sexta-feira, 18 de março de 2011

Sem lar, sem ajuda, sem esperança: desespero japonês transforma-se agora em raiva e irritação

No Japão o humor piora enquanto os sem-teto aguardam por alimento e medicamentos. Enquanto luta para controlar uma crise nuclear e para abrigar e alimentar as milhares de pessoas que ficaram sem teto por causa do devastador desastre do dia 11 de março, o governo japonês enfrenta um coro crescente de críticas à sua maneira de lidar com a crise. Enquanto a mídia nacional esbraveja contra uma visível falta de avanço no provimento do mínimo necessário para a sobrevivência dos atingidos no nordeste do país, o prefeito de Fukushima alerta quanto às falhas e deficiências que atrasam as evacuações: "A ansiedade e a irritação das pessoas estão à beira do descontrole", disse ele, acrescentando que os centros de evacuação não têm alimentos quentes, medicamentos e combustível suficientes.

Uma semana depois da tragédia é ainda impossível comprar uma garrafa de água em uma cidade distante apenas cinco horas de carro de Tóquio, e as pessoas começam a  se perguntar o que está acontecendo -- em muitos lugares a falta de água freca, eletricidade e gás pioram as condições de miséria existentes, e o governo não dá explicações.

Em outra frente, o primeiro sinal da frustração internacional diante da reticência do governo japonês em reconhecer que a situação da usina de Fukushima Daiichi havia atingido um ponto crítico veio de uma forte e pouco disfarçada crítica do diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica ao Primeiro Ministro Naoto Kan. "Não temos a informação detalhada de que necessitamos, por isso fica limitado o que podemos fazer", disse Yukiya Amano, ele mesmo um japonês, "estou tentando melhorar o nível de comunicação". Leia mais.
Uma mulher se afasta dos destroços de sua casa em Kasennuma (Getty Images).

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