infecções atingiu seu nível mais baixo desde 1997, com 2,7 milhões de novas infecções (das quais 390 mil são de crianças) ou seja, um recuo de 21% em relação ao pico de 1997.

"Mesmo neste período difícil -- após três anos de crise financeira -- continuamos a ter [bons] resultados: mais e mais países viram o número de infecções diminuir", felicitou-se Michel Sidibé. "Há apenas poucos anos parecia fantasioso anunciar o fim da epidemia da Aids a curto prazo, mas a ciência, o apoio político e a resposta comunitária começam a produzir resultados tangíveis e certos", continuou ele.

Em 2010, morreram de aids 1,8 milhões de pessoas, também um recuo em relação ao pico de 2,2 milhões de mortos em meados dos anos 2000. Ao longo dos próximos cinco anos, investimentos criteriosos podem ajudar a fazer progredir a luta contra a aids, rumo a "zero infecção nova com o HIV, zero mortes e zero discriminação contra a doença", espera a Onusida.

Em 2010, a aids continuou a afetar principalmente o continente africano, onde vivem 68% das pessoas atingidas pela doença no mundo. Nessa região, 5% dos adultos vivem com a enfermidade, enquanto que no resto do mundo essa taxa é inferior a 1%. O número de pessoas infectadas baixou em 33 países, 22 dos quais localizados na região subsahariana, a região mais atingida pela epidemia.

As piores cifras continuam a ser registradas na África austral, com a África do Sul contando com mais pessoas que vivem com a doença (5,6 milhões) que qualquer outro país do mundo. O Caribe é a segunda região do mundo mais atingida pela doença, com 200 mil afetados por ela, dos quais 0,9% de adultos.

A Europa oriental é também particularmente afetada, com 1,5 milhões de soropositivos e 90.000 óbitos em 2010. 

O relatório da ONU sublinha ainda que "a epidemia permanece "obstinadamente estável" na América do Norte e na Europa: 2,2 milhões de pessoas vivem com aids, das quais metade nos EUA. Os tratamentos nesta região reduziram a mortalidade ligada à doença. Assim, o número de mortos ficou estável (30.000 em 2010) em relação a 2001, enquanto que o númerou de soropositivos aumentou em 30%.

Em 2010, 0,8% dos adultos no mundo eram portadores do vírus da aids, isto é 0,8% dos adultos em média -- é a mesma taxa de 2001.

O relatório da ONU ressalta igualmente que "as tendências são nitidamente encorajadoras, entre os jovens de inúmeros países nos quais o vírus HIV está muito presente".




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