domingo, 9 de janeiro de 2011

A paranóia americana dos francoatiradores com porte legal de arma

Mais uma tragédia tipicamente americana aconteceu ontem, na cidade de Tucson (Arizona), com 18 pessoas atingidas, das quais seis morreram (incluindo um juiz federal e uma garota de 9 anos) --  a deputada democrata Gabrielle Giffords,  seriamente atingida na cabeça, é considerada por enquanto pela polícia o alvo principal do ataque. O responsável por essa barbárie é um rapaz de 22 anos, que comprou a arma legalmente em uma loja da cidade no dia 30 de novembro do ano passado.

O que impressiona e choca quando se lê no Washington Post de hoje o relato detalhado do ocorrido é que todo o enfoque sobre o possível motivo da tragédia se concentra única e exclusivamente no fanatismo e na intolerância  hoje reinantes na política americana, mas nem uma palavra sequer é dedicada à questão dos danos que o porte de arma tem causado à sociedade americana. Como o assassino comprou legalmente a arma usada, no raciocínio maluco dos americanos não há razão para se perder tempo com isso. O direito constitucional ao porte de arma é considerado pétreo pelos americanos, forjados que foram no uso dela na conquista do oeste, não importa se psicopatas armados frequentemente fazem massacres públicos que dizimam anualmente dezenas de pessoas no país. A sociedade americana é, realmente, muito paradoxal.

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