sábado, 12 de março de 2011

Medindo a economia do Brasil: estatísticas e mentiras

Com o título acima, a revista The Economist publicou no dia 10 um curto mas interessante artigo sobre a real posição alcançada pelo Brasil entre as 10 maiores economias do mundo -- como subtítulo, a revista diz que "(o Brasil é) muito grande, mas ainda não é a quinta maior economia do mundo".

A liberação, no dia 3, dos dados sobre a economia do país no ano passado deflagrou manifestações de orgulho no Brasil -- a economia cresceu impressionantes 7,5%, uma taxa não vista desde 1986. Como o Real começou forte e terminou ainda mais forte em 2010, um PIB de 3,675 trilhões de reais converteu-se em 2,089 trilhões de dólares pela taxa cambial média anual. Isso significou que o Brasil ultrapassou a Itália como sétima economia do mundo (ver gráfico) e a renda per capita brasileira superou a do México.




A presidente Dilma saudou esse crescimento, mas alertou os brasileiros para que não esperem algo semelhante em 2011. Preocupado com um superaquecimento da economia, o governo está cortando R$ 50 bilhões do orçamento e o Banco Central elevou a taxa Selic em 0,25% -- o objetivo é fazer com que a taxa de crescimento do PIB caia para um valor mais administrável de 4,5 a 5% ao ano. -- Mas o ministro da Fazenda, Guido Mantega, não resistiu à tentação de deitar alguma falação e disse que o Brasil havia crescido como o quinto mais rápido dos países do G-20, e acrescentou que, se o PIB fosse calculado com base no poder de compra (e não pelas taxas de mercado), o país teria ultrapassado também a Grã-Bretanha e a França. Mas, acontece que esse mesmo critério de cálculo leva a Rússia e a Índia a pularem do 10° e 11°, respectivamente, para 4° e 6°, deixando o Brasil no 7° lugar no cômputo geral. -- Diz a revista que, com os aumentos das taxas de juros e das commodities, não há sinais de enfraquecimento do Real e o Brasil pode lograr neste ano o que não conseguiu no ano passado, tornar-se a quinta maior economia do mundo. Leia mais.

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