domingo, 8 de maio de 2011

Crescem o interesse e a influência da China em relação à Sibéria

Eis o quadro de hoje na fronteira russo-chinesa, na região da Sibéria: de um lado 6 milhões de russos e, do outro, 90 milhões de chineses escorados por uma economia voraz. A influência chinesa no remoto leste russo cresce rapidamente e a Sibéria tornou-se o fornecedor de matérias-primas para o milagre econômico chinês.

A Sibéria, que cobre três quartos do território continental da Rússia, abriga apenas um quarto da população do país: 38 milhões -- isto equivale à população da Polônia, só que em uma área 40 vezes maior que esta. É uma situação que muitos receiam que possa uma vez mais acender a eterna rivalidade entre Rússia e China, rivalidade esta que já produziu confrontos militares entre ambas em 1960. A fronteira entre os dois países mede 3.645 km, uma das mais longas do mundo -- essa fronteira, onde uma das últimas ramificações da Europa se encontra com 1,3 bilhão de chineses e onde o cristianismo colide com o confusionismo e o budismo, é também uma das mais importantes nas lutas por poder do novo século.

O artigo da revista Spiegel Online em que esta postagem se baseia aponta três possiveis cenários para a fronteira russo-chinesa na Sibéria: - a) o desenvolvimento de uma aliança, nessa região, entre dois países poderosos, pondo fim ao domínio americano no mundo; - b) a Rússia tornar-se um baluarte contra uma China cada vez mais autoconfiante e associar-se naturalmente ao Ocidente; - c) a China simplesmente absorver a despovoada Sibéria. -- O artigo considera perfeitamente possível o terceiro cenário, tomando como referência a cidade de Mirnaya, que já foi uma próspera cidade-forte russa próxima à China e hoje é praticamente uma cidade fantasma, cada vez mais dependente da economia chinesa. Agora que não mais existe a economia planejada, poucos russos se aventuram a se deslocar para uma região onde as temperaturas permanecem abaixo do ponto de congelamento por mais da metade do ano -- eles não têm mais os incentivos para isso, agora que o governo não paga mais os benefícios adicionais para tanto, nem oferece mais generosas facilidades de férias para quem queira se estabelecer nessa região. E a Sibéria tem matérias-primas de que a China necessita. Leia mais

Nenhum comentário:

Postar um comentário