sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Metade dos adultos americanos estará obesa em 2030

De acordo com um relatório publicado ontem na revista inglesa The Lancet (O Bisturi), sobre a crise internacional de obesidade, com base na na tendência atual metade dos adultos americanos estará obesa em 2030 a menos que o governo adote como política prioritária uma mudança dos hábitos alimentares do povo americano. Tal mudança inclui tornar os alimentos saudáveis mais baratos e os menos saudáveis mais caros, principalmente através de impostos. Entre outras medidas, seriam exigidas também mudanças na maneira como se faz a propaganda de alimentos.

Uma equipe de especialistas internacionais em saúde pública argumentou que a crise global de obesidade continuará a piorar e a impor pesados ônus nos sistemas de saúde e nas economias, a menos que os governos, as agências internacionais e outras importantes instituições relevantes tomem atitudes para monitorar, prevenir e controlar o problema.

Mudanças feitas no século passado na maneira como a comida e sua propaganda são feitas contribuiram para criar um ambiente "obesogênico", no qual a vontade e os esforços pessoais para manter um peso saudável são praticamente impossíveis, diz o relatório.  Isso originou também um novo modo de calcular quantas calorias é necessário cortar para perder peso, levando ao que é dito ser um método mais preciso de estimar uma projetada perda de peso no tempo. A sabedoria comum quanto à perda de peso é que reduzindo o consumo de calorias em cerca de 500 calorias  por dia "resultará numa lenta e constante perda de peso de cerca de 0,5 kg por semana".  Essa regra não leva em conta a maneira como o corpo se adapta às alterações. Em especial, como pode atestar quem realmente perdeu peso, quanto menos você pesar menos calorias você pode consumir, se desejar perder mais peso ou manter a perda.

O relatório afirma que a perda de peso deve ser encarada sobre um espaço de tempo mais longo, e propõe uma "nova regra do polegar" para um adulto médio com sobrepeso. Ele diz que "cada mudança de consumo de energia (cerca de 24 calorias) por dia levará a uma mudança de peso corporal de cerca de 1 kg ... com metade da mudança de peso sendo obtida em 1 ano, e 95% da mudança de peso em cerca de 3 anos".

Embora reconheça que, em última instância, cabe às pessoas decidir o que comer e como vão viver suas vidas, o relatório sustenta que o governo abdicou muito de sua responsabilidade de abordar a questão da obesidade com as pessoas, o setor privado, e as organizações não governamentais. Ainda assim, diz o relatório, a epidemia de obesidade não será revertida se não houver por parte do governo liderança, regulamentação, e investimento em programas, monitoramento, e pesquisa.

O relatório, publicado numa série de quatro partes na revista The Lancet, foi emitido antes da primeira reunião de alto nível da Assembleia-Geral da ONU concentrada em prevenção e controle de doenças não transmissíveis, que terá lugar em Nova Iorque no mês que vem.

Esse mesmo relatório aponta que o número de adultos obesos no Reino Unido crescerá em 73% nas próximas duas décadas, de 15 milhões para 26 milhões de obesos, resultando em mais de um milhão de casos extras de diabetes, doenças cardíacas e câncer.

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