sexta-feira, 8 de julho de 2011

O saco de gatos do Ministério dos Transportes e do envolvimento do PR no governo

O lamaçal de negociatas e irregularidades existente no Ministério dos Transportes, até ontem ocupado por um ministro indicado pelo presidente anterior, evidencia exemplarmente o estilo de gestão e o tipo de atuação política que faziam a alegria de Lula, o Nosso Pinóquio Acrobata (NPA). Isso deixa também patente o tipo de herança maldita que Dilma herdou de seu patrono e criador.

O desenrolar da crise escancara igualmente o nível bastardo com que se lida com a ética e o dinheiro público neste país. Um ministro defenestrado por corrupção, Alfredo Nascimento, torna-se, por ser senador e presidente do PR, fiel da balança na escolha do seu sucessor no ministério. Dilma tentou emplacar o secretário-executivo do ministério no lugar do exonerado e foi solenemente vetada pelo PR.

O diretor-geral do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), Luiz Antonio Pagot, envolvido até o pescoço nas acusações, é teoricamente exonerado pela presidente Dilma, demonstra ostensivamente que não dá a mínima pelota para isso, se mantém no cargo usando o artifício de entrar em férias, diz que só sai se oficialmente demitido pela presidente e ameaça cair atirando p'ra todos os lados. Pagot deu ontem uma prévia de como será seu depoimento sobre o escândalo, programado para terça e quarta-feira no Congresso. "O Dnit é um colegiado. O Hideraldo manda tanto quanto o Pagot", disse, em referência ao petista Hideraldo Caron, diretor de Infraestrutura Rodoviária do Dnit, e listando, em seguida, todo o colegiado do órgão.

Blairo Maggi, senador, ex-governador de Mato Grosso e padrinho político de Pagot, ficou possesso com a exoneração do afilhado, disse cobras e lagartos do governo e o ameaçou com retaliação. Eis que, de repentemente, ele vira a opção preferencial do PR para ocupar o Ministério dos Transportes e recebe convite de Dilma para o cargo ... Blairo ficou 24 h pensando no assunto, e agorinha o Globo anuncia que ele recusou o convite. Blairo é esperto, sabe que não lhe convém ficar exposto em vitrine de ministério, muito menos em um sob investigação -- sua ficha, de cor marrom, está carregada com denúncias de desmatamento criminoso e corrupção.

No meio desse bangue-bangue de marginais vê-se uma presidente atônita, perdida e sem autoridade, presa na armadilha de seu patrono e criador, o NPA.

Galeria de envolvidos no escândalo do Ministério dos Transportes
Lula, Nosso Pinóquio Acrobata, responsável pela presença de Alfredo Nascimento no Ministério dos Transportes (Foto AP).
Alfredo Nascimento, ministro dos Transportes desde o governo Lula, exonerado por Dilma Rousseff após denúncias de corrupção na sua pasta e de enriquecimento supersônico suspeito de seu filho (Foto: Edson Leite/MT).
Luiz Antonio Pagot, diretor-geral do Dnit do MT, que se recusa a deixar o cargo embora dele exonerado por Dilma -- é afilhado político do senador Blairo Maggi (PR-MT), que o indicou para o Dnit (Foto: Ueslei Marcelino/Folhapress).
Senador Blairo Maggi (PR-MT), ex-governador de Mato Grosso, sobre quem pesam denúncias de desmatamento criminoso e corrupção -- é padrinho político de Luiz Antonio Pagot (Foto: Diário Regional/Mato Grosso).
Mauro Barbosa da Silva, ex-chefe de gabinete do ex-ministro Alfredo Nascimento, exonerado por denúncias de corrupção -- ao fundo, a casa de R$ 4 milhões e cerca de 1.500 m² que está construindo em Brasília (Foto: Celso Junior/AE).

[Não foi encontrada foto de Luiz Titto Bonvini, assessor do gabinete do ex-ministro Alfredo Nascimento, também exonerado por corrupção]

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