terça-feira, 13 de setembro de 2011

A compra de bônus pelo BCE não evita o aumento da pressão contra a Espanha

O Banco Central Europeu (BCE) investiu na semana passada 13,96 bilhões de euros na compra da dívida soberana dos países da zona do euro, segundo anunciou hoje essa entidade presidida por Jean-Claude Trichet -- desde maio de 2010, o BCE já investiu 143 bilhões de euros no marco de seu programa de compra de bônus no mercado secundário da dívida. Apesar desse desembolso, a pressão sobre os países do euro já pressionados continua aumentando.

Assim, o BCE aumentou em cerca de 4,9% o volume de suas compras de bônus soberanos em relação à semana passada, quando adquiriu 13,305 bilhões de euros que, segundo os analistas consultados, se concentraram novamente nas dívidas da Espanha e da Itália. 

Os prêmios de risco desses dois países voltaram, nos últimos dias, a situar-se nos níveis mais elevados desde que o BCE anunciou no começo de agosto que interviria no mercado secundário para comprar títulos da dívida da Espanha e da Itália. Por motivos técnicos relacionados com a liquidação dos contratos, a informação publicada pelo BCE não informa o montante das compras efetuadas na quinta e na sexta-feira passadas, dias em que se iniciou novamente a pressão sobre aquelas dívidas.

De qualquer maneira, também no período em que se efetuaram as compras aumentou o prêmio de risco dos dois Estados. No caso da Espanha, em 27 pontos básicos até chegar aos 309. E o castigo continuou aumentando, já que o diferencial dos bônus espanhóis de dez anos com relação aos bund (bônus alemães) se situa nesta segunda-feira em 358 pontos básicos, enquanto no caso da Itália chega a 380 pontos básicos.

Desde que o BCE confirmou publicamente, em princípios de agosto, sua decisão de intervir ativamente nos mercados da dívida ele já investiu 70,207 bilhões de euros na compra de bônus soberanos, correspondentes a 49% do montante total por ele desembolsado até esta data. Além disso, a reativação desse programa iniciado em março de 2010 já fez a primeira vítima no seio do BCE, o conselheiro alemão Jürgen Stark.

Dentro das medidas "excepcionais" com as quais o BCE está tentando ajudar os países do euro a superar as turbulências e, na realidade, ajudar seus sistemas financeiros, lastreado por sua exposição no caso da Grécia, Trichet assegurou hoje que o banco está pronto e apto para assegurar aos bancos liquidez de forma ilimitada para atingir aquele fim. Segundo ele, o banco central tem "as armas necessárias" para enfrentar as tensões de liquidez da banca que, devido ao ressurgimento da desconfiança, está tendo nas últimas semanas mais problemas para captar financiamentos que nos meses precedentes.

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