quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Merkel, Sarkozy e Lagarde discutem com bancos cortes na dívida grega

O presidente da França, Nicolas Sarkozy, a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, e a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, entraram em uma reunião com o diretor-gerente do Instituto de Finanças Internacionais (IIF), Charles Dallara, para discutir o desconto que será sofrido pelos detentores privados de títulos da dívida da Grécia, disseram fontes diplomáticas. Os líderes da zona do euro negociam a ampliação do ‘haircut’(desconto). Bancos privados detêm mais de € 210 bilhões em títulos da dívida grega.

Mais cedo o próprio Dallara informou que ainda não há um acordo sobre o envolvimento do setor privado num novo pacote de resgate à Grécia. "Ainda não há qualquer acordo sobre a Grécia ou um 'haircut' (desconto) específico" no valor dos rendimentos e do principal da dívida do país que está em poder dos bancos, disse em comunicado. "Continuamos abertos ao diálogo em busca de um acordo voluntário. Ainda não há consenso sobre qualquer elemento de um acordo", acrescentou.

Algumas autoridades europeias disseram que o IIF estava aberto a aceitar perdas de 50% sobre os bônus e rendimentos da dívida grega, ou quase duas vezes mais do que o originalmente previsto num acordo anunciado em julho. A contrapartida seriam garantias para os 50% restantes.

Segundo um relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgado na semana passada, a dívida da Grécia poderia ser reduzida de 186% do Produto Interno Bruto (PIB) para cerca de 120% até 2020 se os credores privados aceitassem sofrer uma baixa contábil de 50%. Um haircut de 60% colocaria esse número abaixo de 100% do PIB.


Não está claro se o setor privado, representado pelo Instituto Internacional de Finanças (IIF), aceitará uma perda tão grande.

Segundo disse uma fonte sênior da União Europeia nesta quarta-feira, Sarkozy falará com o presidente chinês, Hu Jintao, em breve, para discutir a participação chinesa no fundo de resgate europeu.

A zona do euro quer alavancar o seu fundo de resgate a países em dificuldade dos atuais 440 bilhões de euros em "várias vezes", para cerca de 1 trilhão de euros, segundo fontes , mas os ministros das Finanças só deverão chegar a um acordo sobre os detalhes em novembro, de acordo com o esboço do projeto de declaração dos ministros que deve ser emitida depois de uma reunião de cúpula na quarta-feira. 

O comunicado, obtido pela agência de notícias Reuters, diz que duas opções estão sendo consideradas para alavancar o fundo: uma envolvendo um prêmio de risco nos novos títulos que serão emitidos e outra é a construção de um fundo especial de investimento. Ambos os modelos poderiam ser implantados simultaneamente, afirma o esboço. Além disso, segundo o esboço, os recursos do fundo poderiam ser reforçados, possivelmente por meio da cooperação com o Fundo Monetário Internacional. 

O esboço de declaração conclama a Espanha a fazer mais esforços para trazer seu orçamento para nível aceitável. Um parágrafo sobre a Itália, que está sob pressão para fazer mais em termos de pensão e outras reformas, foi deixado em branco, mas espera-se que seja preenchido mais tarde.

Ver postagem anterior sobre o fundo de resgate da zona do euro.


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