sexta-feira, 11 de março de 2011

Os muçulmanos denunciam ao Congresso dos EUA a estigmatização que vêm sofrendo no país

Quase dez anos depois dos ataques que mudariam o mundo, os EUA continuam mantendo uma luta interna sobre qual a melhor maneira de combater o extremismo islâmico. Já começaram as audiências no Congresso americano destinadas a investigar a radicalização dos muçulmanos nascidos no país, e a primeira sessão foi cheia de tensão, tragédia e lágrimas -- tem havido também muito teatro político e oportunismo por parte do investigador da Comissão e presidente do Comitê de Segurança Nacional da Câmara de Representantes, o republicano Peter King.

O democrata Keith Ellison (Minnesota), o primeiro muçulmano eleito para a Câmara de Representantes dos EUA, fez um testemunho emocionado na Comissão -- sem conseguir conter as lágrimas, Ellison criticou a estigmatização a que está sendo submetida toda uma comunidade por sua crença religiosa. Ao contar a história de um muçulmano de 23 anos, motorista de ambulância, que morreu ao atender a uma das milhares de chamadas do 11 de setembro, Ellison comentou como após a tragédia houve pessoas que mancharam o nome do rapaz, unicamente por ele ser de fé islâmica, espalhando o boato de que ele, na realidade, era um dos terroristas.

O clima de caça às bruxas foi iniciado por Peter King com seu testemunho à Comissão, dizendo-se convencido de que as audiências deveriam seguir adiante porque sua interrupção seria a Comissão abdicar de seu dever de proteger os EUA contra o terrorismo. Ele classificou como um "injustificado ataque de raiva e histeria" a onda de indignação e protestos iniciada por grupos de muçulmanos e associações de defesa dos direitos civis. Leia mais.
O congressista democrata Keith Ellison e primeiro muçulmano eleito para o Congresso dos EUA chora ao falar na polêmica audiência da Comissão do Comitê de Segurança Nacional do Congresso (Foto: Jim Lo Scalzo/EFE).

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