quinta-feira, 14 de julho de 2011

Moody's coloca nota dos EUA em revisão para possível rebaixamento

A agência de classificação de risco Moody's anunciou em um comunicado nesta quarta-feira, 13, que colocou em revisão para potencial rebaixamento o rating soberano dos EUA - atualmente em Aaa, a classificação máxima -, citando como motivo a possibilidade de o limite de endividamento do governo federal norte-americano não ser elevado em momento oportuno e, dessa forma, levar o país a declarar default em suas obrigações de dívidas. A agência informou que também colocou os ratings de instituições financeiras diretamente ligadas ao governo dos EUA em revisão para potencial downgrade. Entre elas, estão a Fannie Mae e a Freddie Mac.

As agências de classificação de risco têm como ganha-pão a concessão de ratings – ou classificações – a empresas, governos ou qualquer entidade que emita títulos para serem negociados no mercado. Essas classificações são a opinião da agência sobre a capacidade do emissor desses títulos de honrar seus compromissos com os investidores.  

"A revisão no rating dos bônus do governo dos EUA foi provocada pela possibilidade de o teto de endividamento não ser elevado a tempo de evitar a ausência de pagamento dos juros ou do principal de bônus e notas pendentes. Portanto, há um pequeno porém crescente risco de um default de vida curta", disse a Moody's.  De acordo com o comunicado, um default dos EUA, independentemente da duração, alteraria a avaliação que a Moody's possui sobre a pontualidade nos pagamentos futuros relacionados às dívidas do país e impediria que a agência mantivesse o rating em Aaa. O texto informa também que, como um eventual default seria curto e a perda estimada para os investidores mínima, a redução no rating seria para algum lugar perto na faixa de Aa.

Para Jeffrey Goldstein, subsecretário de finanças domésticas do Departamento do Tesouro norte-americano, o alerta da agência é um "lembrete oportuno" para o Congresso do país elevar o limite de endividamento do governo federal. "A avaliação da Moody's é um lembrete oportuno da necessidade de o Congresso avançar rapidamente para evitar um default nas obrigações do país e chegar a um acordo sobre um pacote de redução substancial no déficit", afirmou Goldstein em um comunicado.

A Moody's também disse que bônus emitidos pelos governos de Israel e Egito tendo como garantidor o governo dos EUA também tiveram seus ratings colocados em revisão para potencial rebaixamento.

Em abril deste ano, a Standard & Poor's havia reafirmado o rating de crédito soberano de longo prazo AAA dos EUA e anunciado que reduziu a perspectiva da classificação de estável para negativa.  "Mais de dois anos depois do começo da crise recente, os formadores de política dos EUA ainda não chegaram a um acordo sobre como reverter a recente deterioração fiscal ou solucionar as pressões fiscais de longo prazo", comentou na ocasião Nikola Swann, analista de crédito da S&P. A analista explicou ainda que a perspectiva negativa atribuída aos EUA para o rating sinalizava que a agência acreditava que há ao menos uma chance em três de que o rating de longo prazo do país pudesse ser rebaixado dentro de dois anos. "A perspectiva reflete nossa visão do crescente risco de que as negociações políticas sobre quando e como solucionar os desafios fiscais de médio e longo prazos persistam até pelo menos depois das eleições nacionais de 2012", acrescentou ela, três meses atrás. As informações são da Dow Jones.

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