quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Petrobras não quer mais refinaria em parceria com a PDVSA

Executivos da Petrobras rejeitam a parceria com a PDVSA (Petróleos de Venezuela) na refinaria Abreu e Lima (PE), um projeto de R$ 26 bilhões, informa reportagem de Leila Coimbra e Flavia Marreiro para a Folha (íntegra do artigo só para leitores e assinantes do jornal). A participação venezuelana no projeto foi confirmada pelo presidente Hugo Chávez em telefonema a Dilma Rousseff na sexta-feira. [Essa parceria com o governo de um governante de baixa confiabilidade como Chávez é mais uma herança maldita de Lula, o Nosso Pinóquio Acrobata (NPA), no meio de seus delírios de posar de amiguinho de figuras bizarras como esse venezuelano aloprado e o iraniano Ahmadinejad].

A Petrobras já construiu sozinha 40% do projeto, e a refinaria está preparada para processar o petróleo brasileiro do campo de Marlim, da bacia de Campos, e não a matéria-prima de Carabobo, na Venezuela, conforme proposta original. Para receber o petróleo mais pesado do país vizinho, seria necessário um investimento extra de US$ 400 milhões (cerca de R$ 688 milhões) em uma unidade de redução de enxofre.

A parceria entre as duas petroleiras na refinaria foi celebrada em 2005, antes da descoberta do pré-sal, ocorrida em 2006. Na época, os presidentes Lula (o NPA) e Chávez fecharam o acordo prevendo a utilização de petróleo venezuelano, pesado demais para ser transformado em combustível com a matéria-prima brasileira. Com a descoberta das reservas nacionais, de melhor qualidade, a sociedade passou de estratégica para negativa para a Petrobrás, pois a refinaria passaria a ser dependente das importações da Venezuela para produzir. [Ué, não entendi! Se essa dependência era a tônica do contrato original, por que então ele foi assinado?!].

"Não sei se existe uma decisão política de fechar esta sociedade, mas o fato é que ela está sendo negociada por duas empresas, via contratos, com especificações técnicas e financeiras, que precisam ser cumpridas", disse à Folha uma pessoa próxima às negociações.

A PDVSA tem até o dia 30 para assumir os 40% do empréstimo de R$ 10 bilhões tomado pela Petrobras em 2009 -- isso corresponde a R$ 4 bilhões. A estatal venezuelana se comprometeu a entregar hoje as garantias ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Mas a PDVSA está com dificuldades para entregar um pacote de garantias com a mesma qualidade do da Petrobras: não tem os mesmos "ratings" nem o mesmo fluxo de caixa, e também não é um cliente tradicional do BNDES como a Petrobras.

Caso o BNDES aceite suas garantias, a PDVSA terá ainda um outro desafio: colocar alguns bilhões de dólares de capital próprio no projeto até 30 de novembro, para assumir formalmente os 40%. Isso será um problema, porque a estatal venezuelana está obrigada a fazer transferências crescentes ao Estado, e com urgência em aumentar investimentos para elevar a produção interna.

Também há ressentimento do lado da Venezuela, depois que a Petrobras desistiu de explorar a faixa do Orinoco em 2010. A estatal brasileira se disse insatisfeita com o novo marco legal venezuelano. Mas, a participação da Petrobras na Venezuela era uma das contrapartidas do investimento venezuelano em Abreu e Lima. Questionada sobre o tema, a PDVSA não respondeu ao jornal até o fechamento da edição de hoje.

Para o governo brasileiro, a parceria Petrobras-PDVSA em Pernambuco é estratégica. A avaliação é que, a médio e longo prazos, um conjunto de empresas brasileiras, e não apenas a Petrobras, se beneficiaria da aliança. O Brasil poderia se posicionar, ao lado da China, como fornecedor preferencial da Venezuela, que se voltará à exploração da faixa do Orinoco nos próximos anos.

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